gelo.

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Childe

Os fios dourados batiam contra a pele das bochechas coradas de Lumine, que mostravam descaradamente sua beleza mais pura em contraste com a lua no céu. Pude sentir um leve arrepio em vê-la dessa forma, na verdade estava genuinamente feliz por não ter rejeitado minha oferta de ajudá-la a superar aquele babaca. Não era como se Lumine fosse uma das piores companhias, muito pelo contrário, ela é perfeita e tem boas conversas. Me sinto mal por que desde o começo eu só queria algo casual entre nós dois, e olhe só...sou um namorado de mentirinha.
O pequeno corpo estremeceu com a brisa gelada assim que saímos da cafeteria, esperei pacientemente ela fechar a porta e ligar o alarme destravei as portas do meu jeep prateado e guiei ela até a porta do passageiro. Minutos depois o carro se encontrava em um completo silêncio confortável.
As ruas até a casa de Lumine eram estranhas e silenciosas, talvez pelo fato de terem fileiras e mais fileiras de lojas no percurso. Com certeza era uma localização comercial, aproveitando os arredores do campus.

— essas ruas são estranhas. — comentei querendo quebrar o silêncio.

— eu sinto medo de vir todos os dias sozinha. — ela riu nervosamente, curvando sua cabeça para mim. — sei lá, as vezes pode ter algum estranho me seguindo.

— é verdade. — a respondi, não tirando o olho da estrada não tão movimentada. — o que acha de te levar?

— seria um incomodo. — dessa vez ela cruzou seus braços fazendo uma expressão determinada. — não quero acabar com a rotina de ninguém.

— te levar pra o trabalho não me atrapalha, só torna minha rotina mais agradável. — o farol se fechou e pude ver seu rosto, estava com uma feição adorável. Lumine é realmente adorável ao meu ver, mas nunca falaria por medo de ser morto. — somos amigos, não somos?

— somos. — concordou, tirando os saltos pretos de seus pés e se alongando no assento acolchoado do carro. — meio estranha nossa amizade, mas somos amigos.

— isso se chama amizade colorida meu bem. — sorri pra ela, depois apenas acelerei o carro em sentindo a rua marcada no GPS.

— é.

Após poucos minutos descemos do carro e já nos encontramos em frente a casa. Assim que a porta abriu um vulto passou escorregando na cerâmica branca da casa, mas senti as mãos de lumine dar batidinhas em meu peito significando que estava tudo bem.
Segundos depois a figura de um pequeno cachorro eufórico apareceu em nossa frente. Ele pareceu me ignorar completamente enquanto recebia carícias da loira.

— não sabia que tinham um cachorro. — me abaixei e comecei a esfregar minhas mãos na cabeleireira do filhote, aque aceitou de bom grado.

— esse é o mocchi, é um filhote ainda.

— filhote?! — questiono, enquanto noto o tamanho do Golden retriever. — ele é gigante.

— poisé. — diz ela enquanto se levanta, jogando seu cardigã nas costas do sofá. — Aether queria um cão de apoio, que também servisse de guarda. — ela ri, enquanto observa o cão exibindo seu buchinho para mim. — mas parece que ele é simpático demais.

— com certeza ele vai matar um assaltante com sua fofura.

Ela ri, me avisando para ficar aqui em baixo enquanto se troca, eu apenas aceno e me sento no sofá observando tudo a minha volta.
A casa tinha uma mescla das personalidades dos gêmeos, os dois estilos faziam uma ótima dupla de decoração. As paredes eram repletas de medalhas e troféus, todos com nome de Lumine. Poucos tinham o nome de Aether.
Os portas retratos tinham fotos de todas as idades dos dois, era adorável.
Ri ao ver uma foto de Aether e Lumine dançando ballet, o garoto parecia querer acompanhar a irmã em qualquer trajetória da vida.

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