eu o...

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A porta de abriu, causando um pequeno rangido junto com o cheiro de uma casa quentinha me invadindo. A iluminação quente, as decorações natalinas espalhadas por toda sala e um grande aglomerado de ruivos me fitando intensamente.

— Mãe! chegamos! — Childe diz assim que bota os pés na madeira do chão.

a mulher se levanta do sofá, depositando sua xícara na pequena mesinha rústica do centro. Também acompanhada de um homem sorridente e com aparência gentil. Ambos estavam visivelmente felizes.
— mi pequenio! — a senhora apertou as bochechas do meu amigo, lhe dando beijinhos nas pontas dos pés.
Childe apenas riu, parecendo acostumado antes mesmo de puxar meu corpo e o de Aether pra frente.

— este é Aether. — ele apontou para meu irmão, que deu um aceno envergonhado. — e esta, é Lumine.

— OH! — a mãe de levou a mão até a boca em surpresa. — que lindos! eles são gêmeos?

a mulher pergunta, e logo os demais fazem um círculo de perguntas. Eu comecei a rir com as pequenas implicações. A família de Childe era amorosa e com certeza adoravam uma bela fofoca.

...

Decidi ajudar senhorita com o jantar, por conta da distância e do longo trânsito acabamos chegando á tarde. Senhora Tartaglia era gentil, e amava conversar, sua personalidade me lembrava a Childe. Neste momento cortava alguns tomates para colocar de tempero.

— você é muito bonita Lumine! — ela leva a mão a boca, dando uma pequena risada.— meu filho teve muita sorte! creio que terei netos lindos!

eu tossi, algumas vezes com os olhos arregalados. olhei rapidamente para trás, onde Childe estava sentado desenhando com o caçula, ele tinha a mesma reação. merda.

— a-ah senhora Tartaglia! — arrumei o avental desconfortavelmente. — você sabe que eu e ele só somos amigos certo?

Eu agradeci aos céus por neste momento Aether estar muito entretido em conversar com o patriarca da  família. Por que provavelmente ele seria o primeiro a pular na conversa e fazer um interrogatório.

— mas, não era você a loira que vimos levantar da cama? naquela chamada de vídeo? — a mulher expõe os fatos, mas não com malícia.

— mãe! aquilo foi um mal entendido! — Childe abana as mãos.

— céus Childe! pode até ser mal entendido, mas mãe não erra! — ela levanta uma das conchas em direção ao filho. — guarde minhas palavras!

eu comecei a rir nervosamente, continuando a cortar os vegetais e colocar na panela. Observava o ruivo corar intensamente, naquelas bochechas rosadas e cheias de sardinhas. Era fofo.
após alguns minutos ele sai e vai conversar com meu irmão e seu pai. Nos deixando sozinhas na cozinha. Tínhamos acabado o jantar, e somente bastava algum tempo em fogo até poder servir. Sentadas frente a frente vendo a neve cair pela janela da sala de jantar.

— Sabe Lumi, posso te contar um segredinho? — ela dá uma risada baixa. Seus olhos azuis olhando para sua xícara.

eu bebo um pouco do chá, limpando minha garganta. Antes de confirmar com a cabeça.

— Childe, Nunca trouxe nenhuma mulher aqui. — ela diz. — nunca, depois de fazermos a pior escolha para ele.

— escolha? — perguntei, rodeando meu dedo médio pela boca da xícara.

— Achávamos que Childe seria bem mais sucedido se colocássemos no exército.— ela fala, num tom de tristeza. — meu menino nunca foi o mesmo.

— oh...— não consigo falar.

— meu pequeno garoto, sempre foi arteiro e forte. Brincalhão e feliz. — seu olhar era nostálgico. — Prince achou que seria ótimo ter um filho do exército. Mas ele voltou muito diferente. Eu não sei o que fizeram com meu menino, não sei no que transformaram meu filho, ele começou a causar problemas e arranjar brigas...

— Ele não parece assim pra mim. — respondo com sinceridade, Childe é implicante, mas sempre foi alguém visivelmente feliz e brincalhão.

— neste ponto que quero chegar, vejo meu filho voltar pra casa pela primeira vez. — ela diz. — não fisicamente, mas mentalmente. E creio que ele voltou a ser assim por sua causa.

A mulher segura minhas mãos com o olhar sério e repleto de tristeza.

— mesmo que não sejam nada, continue ao lado dele. — ela pede. — eu peço.

aperto sua mão ternamente, assentindo com a cabeça e posteriormente lançando o mesmo olhar.
Childe me surpreende, me surpreende por que ele é alguém incrível, alguém que preenche o espaço vazio e totalmente destroçado que Dain, deixou pra trás. Desde que ele chegou as festas tem mais significado, os olhares intensos, as conversas são realmente conversas e o tempo e inexistente para nós. Meu coração para por um instante. começo a pensar a mim, meu estômago repleto de borboletas. Eu o amo.

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