Fora dos limites.

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P.O.V LENA LUTHOR

- Você está sorrindo - meu irmão, Lex, apontou, sentado diante de mim na traseira do Range Rover.

Eu o ignorei conforme observava os pedestres passarem, a maioria corredores e uns poucos alunos carregando mochilas, enquanto James, meu motorista, nos levava para casa.

Eu não estava sorrindo.

Estava insultada, divertida e intrigada, imaginando o rosto bonito e corado dela.

A blusa, abotoada até o pescoço, a saia vermelha justa, os saltos que acentuavam as canelas torneadas e a atitude adequada eram tão diferentes do que eu me lembrava do Mardi Gras. Mas tudo também, sem sombra de dúvida, não foi nenhuma decepção.

Ela tinha sido firme e sexy, quase intocável, e me fascinou pra caramba. Kara tinha um linguajar que me entreteve e me deu tesão, e daí ela me deixou perplexa quando simplesmente saiu e foi embora, nada interessada em facilitar as coisas para mim.

Mas, para minha tristeza, não fui capaz de encontrá-la depois do baile. Ela não estava na lista de convidados, o que significava que tinha ido com alguém, e eu não quis sair por aí fazendo perguntas e incitando as pessoas a falar, então deixei para lá.

Mas agora aqui estava ela, professora do meu filho, perigosa e proibida, o que só fez aumentar o encanto, e estava tão gostosa essa noite quanto esteve naquela sacada meses atrás, sendo que a diferença agora era que eu não poderia encostar nem a porra de um dedo nela.

Puxei o ar, eu suava mesmo com o ar condicionado no máximo, e olhei para o meu filho, sentado ao meu lado com a cabeça enfiada no telefone.

Ia ser um ano longo pra cacete.

- Bem, prepare-se para o golpe. - Meu irmão se recostou no assento, batendo no celular com a caneta stylus. - Mason Lockwood acabou de receber uma doação de dois milhões de dólares da Earhart Fellowship. Eles estão apoiando oficialmente o sujeito como representante de sua alta fibra moral.

Mason Lockwood. Meu único e verdadeiro rival para o Senado.

- Alta fibra moral - repeti, baixinho. -Enquanto eu devoro bebês e me banho em sangue, certo?

Lex riu, finalmente olhando para cima.

- Eles não dizem isso - assegurou. - Não com essas palavras. Na verdade, não dizem nada. Você é um mistério - ele disse, como se olhasse para uma criança.

Já tivemos essa conversa, mas ele nunca engoliu muito bem, e continuava insistindo, com a esperança de me vencer pelo cansaço, mas nem fodendo eu deixaria a imprensa se meter na minha vida pessoal. Era responsabilidade dele desviar a atenção da mídia e manter o foco no que importava.

- É o seu trabalho - lembrei a ele, endurecendo o olhar para que soubesse que eu falava sério.

Mas ele balançou a cabeça para mim e se recostou.

- Lena. - Ele abaixou a voz até virar um sussurro, por causa do meu filho. - Posso dar aos jornais o que você quiser, mas, diante das câmeras, é melhor você começar a dar algumas respostas. É o século XXI, e as pessoas... os eleitores - esclareceu ele - querem saber de tudo.

- Coisas que não são da conta deles -retruquei, com a voz baixa, ouvindo os ruídos dos jogos de Liam, que permanecia imperturbável.

Eu não tinha nada violento nem ilegal a esconder, mas estavam começando a farejar ao redor do meu filho... se perguntando qual papel eu cumpria em sua vida, e estavam causando burburinho com os meus relacionamentos antigos. Umas merdas que não eram da conta deles.

Má Conduta - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora