Me dê alguma coisa.

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P.O.V LENA LUTHOR

Dois dias depois, e eu ainda pensando nela. Que merda estava errada comigo? O almoço seria depois de amanhã, e eu mal podia esperar. Contava que ela não fosse amarelar, porque isso estragaria a porra do meu dia inteiro.

Puxei a caneta, notando que estive retraçando as anotações que havia feito quando me sentei à cabeceira da mesa de reuniões, vagamente ciente de Winn, um dos meus vice-presidentes, atualizando todo mundo quanto aos resultados do último trimestre.

Eu nem sequer ouvia.

Toda vez que ficava parada, minha cabeça voltava para ela. Seu corpo, seus lábios, seu apetite… A mulher estava me enlouquecendo, e eu soube naquele momento que não tinha mentido para ela.

Eu talvez estivesse mesmo com uma quedinha.

Larguei a caneta na mesa, sabendo que aquela era a última coisa de que eu precisava.

Kara Zor-el era linda, educada e forte. Foi feita para enfrentar desafios. Mas também era complicada, difícil e temperamental. Ela não faria amigos com facilidade. Mesmo se não fosse professora do meu filho, mesmo se eu não estivesse prestes a entrar em campanha, sabendo que ir à público com um interesse amoroso me colocaria ainda mais nos holofotes, Kara ainda poderia ferrar comigo.

Pessoas traumatizadas eram sobreviventes, e sobreviviam porque sempre se colocavam em primeiro lugar. A autopreservação exigia isso. Eu não gostava de perceber que talvez não fosse ser a primeira a se afastar.

Eu tinha que apreciar a mulher pelo que ela era e não permitir que ela significasse mais que isso. Ela era divertida, boa de cama e uma distração bem-vinda quando eu tinha tempo. E eu tinha plena certeza de que era a mesma coisa para ela.

Fora isso, ela precisava ser arrancada da minha cabeça. Voltei a mim, me concentrando mais uma vez na mesa à minha frente.

— Certo — falei, interrompendo Winn no meio da frase. — Vão almoçar, continuaremos mais tarde.

Não esperei para ver se alguém tinha perguntas antes de me levantar e ir para o escritório principal e continuar o trabalho que só duplicava, não importava quantas horas eu passasse nele.

Todo mundo foi saindo devagar conforme eu seguia para o computador e começava a repassar as mensagens de Jess. Haveria uma reunião com os acionistas à noite, mas eu enviaria o Lex no meu lugar, e alguns dos novos contratos seriam delegados para os vice-presidentes das regionais. Lex estava certo. Eu não podia fazer tudo sozinha. Com a campanha, e o Senado, se eu ganhasse, teria que aprender a repassar mais trabalho para os outros.

Olhei ao redor, e vi que meu irmão tinha saído da reunião. Peguei o telefone e liguei para ele. Mas Jess entrou.

— Sra. Luthor? A Srta. Lane está aqui para ver o senhor — ela disse.

— Cinco minutos — devolvi.

Ela assentiu, sabendo que era seu trabalho receber e dispensar quem quer que eu quisesse que fosse dispensado, para, assim, eu poder seguir com o dia.

Jess saiu, e Lex atendeu o telefone.

— Você acabou de nos dizer para ir almoçar — ele observou, sabendo que eu precisava que ele voltasse.

— Não você — devolvi. — Quero sair daqui às quatro, então volte.

— Quatro? — ele deixou escapar, mas desliguei o telefone sem responder.

Eu nunca saía cedo assim, e ele sabia. Mas, aos poucos, tenho começado a tentar gerenciar melhor o meu tempo. Eu poderia tirar uma folga, jantar com o Liam e depois trabalhar de casa enquanto ele ia para o quarto fazer o dever de casa ou para a casa de um amigo.

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