Ela sabe de quase tudo.

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P.O.V LENA LUTHOR


— Oi — cumprimentei o Liam ao entrar na cozinha escura. — Como foi o treino?

Ele estava sentado à ilha de granito, recostado em sua cadeira com os polegares digitando furiosamente no celular.

— Bom — respondeu, sem olhar para mim.

As sobrancelhas estavam franzidas, muito concentrado em seja o que for que estivesse fazendo, ou talvez só estivesse tentando parecer ocupado. Ele pegou uma pipoca na tigela diante de si e a jogou para cima, pegando-a com a boca.

Olhei para o chão, balançando a cabeça e sorrindo com a evidência de que ele nem sempre tinha a mira perfeita. Contornei a ilha, me servindo de whisky.

— A chuva está começando — contei a ele.— Me faça um favor e verifique se as venezianas do seu quarto foram puxadas e se as janelas estão fechadas.

— A Sra. Giroux já fez a ronda em todos os quartos — ele me informou, e continuou a digitar no telefone.

— Ótimo. — Assenti, dando um gole no líquido âmbar. — Não acho que o furacão chegará na cidade, mas quero que você fique aqui dentro a menos que esteja na escola ou comigo.

— Não vai ter aula.

Lancei um olhar questionador para ele.

— Do que você está falando?

Ele olhou para cima, como se eu devesse saber.

— Eles cancelaram as aulas até quinta-feira — anunciou. — Estão esperando uma enchente, então não terei aula pelos próximos dois dias.

Abaixei o copo com um estampido e coloquei as mãos na ilha, o encarando.

— Eles enviam recados para os familiares saberem dessas mer… — eu me parei — coisas? — e me corrigi.

— Uhum — ele respondeu, soando sarcástico ao colocar a mão em cima do papel sobre a ilha e o empurrar. — Também enviam e-mail para os pais, se você tivesse se dado o trabalho de verificar.

Peguei o papelzinho azul-claro e li o aviso.

A escola ficava numa área baixa, e devido às fortes chuvas que estavam sendo esperadas, não achavam seguro que alunos e professores circulassem pelas ruas para ir e vir da escola.

— Ah — murmurei, me acalmando. — Bem, que surpresa boa, eu acho. Quando eu era criança, adorava essas folgas de surpresa da escola.

— Eu não sou criança — ele retrucou, pegando o refrigerante do balcão e dando um gole. — Você perdeu essa parte, lembra?

Larguei o papel. O que ele estava tentando conseguir com esse comportamento?

Respirei fundo e liberei o fôlego.

— Bem, então não vou trabalhar... — falei, olhando para ele por cima do meu ombro e pegando um sanduíche no prato que estava na geladeira. — Pensei que poderíamos ir lá no Noonan's comer alguma coisa e assistir ao jogo.

Ele saltou da cadeira e pegou o refrigerante.

— O pai do Marcus o levará para a cabana deles no para pescar por alguns dias e fugir da chuva. Eles me convidaram. — Ele começou a sair da cozinha. — Virão me pegar daqui a meia hora.

O quê?

Bati a porta da geladeira e fui atrás dele.

— Pare! — ladrei, seguindo-o pelo corredor. — Eu não te dei permissão para ir a lugar nenhum. Você pelo menos sabe pescar?

Má Conduta - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora