Tão fria.

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P.O.V LENA LUTHOR

Ao ouvir os aplausos do lado de fora do auditório, tirei o celular do bolso e pressionei o botão, desligando o aparelho.

Aprendi uma coisinha ao longo das últimas semanas. O mundo podia esperar.

Empurrei as portas e entrei, uma enchente de gritos de guerra e instrumentos estridentes me rodeou conforme eu avançava e deixava as portas pesadas baterem às minhas costas.

Jesus. Como eu encontraria o Liam no meio disso aqui?

O ginásio estava lotado, as arquibancadas cheias de ambos os lados da quadra de basquete com pais, funcionários e estudantes, alguns obrigados a ficarem de pé nas laterais por não terem lugar para se sentar.

O pré-jogo de sexta, que costumava ser pela manhã nos dias que os jogos de futebol americano eram à noite, estava sendo à tarde essa semana por causa das provas que fizeram mais cedo.

Liam havia mandado mensagem, me pedindo para vir. A maioria das famílias estaria lá, e ao longo dos últimos dias, ele andou mais e mais interessado que eu visse as coisas que aconteciam na escola e que me encontrasse com seus amigos.

Concordei de imediato. Eu tinha vindo pelo Li, mas estava fazendo um esforço lamentável de ignorar a pequena esperança que tinha de ver a Kara. Estive esperando por isso todos os dias que vim pegá-lo na escola, tentando esmagar a esperança, mas falhando miseravelmente.

Não importa o quanto eu tentasse ignorar a atração, eu sempre esquadrinhava a área da escola procurando por ela depois que a aula acabava, mas ela nunca estava lá. Ela não ia mais lá para fora ver os alunos irem embora, e os únicos vislumbres que eu tinha dela era na internet, nos grupos das redes sociais.

Examinei as arquibancadas com atenção, forçando-me a não procurar por ela, mas também não havia como encontrar o Liam nessa confusão. Eu estava quase pegando o telefone para mandar mensagem para ele quando vi o Clark, irmão da Kara, assistindo, da lateral, à apresentação de dança que estava sendo feita no meio da quadra.

Debati comigo mesmo se devia ou não o cumprimentar, mas não dizer oi só prolongaria a esquisitice.

— Clark. — Eu me aproximei dele e cruzei os braços. — Tudo bem?

Ele virou a cabeça para mim, me lançando um sorriso genuíno. Acho que Kara não tinha contado nada para ele, senão ele teria agido diferente.

— Muito bem — ele respondeu. — Vou levar a Kara para jantar depois disso aqui. Só espero que ela não tenha que ficar mais tempo para limpar a bagunça.

Ele riu, e eu só assenti, desejando não amar ouvir coisas sobre ela.

— Obrigado pelas apresentações no almoço daquele dia — ele falou.

— Não foi nada — respondi. — Espero que tenha ajudado. Sei como pode ser difícil se infiltrar nos círculos sociais certos por aqui.

— Sabe? — ele devolveu, um olhar divertido em seu rosto.

Suspirei uma risadinha, olhando-o nos olhos.

— Usei o dinheiro da minha família para ter uma boa formação, mas construí minha empresa sozinha.

Ele pareceu levar na esportiva, porque voltou a se virar para a quadra e não disse mais nada.

Ficamos lá em silêncio por alguns instantes, e eu vi Liam acenar das arquibancadas. Estendi a mão, acenando de volta, e ele se sentou com os amigos, aplaudindo com o público quando as líderes de torcida assumiram seus lugares.

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