Você já me machucou.

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P.O.V KARA ZOR-EL


Nada bom vem fácil. A foto minha com a Lena estava espalhada pela internet, a notícia sobre o nosso relacionamento se  tornou de conhecimento público, e não havia como voltar atrás. Sábado à noite ela havia me assumido, jogado as próprias ambições para o alto e arriscado o que queria para ter a mim.

Nunca me senti tão amada.

Nem mesmo os meus pais nunca me colocaram em primeiro lugar, acima de todo o resto. Minha carreira era mais importante para eles, não a minha sanidade nem a minha segurança.

Lena e eu passamos aquela noite na casa dela, e quando ela acordou na manhã seguinte, eu fui a primeira coisa de que ela precisou.

Ela não verificou celular, e-mail, nem avaliou o dano que talvez tivéssemos causado à nossa carreira. A gente fodeu e riu e comeu, e então conversamos com o Li quando ele chegou da casa do amigo.

No fim das contas, tínhamos muita sorte. A interpretação que o Lex deu à história minimizou o dano, e Lena havia ligado para a mãe do Liam ontem para explicar a situação. Não que ela precisasse se inteirar dos detalhes, mas queríamos que ela soubesse por nós antes que descobrisse de outra forma.

Ela ficou lívida. A mulher já não confiava na Lena, e não me conhecia bem, então encarou como já esperávamos: como uma traição. Até ela conversar com o Liam.

Não sei o que ele disse, mas eu tinha uma sensação bem clara de que eu ainda não estava ciente da magnitude das habilidades do garoto.

Ele parecia ter acalmado a mãe o suficiente para que ela não viesse correndo. Embora ele tenha precisado adoçá-la ao aceitar passar o Natal com ela e o marido.

Haveria algumas dificuldades iniciais enquanto nos ajustávamos às consequências e à atenção pública sobre o nosso relacionamento, mas eu já sentia ter muito mais sorte do que deveria ter.

Na segunda-feira de manhã, entrei na diretoria da escola usando calça cáqui skinny e uma blusa de aparência romântica com manga longa e uma gola laço.

Minha entrevista sobre minha metodologia de ensino seria à tarde, daí escolhi me vestir de forma conservadora, mas na moda.

— Ele tem um tempinho para me atender? — perguntei à Sra. Vincent ao me aproximar da mesa dela.

Ela ergueu a cabeça, e um olhar cruzou o seu rosto ao perceber que era eu. Não pude dizer se era bom ou ruim, mas ficou claro que ela sabia o que se passava.

— Acho que sim. — Ela assentiu. — Pode entrar.

Eu me aproximei da porta do diretor e bati, mesmo ela estando entreaberta.

— Sr. Edge? — chamei.

Ele olhou para trás. O homem estava de pé mexendo no arquivo, e me lançou um sorriso forçado.

— Kara, oi. — Ele suspirou. — Entre. Estou feliz por você ter vindo aqui.

Entrei, certificando-me de fechar a porta, porque eu não precisava de que a Sra. Vincent soubesse mais do que já sabia.

Mantive as costas retas e os ombros enquadrados, mesmo eu me sentindo como se estivesse usando o distintivo da vergonha.

Eu tinha fodido com a mãe de um aluno. Eu era uma vagabunda, uma ameaça para todas as outras famílias da escola. Seria assim que alguns pais e outros professores veriam.

Não veriam que eu estava apaixonada. Que Lena Luthor foi a única pessoa a me abrir, a me amar, e quem precisou de tudo o que viu. Que ela era a única pessoa de quem eu precisava da mesma forma.

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