Erros merecem perdão.

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P.O.V KARA ZOR-EL

O corpo de Lena se moveu sob o meu, e abri os olhos, vendo-a estender a mão e ligar o dockstation para iPod. A melodia suave de Glycerine, de Bush, saiu dos alto-falantes, e eu fechei os olhos, ouvindo a chuva leve bater nas janelas do quarto dela.

— Você colocou um iPod aqui — falei, o tom um pouco acima de um sussurro, me aninhando no calor seguro do seu corpo.

Os dedos roçavam para cima e para baixo nas minhas costas quando ela beijou a minha testa.

— Comecei a reservar um tempo para aproveitar as pequenas coisas de novo — respondeu. — Redescobrir a minha juventude…

Meu corpo sacudiu com uma risadinha. Foi tudo o que consegui, eu estava tão cansada.

Mental e fisicamente.

— É — brinquei. — Acho que eu tinha uns dois anos quando essa música foi lançada.

Ela bufou.

— Bem, ouça e aprenda — retrucou. — Ela é da época em que ainda havia música boa.

— Humm — lamentei, deslizando a perna sobre o seu quadril e deitando o corpo sobre o dela.

Eu me enxarquei na sensação dos seus seios nu nos meus seios desnudos, nós duas completamente despidas sob os lençóis.

— Você está bem? — ela perguntou, com carinho, deslizando as mãos para cima e para baixo nas minhas costelas.

— Não me pergunte isso — avisei, me aconchegando no seu peito com os olhos fechados. — Nunca.

— Tudo bem — respondeu, baixinho. — Como você se sente?

Eu ri, amando a forma como ela conseguia me engambelar.

Eu estava cansada de gente se preocupando comigo, me mimando e de gastar o meu tempo com coisas que não me traziam felicidade.

Lena era a minha felicidade, e no momento eu estava exatamente onde queria estar e fazendo exatamente o que queria fazer.

— A salvo — respondi.

Depois de chegarmos em casa ontem à noite, e de deixar meu irmão sozinho lá na escola, nós levamos o Liam para jantar no La Crepe Nanou. Após eu ter chorado no carro do Lena, discutir com ela quanto a só passar a noite em casa, e secar os olhos.

Não permitiria que mais nada entrasse no nosso caminho. Prometemos a Liam que jantaríamos fora, e não o decepcionaríamos.

Fiquei arrasada com a traição do meu irmão, e não fazia ideia do que ele ia fazer, se algum dia voltaria a me sentir segura perto dele, mas estava farta de esperar para retomar a minha própria vida.

Depois do jantar, mergulhei no chuveiro de Lena, nenhuma de nós nos importando por Liam talvez saber que eu passaria a noite lá. Não seria um hábito, e poderíamos ser discretas, mas Lena não me deixaria ir para casa depois do acontecido, e Liam parecia empolgado para me ter por perto.

— Não quero o Clark perto de você —insistiu Lena, segurando a minha bunda com as duas mãos.

— Nem eu — assegurei a ela. — Não imediatamente, de qualquer forma.

— Kara — ela avisou, não gostando nada daquilo.

Abri minhas pálpebras pesadas e me ergui, meu cabelo fazendo cócegas nos meus seios.

— Ele não teria me machucado — falei, encarando-a e passando as mãos por seu ombro.

— Não tem como você saber — apontou. — Ele precisa de ajuda.

Má Conduta - Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora