2 - A Noite Que Te Encontrei ✳️

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" Aquele anjo iluminado, parecia ter tudo tão perfeito, mas foi tão acabado"

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" Aquele anjo iluminado, parecia ter tudo tão perfeito, mas foi tão acabado".

Jeremy

Ano de 2015...

Minha vida não podia estar mais que perfeita, pois mesmo tendo apenas quinze anos, já tinha conquistado tudo que poderia querer, tinha notas perfeitas na escola, e olha que nem precisava me esforçar tanto assim, porque sempre tive facilidade em aprender, já tinha também um emprego de meio período, que usava parte do dinheiro que recebia para empreender na minha faculdade, e a outra em coisas úteis ao dia, meus pais até que podiam ter empregos bons que sustentavam a casa com folga, mas eu gostava de ter essa sensação de controle em minhas mãos, e eles me apoiam bastante.

Também tinha uma namorada linda e perfeita, Alice, ela também tinha a minha idade, cabelos ruivos, olhos azuis e uma boca carnuda que era bom de beijar, ela também tinha algumas sardas no rosto e seios fartos, e era muito gentil, eu sempre amava estar com ela, e por mais que as pessoas dissessem que éramos jovens demais para entender sobre o amor, já tínhamos feito planos para nós casar no futuro quando estivermos formados e bem de vida, afinal não tinha como o que temos não ser real.

Só de pensar que a veria em tão pouco tempo meu coração já se enchia de felicidade, afinal era hoje o aniversário de minha amada, hoje Alice faria quinze anos, e como era em um domingo, a família havia decidido fazer a festa durante o dia, já que a filha tinha aula no dia seguinte.

Me lembro claramente dela protestar, afinal ela queria algo mais chamativo como uma balada, não que eu fosse contra, pois mesmo parecendo tão certinho, também tinha alguns momentos de ousadia que gostava de passar ao lado dela, mas dessa vez tinha que concordar com meus sogros, as provas do início do anos ainda só estavam começando, então não dava para vacilar, mas depois quem sabe a chamasse para sair, já que não gostava de ver ela frustrada.

Eram tantas as opções por minha mente enquanto o carro da minha família ganhava estrada, que tive que respirar fundo por um momento para organizá-las, no meu colo estava o presente que daria a ela, era uma pulseira com pingentes bem diversificados, junto com um ingresso para o show de rock da banda favorita dela, que por sinal foi trabalhoso extorquir, digo, conseguir, mesmo que pelo dobro do preço.

Ao meu lado minha irmã estava pensativa, estava vestida com um vestido branco com pequenas flores, e seus cabelos loiros estavam presos em um coque alto, simplesmente muito fofa, isso quando não estava brava, mas posso viver com isso.

A frente meus pais estavam tendo uma conversa animada sobre algo do trabalho, meu pai era dono de uma confeitaria bem frequentada da cidade, e minha mãe era diretora da única escola de ensino médio da região, o que limitava muito minha lista de lugares pra ir sem que ao menos um deles estivesse por perto devido a localização de ambos os lugares nessa cidade pequena, mas gostava que fosse assim, porque eles eram pessoas que realmente podia se contar.

Estava tão distraído em meus pensamentos que mal reparei que havíamos chegado na casa de Alice, foi apenas quando Aline cutucou meu braço, e disse uma de suas gracinhas, e que fui reparar.

- Não me diga que já quer desistir do namoro - apenas revirei meus olhos e sai do carro.

Não demorou nem um minuto e Alice veio correndo até mim e me abraçou, depois me deu um selinho demorado.

Sério as vezes eu me pergunto como ela se acostumou tão rápido a presença dos meus pais, eu ainda tinha calafrios quando via os meus sogros.

Mas apesar da possibilidade deles aparecerem, não me impediu de abraçá-la também, e lhe dar outro selinho na esperança de algo mais, mas logo paramos com Aline pigarreando, e antes de me soltar Alice disse.

- Que bom que veio - e foi cumprimentar os outros, sob protestos da minha irmã que se fossemos continuar assim era melhor irmos para um quarto.

Meus pais apenas riram ao ouvir, mas apenas por garantia, olhei para os lados para ver se meus sogros não estavam por perto.

Assim que ela terminou de cumprimentar eles voltou até mim, e eu entreguei o meu presente, e como eu imaginava ela gritou na hora.

- E sério ? - ela me olhou com os olhos brilhantes.

- Claro - ela me abraçou de novo e fomos todos para dentro.

Antecipados como sempre, meus pais e irmã já haviam dado os presentes para ela, mas como eu gostava de um bom mistério havia deixado para o dia, mesmo sabendo do nível de curiosidade absurdo da minha namorada.

Maldade ou não, gostava que ela tivesse mais um motivo para pensar em mim.

Enquanto ela ia guardar o meu presente, eu aproveitei para ir em busca de algo para beber já que o dia estava quente, mas quando voltei para esperar pela Alice, acabei vendo o que não queria.

Alice estava ao pé da escada, enquanto Yan colocava sua mão em cima da dela que estava no corrimão, eu estava quase cruzando a porta da cozinha para a sala, mas me detive no lugar, como se algo dissesse que eu devia ficar para observava a cena, mesmo eu não indo muito com a cara do meu querido primo.

Yan até que era legal quando mais novo, lembro bem da gente jogar muito futebol junto, mas quando entrou na adolescência, acabou incorporando o rebelde sem causa de uma forma, que às vezes dava vontade de pegar e jogar pela janela.

O cabelo moicano, as roupas pretas, as tatuagens e os piercing até que davam para relevar, mas todo aquele temperamento que veio de brinde e um porre, porque ninguém podia chegar perto e dizer oi, que ele já queria brigar.

Mas mesmo com todo o histórico encrenqueiro do meu primo, minha intuição mandou esperar, e eu esperei, embora minha mão já estivesse coçando para acerta-lo por tamanha ousadia, só que antes disso acabei ouvindo algo bem inusitado.

- Pensei que tivesse queimado seu convite, que faz aqui ? - minha namorada falou.

- Ainda estamos nesse joguinho Alice, eu te falei que o Jeremy não serve para você.

- Convenhamos que o que você acha é bem questionável - ela falou irritada já se preparando para sair, mas ele segurou seu pulso.

- Merda Alice, eu te amo, o que eu tenho que fazer para que você entenda ?

- E o que eu tenho que fazer, para que entenda de uma vez por todas, que eu namoro, e estou muito feliz?

Entendendo que era hora de intervir, eu me aproximei.

- Está tudo bem por aqui ? - eu perguntei, e vi que na hora ele soltou a mão de Alice.

- Sim, vamos ? - preocupada ela me puxou para outro canto, e eu simplesmente deixei, afinal era o dia dela, e não queria estragar ele, mas depois ele não me escapa.

O restante do dia foi tranquilo, sem nem mesmo qualquer sinal de perturbação, mas também não vi mais Yan, também não é como se fizesse falta.

Na volta estava tudo mais tranquilo, sem toda aquela ansiedade por ver Alice, já podia organizar tranquilamente os planos que faria durante a semana, pois gostava de tudo planejado, mas acabei sendo interrompido de meus pensamentos, quando meu pai freou de forma brusca.

No começo eu não entendi o que poderia ser, e me preocupei que uma tragédia pudesse ter acontecido, mas ao olhar para frente, eu entendi o motivo.

Uma garota maltrapilha estava na pista, seus cabelos cobriam o rosto, e pelo modo como estava agindo, parecia bem desorientada.

- Mas, o que... - Aline começou a dizer, mas parou no meio da frase, porque meus pais já haviam saído do carro, para auxiliar a desconhecida, e sem perder tempo, fomos também.

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