- Era uma vez Jeremy, um belo garoto de olhos verdes, cabelo loiros cacheados, um fácil sorriso, e blá, blá, blá, e muito chato ficar falando de coisas que eu já sei que sou, só que isso foi a muito tempo atrás, pois no exato momento que conheci Kya...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
"Anjo iluminado, Que entre um pouco e o muito, Ainda vive no passado e aflito".
Jeremy
Estava tão bom assim, simplesmente só estar com Melody, deixar de me afastar, só viver sem o peso de todo medo, cuidar dela em seus momentos ruins, porque sim, eu estava lá quando ela perdeu o avô, também estava lá no dia seguinte, para garantir a sua felicidade, embora seus olhos, ainda mostrassem um conflito que não sabia bem como consertar, mas por enquanto estava tudo bem como estava, os demais problemas podiam ser resolvidos com o tempo, desde que tudo continuasse em paz.
Mas não, Melody tinha que vir com essa " realmente é tão fácil te amar".
Amor, por que raios tudo tinha que envolver o amor ? Não podíamos ser só amigos sem todo esse sentimentalismo ?
Claro que saí de lá antes que a conversa ficasse mais séria, não me importei se ainda estávamos em período de aula, e pelo visto minha mãe já devia estar ciente da situação, do motivo de eu querer escapar, já que não encontrei ninguém em meu caminho.
Ela até podia levar o trabalho ao pé da letra, mas também entendia bem quando uma situação era mais sufocante, e essa era uma delas, eu apenas corri, e corri, minha mente já nem prestava atenção no caminho, eu só queria a distância.
Em um dado momento, meus olhos se encheram de lágrimas, e não parava, a dor em meu peito era terrível, se era ou não exagero de minha mente, era difícil dizer, mas o trauma ainda parecia tão fresco em minha memória, que era impossível deixar de lado.
Eu continuei correndo, quando dei por mim, já estava em frente ao único lugar, que sempre busquei evitar desde o dia da tragédia em minha vida, o cemitério de Salém.
Dos portões dava para ver as lápides, algumas desgastadas, que eram de famílias mais antigas. Eu sabia que se tomasse o caminho à esquerda, por entre as árvores, por uns dois minutos, dava para encontrar o mausoléu da família Brassard, onde Alice descansava pela eternidade, eu sabia porque em um certo dia ela havia me contado, pois não havia me dado a luxo de entrar para ver desde que ela se foi, uma fraqueza que de certa forma dividia a minha vida, afinal aquele passado que tinha, ainda estava lá agora, bem na minha frente.
Sem que tivesse reparado, eu já estava lá na frente do mausoléu dos Brassard, ele também era todo cinza, como o resto do cemitério, com um portão que podia ser facilmente passado, mas na minha dor, eu apenas fiquei por lá, me sentei à sombra de uma árvore, e fiquei apenas observando por tempo indeterminado.
Acho que devo ter cochilado, não sei, porque de outra forma não explicaria o que ouvi.
" Vamos lá Jeremy, vai deixar aquela bruxa ganhar assim tão fácil, mostre para ela quem que manda no seu coração é você, vá viver o seu amor, e destrua lentamente a bruxa ".
Levantei em um sobressalto, meu coração batia acelerado, tinha certeza que a voz que eu ouvi era de Alice, como pode ?
Mas mesmo sem ter uma resposta, meu coração se encheu de coragem, e logo saí do cemitério, rumo ao único lugar que queria estar.
