18 - Vida Nova ? Parte: 4 ☄️

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" Anjo, anjo renovado,Pode um recomeço,Quando está tão maltratado ?"

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" Anjo, anjo renovado,
Pode um recomeço,
Quando está tão maltratado ?"

Melody

Chegamos na casa da vovó Elizabeth e do vovô Heitor quase na hora do almoço, eles estavam sentados em um banco de madeira, que tinha perto do muro branco da casa.

Assim que nos viram, eles se levantaram, e foram nos receber na porta do carro.

Meu avô Heitor vestia uma camisa cinza, e uma calça xadrez, seus cabelos estavam tão ralos, que foi inevitável pensar, que daqui alguns anos não existiriam mais.

Minha avó vestia um vestido sem graça florido, estava tão magra que a qualquer momento poderia sumir, ou o vento carregar ela. Atrás deles, tinha um portão cinza metálico, mas dava para ver bem que quase não se movimentava direito, porque vovó fazia questão de manter o pouco quintal que tinham, como se fosse um mato de tão cheio de plantas ornamentais, e se não bastasse o chão, aquilo ainda subia pelas paredes, tanto que mal dava para ver a cor da parede, na primavera pensa o quê de perfume que tem nessa casa, é horrível.

Revirei os olhos e saio do carro, o meu pai já estava dando a volta, e assim que fecho a porta, vovó me pega em um abraço apertado demais, e ainda faz questão de apertar as minhas bochechas, era só o que me faltava.

- Minha netinha linda, a quanto tempo, seja bem vinda de volta.

- Obrigada vovó - falei num tom cansado.

Meu avô Heitor foi mais contido, apenas me deu um aperto de mão, e um abraço de lado.

- Bom te ver.

- Digo o mesmo - embora quisesse no fundo sair correndo dali.

- Bom, poderiam ficar de olho nela, vou no colégio acertar a papelada?

Dei de ombros, realmente não queria ouvir muito sobre essa conversa, fui pra dentro, e me joguei no sofá.

Outro ponto bem irritante de morar na casa deles, é que não faziam muita questão do novo, desde os porta-retratos, que ficavam em cada canto da parede da casa, até os móveis, e isso deixava a casa com cheiro de velho, é muito chato.

Vovó só não manteve os eletrônicos também, porque a mulher que vem cuidar daqui reclamou, mas resumindo, o antigo da casa com o novo, resultou em uma combinação pavorosa, bem que vovó podia abrir mão de tantas coisas, deixar a casa mais chique, seria mais suportável.

Eu suspirei derrotada, às vezes acho que coloco defeito em tudo, mas fazer o quê? Nada depois dela faz sentido.

Pego meu celular para voltar a ouvir músicas, quando percebo que o maldito está descarregado.

- Mas que droga - o jogo de uma banda, e me levantei irritada, passei as mão por meus cabelos, e quando olho para o lado, vejo na lareira, um porta-retratos com uma foto do casamento dela, foi inevitável me sentir mais leve, me lembro até hoje daquele sorriso, e mal percebo quando meus avós entram.

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