26 - Melodia 2 🌙

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" Anjo apaixonado,que vai superando,as adversidades do passado"

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" Anjo apaixonado,
que vai superando,
as adversidades do passado".

Jeremy

Cheguei na casa de Melody super nervoso, mas logo percebi que não conseguiria continuar me sentindo assim, pois toda a vez que ela implicava comigo, logo me animava em implicar de volta.

Conversamos bastante, e percebi ela meio sem jeito, quando perguntei o motivo dela ter sido transferida para cá, mas não pressionei, afinal se quisesse descobrir, tinha minhas fontes, e o clima estava muito bom para deixar brechas para algum desentendimento.

Quando enfim terminamos o trabalho e tive que partir, me vi ansiando por mais momentos assim, até mais contato físico, quando dei por mim, já estava me aproximando para deixar um beijo em sua bochecha, mas na pressa com receio dela se afastar, acabou que quase demos um selinho.

Foi bom, certamente essa cena não sairia da minha cabeça tão cedo, mas logo me lembrei da maldição, e me afastei rápido, merda, o que eu estava fazendo ? baixei minha guarda por míseros segundos, e olha onde tudo chegou, estava colocando ela em risco, e Melody sequer se afastou.

Se por um lado, meu inconsciente não tolerava meus atos, por outro, meu coração dava saltos de felicidade, ela não se afastou.

Eu realmente estava dividido entre o que eu precisava fazer, e o que eu queria, e assim perdido em pensamentos, levei a mão ao bolso de minha calça, onde era costume guardar meu celular, mas acabei notando que ele não estava lá.

Merda, devia ter esquecido na casa de Melody, suspirei derrotado, pois em meio a tantas dúvidas, era certo que eu teria que voltar, pois implicante como melody era, duvidava que fosse levá-lo na segunda.

Para não chegar tarde em casa, me apressei em voltar, mas assim que me aproximei da casa, logo fui notando que algo estava errado, as luzes da casa estavam todas acesas, e o avô da Melody estava na rua com a cara horrorizada.

— Senhor Foster, tudo bem ? — fui logo perguntando assim que me aproximei.

— Ah, meu jovem, não está nada bem… Eu não sei o que aconteceu.

— Se acalme — coloquei a mão no ombro dele, e o fui instruindo — respirei fundo — notei quando ele lentamente me obedecia — agora me diga, o que houve ?

— A Melody, depois que você saiu, ela voltou ao quarto, devia estar cansada, mas… — notei que ele começou a ficar desinquieto de novo, e fui logo perguntando, antes que o desespero falasse mais alto de novo.

— O que houve com a Melody ?

— Ela se levantou da cama ainda de olhos fechados, chamava pela mãe, e aí … — ele ameaçou chorar.

— O que houve ? — perguntei já preocupado.

— Ela começou a correr, e foi em direção à floresta — arregalei os olhos, no mesmo segundo, uma lágrima solitária escorreu pela face do avô de Melody, e sem ver, já estava jogando minhas coisas na rua, e corri como se minha vida dependesse disso.

Mas de certo modo dependia, Melody pouco a pouco foi ganhando espaço em minha vida, tanto que já era estranho pensar em minha vida antes dela, era tudo parecido com um grande vazio, e agora sem que eu perceba, uma sensação de perda, me invade e me dilacera por completo, que sequer ouço o avô de Melody gritar, que era perigoso entrar na floresta tão tarde.

Era uma dor quase tão sufocante, quanto a que me lembro de sentir na noite que perdi Alice, era meio estranho fazer uma comparação assim, em meio a tanta adrenalina e perigo, mas o medo de perdê-la logo,  depois de ter se tornado parte da minha vida, fez meu coração gritar algo que em meio a maldição insistia em negar, estava me apaixonando por Melody.

Não, impossível ser paixão, talvez alguma afeição exista, mas não mais que isso, pensei enquanto alcançava finalmente a floresta, e sumia mata adentro, mas como algo assim poderia me distrair, guardei no fundo do meu consciente, para dar a devida seriedade no momento adequado.

...

Mesmo inconsciente, Melody estava correndo pela floresta, no que aparentemente era uma crise de sonambulismo bem extrema, onde ela poderia acabar em algum lugar suscetível a ataques de animais, ou pior, ela poderia continuar correndo, e ir em direção ao precipício, e acabar se matando.

Nenhuma das alternativas me deixava menos preocupado, então, rapidamente fui apurando meus sentidos, para ver se a encontrava, quando enfim encontrei sons.

Merda, ela estava muito à frente, preocupado, forcei minhas pernas a irem mais rápido, talvez a consiga alcançar, mas o máximo que consegui, foi ver suas silhueta em meio à noite que surgia.

Ela ainda estava com a mesma roupa de mais cedo, e merda, ainda estava dormindo.

— MELODY — gritei para ver se acordava, ou mesmo se diminuía o ritmo, mas nada aconteceu, e meu coração ficou ainda mais apertado, foi  quando a floresta sumiu, e finalmente vi o precipício surgir.

Nada estava ajudando para para-lá, então só me restava uma alternativa antes que ela chegasse perto demais do perigo.

Minhas asas, desde a maldição era algo que eu recusava sequer a pensar, elas não eram mais algo belo, eram negras e exalavam uma energia ruim, e doía quando as liberava, muito diferente de quando nossos pais ensinavam como usá-las, e sempre aconselhando sobre quem devia saber ou não os nossos segredos, dado aos perigos que o sobrenatural tinha, agora esses tempos não passavam de boas memórias, o que era uma merda.

Mas se bem que, tanto cuidado não impediu de Alice ser levada de mim.

Por poucos segundos penso, o que ela teria dito se mostrasse cada um dos segredos que nossa família tem ? Qual seria sua expressão ?

Mas logo deixei esses pensamentos de lado também, arranquei minha blusa e deixei elas saírem. Na mesma hora uma dor agoniante subiu por meu corpo, que me fez cambalear, mas a ignorei quando dei o primeiro impulso.

Tinha que ser assim, de outra forma eu não conseguiria alcançá-la.

Com minhas asas eu era muito mais veloz, com elas também já fui alguém completo, em memórias que já nem pareciam ser minhas.

Agora era tudo ou nada.

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