-Aqui seu almoço, vou ter que ir trabalhar porém aquele seu namoradinho parece que vai ficar com com você, só estou deixando pois você está desse jeito, caso contrário eu nem deixaria ele passar da porteira-meu pai me entrega o prato com comida, já era o quarto dia que estou em casa e isso está me afetando mais do que deveria.-Obrigado pai, você não sabe o tédio que sinto estando aqui sozinha-digo enquanto levo a colher até a boca, amo a comida do meu pai. Ele está a aprender com a Maria e está sendo ótimo, o tempero é leve tornando a comida mais leve para degustar.
-Estou indo e daqui a pouco ele aparece, não se esqueça que a médica receitou que fique de repouso até segunda ordem-deixou um beijo em minha testa e logo sai.
E lá estava sozinha novamente, já deveria ter me acostumado a estar assim de repouso como se estivesse em um leito de morte, mas ainda sim me lembro do como era antes, sempre estava cercada de pessoas, me lembro até o quanto eu acabei por me esforça pelo diploma que nem consegui receber, tive essa maldita doença e não pude tirar as minhas fotos, receber o meu certificado e estou presa aqui.
-Ei, tá viva ainda?-vejo o menino me encarar.
Estava tão entretida em dizer mal da tal coisa que me afetou que mal pude ver o garoto entrando, se fosse um assassino eu já estaria morte por esse horário.
-Não bate mais na porta?-pergunto enquanto o folgado se senta no sofá.
-Se você aprendesse a trancar-ele deixa um beijo em meus lábios enquanto parece mecher em algo.
-O que tá aprontando oruam?-questiono assim que vejo olhar atrás do homem.
-Tava triste né, daí trouxe meu parcerin pra tu conhecer-ele então mostra o animal em suas mãos.
-Eu achei que você fosse louco porém nesse ponto isso é inacreditável, como você conseguiu um macaco Mauro?-vejo o pequeno animal subir para as costas do menino.
-Qual foi? Tava buscando alguma coisa maneira pra me fazer compainha lá no rj, achei esse macacão aqui, respeito que o nome dele é menor.
O nome do macaquinho e bem peculiar, não vou discutir quanto a isso pois o animal não é meu mesmo.
-Posso segurar?-pergunto interresada no macaco que bagunçava o cabelo dele.
-Claro-ele pega o animal e logo deixa em minhas mãos, aquilo era incrível. Eu nunca pude ter contato com animais exóticos por conta que precise de licença para se quer tocar em um.
-Olha como você é fofo, sou a Luísa-digo como se ele fosse me entender e o pequeno animal começa a bagunça meu cabelo.
-Ele é desse jeito mesmo, como é meu filho deve estar vendo se você não é tóxica-a indireta e bem direta mesmo.
-E o que o pai dele achou de mim?-digo me aproximando.
-Achei uma mina gata pra começar e talvez uma futura Nepomuceno-ele fala enquanto pega o macaco de volta e gruda nossos lábios.
-Não deveríamos nos beijar, ainda estou doente-falo assim que consigo me soltar de seus encantos.
-Eu tento até me segurar tá ligado? E tu acha que eu consigo? Consigo não irmão-diz enquanto tenta se aproximar novamente.
-Acho que o macaquinho tá com fome, trouxe a mamadeira dele? Pois deve ser um neném ainda-mudo o rumo do assunto.
-C é louco, sou um pai do caralho mesmo até trouxe as coisinhas dele-ele pega uma mamadeira da bolsa que trouxe e eu nem havia visto.
-Poise, já pode ser considerado o pai do ano-me arrumo no sofá e ele senta do meu lado.
Ele então deixa o próprio macaco começar a tomar a mamadeira enquanto eu acariciou o pelo do bichinho, ele era tão fofo e a forma que ele montou em meus ombros foi mais fofo ainda, ainda deixo meu cabelo todo bagunçado. E então o macaquinho já estava a dormir no colo do oruam que parecia prestar bastante atenção eu como eu acaricia o bichinho.
-Ele gastou todas as energias brincando, se é logo esse bicho está atentando a minha mãe lá em casa desde cedo.
-Como eu não vi ele?-pergunto enquanto o vejo dormir, que coisa fofa.
-Ele não tava aqui, chegou hoje esse comédia-meto um tapa fraco na sua cabeça-Vai começar a me bater assim como todo mundo?
-Olha como ele é fofo, como você sequer tem coragem de falar assim de um neném como esse-digo enquanto olho o animalzinho que ainda esteja pendurado na mão do garoto, e nato ele se levanta e deita o macaco no outro sofá.
-Agora somos apenas eu e você-ele vem em minha direção e já sinto meu coração errar as próprias batidas.
-Então já podemos conversar ou ver um filme-digo e vejo seu sorriso sacana desmanchar.
-Quer conversar então vamos conversar-ele diz assim que senta novamente ao meu lado-por falar em conversa eu vou contar pro rio nesse final de semana.
-Pq tão cedo?
-Eu já estou aqui a muitos dias, preciso voltar para a minha rotina de antes-fala enquanto faz uma carícia na minha cabeça.
-Vai me abandonar aqui?-pergunto enquanto ainda o encarava.
-Vou não pô, vou vir te visitar assim que conseguir fugir de novo do meu mundo caótico, vou sentir uma saudade do caralho de todo mundo. Mas eu volto, eu sempre volto...
-Não quero pensar em despedidas agora, é uma coisa que não nunca gosto, acho que se alguém entra na minha vida talvez seja para ficar porém sempre tem aquelas que optam por partir-nem eu mesma pude acreditar que disse isso, talvez no fundo seja apenas uma verdade que todos já sabem.
-Caralho isso foi bem poético-deixa um beijo nos meus lábios-minha futura namorada e uma poeta do cacete.
Futura namorada...
Talvez seja coisa do momento pois assim que percebi já estávamos aos beijos no sofá, amo estar com esse garoto e só vou curtir esse momento bom que temos pois são apenas esses momentos que vao ficar na memória quando ele partir, sei que ele talvez possa não ser o futuro pai dos meus filhos mas estará no meu livro de histórias. Como o grande cantor que acabou se apaixonando por uma jovem pobre do campo, ou melhor, do interior de São Paulo.
-Você vai estar no meu livro de histórias, que eu vou contar para os meus filhos assim que eles tiverem idade, como histórias para dormir-digo entre beijos com o garoto.
-Eu vou ser o pai que vai estar do teu lado para contar também, isso é uma promessa pô.
E talvez tenha sido a partir daí que eu realmente entendi o significado do amor, faz com que fiquemos feliz apenas com o básico e com uma alegria no viver. Enquanto ao mesmo tempo podemos entrar em uma imensa escuridão sem fim, apenas esperando que uma outra luz venha lhe mostrar o caminho para fora de tal sofrimento. Eu gosto de sentir esse sentimento, só não quero me decepcionar...
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Não sejam leitores 👻 .Querem sofrimento básico ou traumático? Sempre penso no bem dos meus leitores.
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Sᴇᴍᴘʀᴇ Fᴏɪ Vᴏᴄᴇ̂ -Oʀᴜᴀᴍ
FanfictionQuando oruam decidi passar um tempo na casa de sua mãe no interior de São Paulo e o que ele menos imaginou acontece, conheceu uma nova garota que mudou seus pensamentos ou até mesmo seus sentimentos.