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KURT

Eu não podia acreditar que eles tiveram o atrevimento de baixar aqui no meu bando para ter o descaramento de exigir que eu me afastasse de Rosa e me casasse imediatamente com Giselle!

— Não — foi a minha resposta, enquanto observava as expressões de susto deles.

— Alfa, isso é uma ordem direta do Rei!

— Ele sempre envia uma carta, com selo e tudo. Eu não recebi nada. Portanto, não é uma ordem direta dele.

Ver como o Ancião abria a boca igual a um peixe fora d'água, tentando achar um argumento e não achando, foi ótimo.

— Alfa Kurt... Reconsidere suas palavras! Estamos aqui apenas para evitar que o Rei se aborreça de vez!

— Eu não vou casar agora. Eu tenho planos antes de me casar.

— Em quatro meses será o seu aniversário, Alfa. São três décadas e o senhor não tem um herdeiro. O seu tempo está passando e o Rei não está nem um pouco contente com isso.

— Eu vou me casar, não se preocupe. E não vai faltar um herdeiro.

— O senhor está certo disso?

— A não ser que alguém atrapalhe os meus planos, eu tenho certeza.

O líder deles pareceu satisfeito com a minha resposta. Eu disse que me casaria, eu não disse com quem.

Quando eles foram embora, finalmente, eu sabia que teria que falar com o Rei logo ou ele de fato me mandaria casar com Giselle. O problema foi que dali a dois dias, a tal carta chegou.

Segundo o Rei, Alfa Gregório estava preocupado, pois após o noivado, houve aquele escândalo e a filha dele tinha sido muito humilhada e apenas um casamento entre ela e eu, o mais rápido possível, poderia apagar aquele vexame.

Chamei Finn ao meu escritório e assim que ele chegou, eu estava de péssimo humor e ele sabia disso.

— O que houve, agora? — Ele perguntou e olhou para o envelope em cima da mesa — ordens reais?

— Sim. Ele exige que o meu casamento seja em uma semana, Finn. Uma maldita semana! – Eu me levantei e passei a mão por meu cabelo, nervoso — Falta pouco para o aniversário de Rosa... mas que maldição!

— Tente falar com ele. Imediatamente. Porque uma semana passa rápido e sendo assim, você não pode mais adiar o seu encontro com ele.

Eu sabia que ele estava certo. Pelo menos agora Rosa já era mais tão fraca fisicamente como antes, apesar de que sem um lobo, ela não poderia lutar de igual para igual com um lobisomem treinado, ou mesmo com um macho.

— Rosa não pode ir comigo. O Rei pode ver isso como um desrespeito e eu não vou arriscar que ele mande executá-la. Porque se isso acontecer... Eu me tornarei Rei antes do tempo.

Finn compreendeu. Eu mataria qualquer um no meu caminho.

— Pense que se você fizer besteira, respingar em todos nós, Kurt. Se você não matar o Rei, ele acaba com todos nós.

Eu sabia. Eu era responsável por todas aquelas vidas. Às vezes, eu não queria ser o Alfa. Eu teria mais liberdade para escolher com quem acasalar e com quem me casar e ter os meus filhotes.

—- Eu não vou ferrar com tudo, fique tranquilo — Eu disse — Peça ao Gamma que cuide bem de Rosa. Ela está sob os cuidados dele. Você precisa ir comigo.

Finn suspirou, mas concordou.

— Pedirei ao Delta que fique de olho, também.

À noite, Rosa estava nos meus braços, quando eu tive que dar a notícia a ela.

— Rosa?

— Hmm?

Ela estava sonolenta, mas eu tinha que falar. Ou seria melhor pela manhã? A respiração dela ficou mais calma e eu soube que ela dormia. Beijei sua testa e deixei que descansasse.

Quando era por volta de quatro da manhã, eu tive que me levantar. Rosa resmungou e eu fui para o banheiro tomar um banho. Quando saí, ela estava sentada na cama na cama, sonolenta, esfregando os olhos e me olhou curiosa.

— Vai sair?

— Sim. Eu preciso ir falar com o Rei, amor.

— Mas... você não disse que iria depois do meu aniversário? – Ela perguntou, confusa.

Eu me aproximei dela e tomei o rosto dela nas minhas mãos e a beijei nos lábios.

— O Rei me mandou uma notificação e eu preciso ir até lá. Mas não se preocupe, quando eu retornar, vai estar tudo resolvido.

— Amor... eu tenho um pressentimento ruim. Não quero que vá — ela disse e eu vi a expressão de dor dela. A beijei novamente.

— Nada de ruim vai acontecer. O Delta e o Gamma te ajudarão na minha ausência. O Finn tem que ir comigo.

Ela mordeu o lábio e me puxou para ela. Eu não resistir e subi em cima dela.

— Deixa eu abraçar você mais um pouco – Ela pediu, meio tristonha. Eu não gostei porque parecia até que era uma despedida.

— No máximo amanhã estarei de volta, amor.

Ela atracou as pernas ao meu redor e eu a puxei para mais perto. A vontade de marcá-la era imensa. Mas ela precisava do lobo dela. Marcar um lobisomem sem lobo podia causar problemas futuros, pois assim que o lobo dela aparecesse, sendo que ele não estava marcado pelo meu lobo, ainda havia uma chance de ela me rechaçar por ter outro macho.

Nós nos acariciamos um pouco, eu a provei e ela a mim, antes que eu tivesse que ir embora. A sensação estranha que antes Rosa mencionou ter sentido, agora quem sentia era eu. Olhei para cima e a vi na janela do nosso quarto. A mão dela estava no vidro e ela sorriu fracamente para mim.

Acenei para Rosa e ela acenou de volta.

— Vamos, Kurt — Finn disse e entrou no carro. Eu fiz o mesmo.

Eu odiava ir até as Terras do Rei. Sinceramente, esperava morrer antes de ter que tomar o lugar dele. Aquele lugar era um saco. Sim, muito bonito, mas... aquilo era tudo uma fachada. O local estava infestado de falsidade e lobisomens de nariz em pé. Se eu viesse a me tornar Rei, com certeza eu mudaria muita coisa.

— Ficou sabendo dos últimos rumores? — Finn me perguntou e eu franzi a testa.

— Sobre o quê?

— O Rei.

Eu neguei com a cabeça.

— Não... Do que se trata?

— Eu ouvi dizer que ele vem levando humanos para dentro do castelo.

— Humanos? E o que diabos o Rei quer com humanos?

Finn engoliu em seco.

— Aparentemente, ele criou um gosto por jogos.

— Finn, você não está fazendo sentido. Além disso, como você ficou sabendo dessas coisas e eu não?

— Rede social.

— Como raios isso estaria em rede social? Os humanos já teriam feito algo!

— Ele não diz que é um Lobisomem. Apenas aparece como um ricaço excêntrico. E os humanos adoram o poder dele. Sem saber que estão se enfiando numa enrascada.

Quanto mais eu rezava, mais problema aparecia!

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora