Passeio

4.3K 420 161
                                    


KURT

Rosa aceitou segurar no meu braço enquanto descíamos as escadas e eu não vou negar que a corrente que perpassou pelo meu corpo me deixou louco.

"Eu a quero!" Thorin respondeu, louco para colocar Rosa de quatro e possuí-la ali mesmo, na frente de todas. "Nossa!"

"Não! Nós não podemos!" Eu o repreendi. Eu o entendia, claro. Rosa era deliciosamente perfeita e era muito complicado manter o monstro dentro das calças.

Eu mantive Thorin no fundo da mente. Se ele continuasse, e resolvesse insistir demais, ele a tomaria e eu estaria ferrado.

— Para onde vamos, exatamente? — Ela me perguntou, sorridente. Eu abri a porta de entrada para ela e vi Finn com uma tigela de sucrilhos, escorado na porta que dava para o corredor da cozinha. Ele sorriu de uma maneira como se eu fosse me divertir. Eu apenas balancei a cabeça negativamente e sai da Packhouse.

— Vamos dar uma volta pelo bando — eu respondi — A cidadezinha fica um pouco distante, então, precisamos ir de carro, ok?

Ela concordou com a cabeça, me olhando com aqueles olhos castanhos que, com a luz do sol refletindo, fazia com que traços avermelhados dançassem na íris dela.

— Obrigada por ser tão bom comigo — Ela finalmente falou, quando entramos no carro.

— Não precisa me agradecer.

— Claro que preciso! Você me salvou daquela vida miserável que eu estava vivendo.

Eu apertei o volante com mais força ao ser lembrado daquilo. Aqueles m@lditos!

— Você nunca mais vai passar por nada parecido com aquilo, Rosa. Eu prometo — Eu desviei os olhos da estrada para ter um vislumbre dela e... eu não canso de dizer o quanto ela é perfeita. A fêmea perfeita.

— Eu acredito em você – Ela falou e sorriu, desviando o olhar para a janela. Eu vi que as bochechas dela ficaram vermelhas.

— O que foi?

— É que... você não se parece em nada com o Alfa cruel que eu tanto ouvi falar, sobre. Você é... muito legal. E bondoso.

— Não se atreva a espalhar a palavra, ou eu vou perder a minha fama de lobo mau.

Eu vi um vislumbre de... desejo nos olhos dela. A minha calça estava me apertando demais.

— Rosa... eu espero providenciar tudo o que você precisa para ser feliz.

Ela mordeu os lábios e desviou os olhos para a minha boca. Ela não devia ter ideia do que estava fazendo.

— Obrigada — Ela respondeu em uma voz suave.

— Estamos chegando — Eu falei e limpei a garganta. Eu não podia ficar olhando demais para ela ou, com ou seu Thorin, eu a atacaria.

Eu estacionei o carro e dei a volta no veículo, abrindo a porta e oferecendo a mão para Rosa. O vestido dela levantou quando ela moveu a perna para poder descer. Tentação! Eu senti a garganta seca, enquanto outra parte estava soltando líquidos.

A primeira parada foi o restaurante, porque, por favor, eu precisava comer. E Rosa não tinha almoçado ainda, portanto, era uma prioridade fazer com que ela ficasse satisfeita. Em todos os sentidos.

Ela olhava tudo ao redor, maravilhada. Eu não quero me gabar, mas eu tinha um bando muito bem estruturado. Eu odiava bagunça, portanto, eu mantinha tudo na rédea curta. Não havia mais do que folhas que caiam das árvores das ruas. Nada de sujeira. Nunca.

Eu abri a porta do restaurante e o cheiro da comida invadiu as minhas narinas de uma forma absurda. Rosa entrou na frente e se virou para mim. Aquele vestido ficou maravilhoso nela.

— Onde vamos sentar? — Ela perguntou.

— Ali no fundo. Pode ir sentando lá que eu vou ao banheiro.

— Tudo bem! – Ela disse e se afastou. Eu esperei até que ela se sentasse e fui para o meu destino. Não dava pra continuar pertinho dela sem me aliviar. Não dava!

Precisei fazer isso duas vezes. Acho que a minha abstinência estava levando a melhor. Eu simplesmente não conseguia ficar sem pensar em sex* e imaginar Rosa em todas as posições possíveis. Mas que tortura!

Mais aliviado, eu sai do banheiro, porém, o que eu vi me deixou fulo da vida! Rosa estava sentada onde eu havia indicado, porém, ela não estava sozinha! E não, não era um macho em cima dela, mas uma roda deles!

Eu não consegui me segurar e o meu rosnado ecoou pelo recinto. Imediatamente, os outros machos abriram caminho e eu só conseguia enxergar vermelho!

— Alfa Kurt! — Um deles disse, se atrevendo a sorrir para mim e a olhar para Rosa!

— O que você quer aqui? — E me controlei, pois Rosa estava perto e eu não queria parecer um monstro. Ela tinha dito que eu era legal e tudo o mais.

— Eu vi essa linda jovem e... não resisti – Ele se virou para Rosa — Eu adoraria poder conversar mais, conhecer você, Rosa. Eu posso te mostrar o bando!

Eu precisei inspirar profundamente, unindo toda a minha força de vontade para não fazer uma besteira das grandes!

— Eu vou mostrar o bando para a Rosamund — Eu fiz questão de falar o nome dela, porque só eu podia chamá-la de Rosa.

— Ah, entendi. Mas... bem vinda, Rosa. A gente pode passear, mesmo assim. O bando tem muito para se ver em um dia só.

Mas que... atrevido! Ele não percebeu que eu não o queria perto dela?

— Cai fora — Eu falei, o mais educadamente possível. Ele me olhou, como um palerma.

— Perdão, Alfa?

— Eu disse para você dar o fora DAQUI!

— Mas... — Ele olhou para Rosa, que balançou a cabeça. Ela estava... protegendo ele?

— Rosa.. vamos embora.

— Mas nós não... — Ela não falou mais nada e se levantou. Com a cabeça baixa, ela ficou perto de mim. Droga, eu conseguia sentir o cheiro do medo nela. E era tudo minha culpa!

Eu me aproximei mais dela, para poder falar-lhe ao ouvido.

— Eu vou levar você em outro lugar, Rosa — Eu falei mais suavemente. Ela me olhou, um pouco confusa, mas concordou com a cabeça.

Eu segurei a mão dela e a gente saiu dali.

Os olhares em cima de nós eram claros, mas eu não estava nem aí. Rosa era minha e nenhum macho colocaria os olhos nela!

Entramos no carro e eu precisei bufar.

Então, ouvi um risinho. Olhei para o lado e Rosa estava cobrindo a boca com a mão em concha.

— Eu posso saber qual é a graça, senhorita Rosa?

Ela me olhou, sorridente, os olhos alegres.

— É que você disse que ninguém mexeria comigo, mas...

— Eu não estava por perto! — Eu me defendi — Se você estivesse com o meu cheiro, isso não teria acontecido!

Sim, o meu cheiro! Rosa me olhou assustada.

— O seu...

Ah, que se d!ne! Eu a puxei pela nuca e a beijei.

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora