Agora mesmo!

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ROSA

Eu sabia que Kurt tinha que ir, mas a ausência dele era terrível! Quando ele ia para o treino, para o campo, eu sabia onde ele estava e, se eu precisasse, poderia ir até lá. No entanto, ir para as terras do Rei? Eu não tinha como alcançá-lo!

O dia estava passando mais lentamente do que eu conseguia suportar. Eu já tinha ajudado na cozinha, treinei, ajudei na limpeza da casa, li... mas nada me ajudava. O celular dele só dava fora de sinal e numa das vezes que fui à cozinha, falei com Audrey. Ela me falou que lá onde eles estavam era péssimo o sinal, mesmo.

Quando já era quase hora do jantar, Henry veio falar comigo.

— Rosamund? — Ele me chamou ao bater na porta do quarto, que estava aberta enquanto eu lia.

— Sim, Henry?

— Eu vim pedir que a senhora tenha paciência, ok? O Alfa não está e eu preciso obedecer as ordens do Rei.

Eu não estava entendendo nada.

— Do que está falando?

— Giselle Starling está aqui. Ordens do Rei. Eu sei que o nosso Alfa vai resolver tudo, mas por hora, ela precisa ficar aqui.

— G-giselle? — perguntei, pois não acreditava.

Ele concordou com a cabeça. Mas pelo que eu podia ver no rosto dele, aquilo não era tudo.

—O Rei mandou que ela ficasse aqui, no quarto do Alfa.

Ah.

— Oh... entendi. Eu... eu vou retirar as minha coisas daqui agora mesmo! — Eu falei e então, senti o perfume de Giselle. Os passos dela. Ultimamente eu estava com os meus sentidos mais despertos.

Não demorou até que ela aparecesse na porta.

— Pode ficar aí — Ela falou, séria — Isso deixaria Kurt ainda mais irritado e eu não quero isso. Quando ele voltar, nós fazemos os arranjos necessários. Até lá, por favor, Gamma Henry, eu preciso de um quarto.

— Tem certeza, Giselle? Foi ordem do Rei — eu perguntei e ela, que já tinha se virado para ir embora, me olhou por sobre o ombro com algo que eu só poderia interpretar como desprezo.

— Sim... certeza. Não quero ficar no quarto que ele dividiu com você.

Ela se foi.

Eu não entendia Giselle. Às vezes, ela era legal, mas às vezes... eu tive pouco contato com aquela fêmea, mas ainda assim, já deu pra me deixar confusa! Ela mudava de atitude de um momento para o outro.

Henry me deu uma última olhada, fez uma reverência com a cabeça e se foi.

Eu fechei a porta do quarto, com meu coração afundado, e me joguei na cama. Kurt... amor, volta logo! Eu estou tão acabada! Só queria poder ficar logo com ele! Mas eu acho que a situação com o Rei não vai ser como ele esperava. E se Giselle ficar aqui, eu vou me mudar.

Na verdade, depois do jantar, para o qual eu não desci (estava com uma dor de cabeça miserável), recebi a visita de Henry novamente.

— Rosamund... eu sinto muito! — Ele falou e eu pude ver que ele era sincero. Os lábios estavam apertados enquanto ele tentava não me olhar nos olhos — Eu ainda tenho esperanças, porém... o Rei mandou que você saísse do bando.

— Ele me expulsou? — Eu perguntei, sentando na cama, sentindo o meu corpo todo muito pesado.

— Sim. Ele disse que a sua presença está nublando os pensamentos do Alfa. Isso torna você uma ameaça à linhagem real. Você sabe que o nosso Alfa é o próximo na sucessão, não é? — Ele perguntou e eu concordei com a cabeça — O Rei acha que a sua ausência é o que o Alfa Kurt precisa para se desintoxicar de você.

Eu respirei profundamente.

— Quando eu devo ir? — Perguntei, levantando de novo e indo para a cômoda.

— Agora mesmo.

Eu olhei para Henry e então para a janela. Era noite!

— Eu vou fazer as minhas malas, então — falei.

— Você quer ajuda? E eu tenho onde você pode ficar, Rosamund. Não se preocupe. Não é tão longe e o nosso Alfa vai saber e poderá te visitar.

— Henry... eu prefiro ir para onde ele não me ache. Eu não quero ser problema.

— Ele vai caçar você, Rosamund.

Ele estava certo. Conhecendo Kurt, ele faria exatamente aquilo.

— ok... Eu só preciso terminar de arrumar as minhas coisas e já poderemos ir.

Ele concordou com a cabeça, já pegando o celular e discando para alguém.

Assim que a porta se fechou, eu senti algumas lágrimas querendo cair, mas eu não deixei! Não! Eu não iria chorar!

Arrumei todas as minhas roupas, que não eram muitas, mas comparado ao que eu tinha antes, era um guarda-roupa mais do que satisfatório. Eu pensei em não levar nada, mas então, o que eu faria? Peguei as peças que eu mais usava e deixei outras.

Quando estava tudo em ordem, avisei Henry por mensagem e ele subiu para me ajudar. Enquanto descia as escadas, eu vi alguns rostos que me olhavam com pesar. Aria veio ate mim.

— Querida, leve isso — Ela estendeu para mim uma cesta, com certeza cheia de comida. Henry pegou e sorriu para mim.

— Eu levo.

— Obrigada — Eu disse para ele e virei-me para Aria — Obrigada por tudo, Aria!

Ela me puxou para um abraço e foi tão bom! Eu senti como ela gostava de mim e algumas lágrimas acabaram escapando de meus olhos, ainda que eu tenha lutado para mantê-las dentro de mim. Meu peito estava pesado, difícil de respirar.

— Logo você volta, eu sei disso! — Ela falou no meu ouvido, bem baixinho e sorriu quando nos afastamos.

Do lado de fora, Giselle me esperava, perto do carro.

— Ande logo, eu não tenho a noite toda! — Ela falou, de braços cruzados, irritada, batendo o pé no chão.

— Claro. Desculpe — Eu disse e entrei no veículo. Ela foi até a janela do passageiro, onde eu estava sentada.

— Espero que entenda qual o seu lugar e não volte aqui. Kurt é meu. Meu macho, meu noivo. E vai ser o pai dos meus filhotes.

Ela sorriu maliciosamente. Eu não achei que ela fosse daquele jeito!

Henry deu partida no carro e nós começamos a nos afastar.

— Aquela vaca! — Henry disse e eu fiquei assustada. Ele nunca tinha falado um palavrão na minha frente!

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora