Bruxa!

3.7K 296 84
                                    


DARIUS

Aquela... aquela bruxa miserável! Assim que a vi na arena, eu soube. O cheiro não era exatamente de bruxa, mas eu já sabia do feitiço que algumas usavam para mascarar o cheiro e eu o reconheceria em qualquer lugar.

Eu odiava bruxas, com todo o meu coração. A Rainha delas matou o meu pai de maneira dolorosa e eu não perdoaria. Vi minha mãe definhar de tristeza por conta disso. Eles eram companheiros destinados, portanto, de certa forma, a Rainha era a responsável pela morte dos meus pais.

Porém, aquela loirinha tinha alguma coisa... eu não saberia explicar no momento em que a vi, tão de longe, porém por mais doloroso que me fosse admitir, eu me senti excitado ao vê-la. Ela tinha as formas perfeitas e eu podia ver o sorriso dela. Droga! Ela não iria me enfeitiçar, não iria.

Para o meu azar, ela venceu. Ela conseguiu passar daquela fase, o que significava que ela estaria na próxima fase. Isso é, se eu não descobrisse nenhuma falcatrua da parte dela para estar ali.

Kurt, pelo que me parecia, estava do lado dela. Ele não se incomodou e eu sabia que ele não era amante de bruxas.

Mas... e se ele estivesse se interessando por ela? Não... ele disse que amava a tal Rosamund. No entanto, nada impedia que ele sentisse desejo por outras fêmeas, afinal, ele não estava acasalado.

Eu nem sei o por quê, mas pensar que Kurt poderia estar cobiçando a bruxinha me fez querer pular no pescoço dele. Ainda bem que eu estava mais do que drogado com wolfsbane, ou era possível que eu causasse um baita problema ali. Zairo era um tanto quanto... esquentado e por isso eu tinha que mantê-lo quieto.

Quando descemos para o dormitório feminino, eu já estava me preparando para arrastar aquela garota para fora das minhas terras, nem que fosse pelos cabelos. A minha equipe ainda estava buscando as informações dela.

Ela apareceu e... eu nem sei explicar. Foi muito estranho. Eu conseguia sentir Zairo desesperado para tentar sair, mas ele estava enfraquecido. Ele queria pular nela. E eu também senti essa vontade assim que coloquei os olhos nela. Se ela parecia ter formas perfeitas olhando de longe, de perto eu tinha certeza. Toda... tudo nela era perfeito, até mesmo aquele cabelo extremamente juvenil e bobo, com mechas coloridas.

— Eu não tenho medo de rosnado. Quer o quê? Um biscoitinho?

Ela me olhou com desdém, com deboche e eu precisei usar todo o meu autocontrole para não enfiar a mão nela. Como ela se atrevia?

Agi por impulso e a segurei. O contato com a pele dela me fez sentir uma corrente elétrica, mas eu não soltei. Não foi exatamente doloroso, pelo contrário. E não, eu não era chegado a eu sentir dor durante o se*o. Não, calma. Do que eu tô falando? Quem está falando em se*o?

Kurt me segurou e eu quase o ataquei, mas ele estava certo. Eu não podia atacar aquela moleca.

Então, a corrente elétrica se tornou mais intensa e put@ que o pariu! Eu sou resistente, mas... cacet@! Ela estava me queimando de dentro para fora!

Zairo não ficou mais preso e eu o senti saindo da prisão mental, desperto por conta do choque que ela nos deu. Quando dei por mim, eu a estava levando para um outro cômodo.

— Darius! — Kurt me segurou de novo, mas Zairo não se deixaria ser subjugado. Kurt foi empurrado com força para longe.

— Ela e eu teremos uma conversinha! Se me tocar de novo, Kurt, eu o mato.

Era Zairo falando e Kurt pareceu perceber.

— Me solta, seu idiota! – Ela se remexeu, e tentou se soltar do meu aperto. A descarga no meu corpo de eletricidade e queimação se tornou ainda mais intensa, mas eu não era o Rei por nada!

Quando me inclinei para chegar mais perto dela, recebi um tapa forte, cheio de energia mágica dela e... inferno, para uma pirralha, ela era forte demais!

"Ela é nossa!" Eu ouvi Zairo falando e ele lambeu os lábios.

"O quê? Do quê..?"

O cheiro dela estava se tornando mais forte, porém, não era só o que eu tinha sentido antes, mas sim misturado com limões. A raspa da casca do limão, para ser mais exato e aquilo me deu água na boca. Eu amava aquele cheiro!

— Me solta, seu cretino! Eu não fiz nada de errado! Entrei aqui de maneira justa! — Ela me mataria se continuasse a me eletrocutar daquele jeito.

Os lábios dela se movendo enquanto ela falava era como hipnose para mim. Perfeitos, carnudos, rosas, quando ela falava a letra "o"... ah, eu precisava provar dela.

A puxei para mim com a minha mão livre e a beijei. Ela ficou parada imediatamente e eu não sei se eu tinha morrido e ido pro paraíso. Meu coração parecia que ia explodir, de tão forte e rápido que estava batendo.

Ela abriu a boca para respirar e eu enfiei a língua na boca dela, sem dar chance de ela me rejeitar naquele momento. Bom, ela me mordeu bem forte e eu senti o gosto do meu próprio sangue.

Quando eu separei os nossos rostos, ela estava arfando, me olhando de uma maneira estranha, numa mistura de medo e estupefação.

— O que... pensa... que está... fazendo?! — Ela perguntou com dificuldade, mas muito raivosa. O rosto da bruxa estava mais corado, e ela ficava ainda mais linda.

— Sua boca fala demais, e eu queria ver se era boa para outras coisas, também — Respondi de maneira atrevida. A boca dela se apertou em uma linha fina — Você é minha.

Primeiro, ela pareceu confusa e pronta para falar algo, muito provavelmente algum despautério. Depois, o rosto dela empalideceu. Ela tinha entendido.

— Isso... — Ela falou e engoliu com dificuldade.

— Sim, você é a minha destinada, e pode ter certeza de que eu estou tão descontente quanto você parece estar.

Ela era uma bruxa. Eu não teria uma maldita bruxa como minha companheira.

"Não se atreva!" Eu ouvi Zairo, que não estava nem aí para ela ser ou não uma bruxa. "Ela é nossa. Esperamos anos por ela!"

"Eu não a quero! E não vou me unir a essa escória!"

— Não pode ser. Isso não pode estar acontecendo. Você é um lobisomem!

— Eu vou dar um jeito nisso agora mesmo! Qual o seu nome?

— Gini. Genevieve — ela respondeu e até o nome da maldit@ era perfeito aos meus ouvidos. Aaargh!

— Vamos resolver isso agora, Genevieve! – Eu falei e Zairo ficou louco, mas eu seria muito incompetente se não pudesse segurá-lo nunca, não é mesmo? — Eu, Darius Risi, Alfa Rei, rejeito você, Genevieve, bruxa, como minha companheira e Rainha.

A dor foi lancinante e certeira. Mas que... Zairo estava uivando e chorando de dor. 

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora