Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃO

Wolfsbane

KURT

Eu queria quebrar tudo, eu queria ir até o Rei e arrancar a cabeça dele fora. Como ele pôde submeter a minha companheira àquilo? Por ordens dele, Giselle humilhou Rosa na frente de todo o bando. Ele queria matar alguém, mas não podia. Porque ele estava longe da mulher que amava e, sendo assim, não custava nada Darius mandar que ela fosse assassinada.

Destruir todos dentro daquele reino não daria vida a Rosa, se ela morresse, portanto, ele teria que se controlar.

Na hora do jantar, ele desceu com a cabeça fervendo. Darius estava na cabeceira da mesa e quando o desgraçado me viu, ele levantou o cálice e sorriu. Ah, como eu queria enfiar aquele maltido cálice no c* dele!

Meu corpo estava fervendo por dentro, eu conseguia o sangue latejando nas minhas veias. Thorin estava louco e foi um custo conseguir mantê-lo sob controle.

— Boa noite, primo! — Darius disse num tom que eu não poderia classificar de outra forma que não cínico.

Eu não respondi. Melhor manter o silêncio do que dar uma resposta atravessada, porque era exatamente isso o que aconteceria e ele sabia disso. O objetivo de Darius não era me incitar a brigar, era simplesmente me fazer ver que quem mandava era ele.

Quando ele mandou que Rosa fosse retirada do bando, foi um aviso. Ele a ameaçou. Mas essa foi a primeira e última vez. Muito bem, Giselle quer um casamento, então ela vai ter um. E vai se arrepender amargamente do dia em que resolveu me oferecer um acordo. Vamos ver quem vai pedir pelo divórcio.

Eu me sentei e olhei toda aquela comida farta... nada me parecia bom. Nada.

— Coma — Aquilo era uma ordem. Eu olhei para ele e sorri. Por um momento, eu vi que uma luz de medo brilhou nos olhos dele.

Darius era o rei por direito, não porque ele lutou, mas por linhagem. Porém, num combate, apesar de ele ser o Rei e teoricamente ser muito forte, ele não tinha qualquer chance contra mim. Ele era cruel de outras maneiras, mais mentalmente. Porém num combate físico, ele não tinha como me vencer.

Se eu quisesse, poderia matá-lo facilmente ali, naquele momento mesmo. Mas eu não era inconsequente. O bom de se ter idade é ser capaz de controlar melhor esse tipo de sentimento. Um lobisomem jovem é muito mais volátil ao que sente. Esse é um dos motivos de eu ser contra um rapazote de dezoito anos ser o Alfa de um bando, exceto se não há outro jeito, claro.

Eu engolia a comida, que mais parecia sujeira! Maldição! E o maldito me deu taças de vidro, enquanto todos os utros bebiam em cálices de ouro. Ele fez aquilo para testar o meu autocontrole! Pois bem, eu me portei muito bem e vi que ele ficou contrariado.

Quando olhei para cima após ouvir algum barulho que me chamou atenção dos ômegas, meus olhos recaíram sobre Hanna. Ela me olhava de maneira safada e eu não acreditava que o imbecil do marido dela não percebia! Ele devia mesmo beber demais, a ponto de não notar que a fêmea que ele marcou, ligada a ele, estava cheia de fogo e não era por ele.

No momento em que ele se levantou para sair da mesa, eu fiz o mesmo e fui sem olhar para nada no caminho, para o meu quarto. Eu teria que dormir naquela droga.

Já sozinho, abri caminho para que Thorin pudesse estar comigo de novo e ele não parava de falar injúrias.

"Não adianta nada você encher o meu juízo! Eu não posso atacá-lo!"

"Eu quero a cabeça dele, Kurt. Assim que estivermos com a nossa fêmea, eu o quero morto!"

"Só depois que eu castigar Giselle, porque ela não será rainha. Você pode ter certeza disso!"