Pra atrapalhar

3K 246 8
                                    


KURT

Eu estava observando Rosa enquanto ela corria, mas ao mesmo tempo, tinha que prestar atenção ao Delta. Em um momento em que ele me mostrou algo em seu celular, eu acabei desviando totalmente meus olhos de Rosa, porém, eu senti o vento soprar diferente quando a bola voou na direção dela. Eu olhei e vi Rosa entregando pegando a bola para Gareth.

Esperei que ele se afastasse, mas não. Ele continuou ali. Eu não podia ver o rosto dele, apenas o dela e ela sorriu para ele. Droga! Eu não queria que ela sorrisse para mais ninguém, e Thorin também não queria aquilo! Mas eu ainda estava me controlando, até o momento em que aquele lobinho miserável estendeu a mão.

Não pensei duas vezes e me posicionei entre os dois, mirando Gareth que, incrivelmente, não pareceu se sentir incomodado comigo. Nem um pouco, na verdade.

O desgraçado estava sustentando o meu olhar, e aquilo era um claro desafio. Ele tentou tocar na minha fêmea, todos sabiam que ela era minha. Ele podia não ficar na packhouse, mas ele sabia disso muito bem! E, sobre tudo, ele ainda estava sendo atrevido!

— Cai fora, moleque — Eu rosnei, tentando controlar Thorin que queria pular no pescoço dele — Cai fora antes que eu perca a minha paciência e acabe com você

— Eu não fiz nada, Alfa Kurt! Eu estava apenas agradecendo Rosa por ter pego a bola — Ele disse, ainda com um toque de desrespeito.

— Rosa? — E repeti e dei um passo na direção daquele frangote! —- Pra você, é Rosamund!

Senti a mão de Rosa no meu braço e, ao olhar para ela, vi que ela balançou a cabeça negativamente. Ela não queria que eu brigasse.

— Hoje é o seu dia de sorte. A MINHA mulher não quer que eu te quebre todo — Me aproximei de novo e falei entre dentes — Mas se você tentar ser engraçadinho de novo, eu acabo com você.

Eu sabia do que estava falando. Entre humanos, poderia haver uma discussão sobre: ah, você está vendo chifre em cabeça de cavalo. Porém, não com lobisomens. Eu conseguia sentir o cheiro exalado por eles. Rosa estava tranquila, mas Gareth? Ele ficou ouriçado com ela. Os dois tinham idades próximas... isso me irritava! Eu era muito mais velho e sabia que Rosa podia preferir um macho mais novo, com gostos mais parecidos.

Puxei Rosa dali e puxei para longe do campo. Ela tinha uma carranca.

— Não precisava ter feito aquilo, Kurt! – Ela reclamou.

— Ele estava cobiçando você! — Eu respondi, ainda tentando me controlar.

— Kurt...

— Não, amor! Eu sou um Alfa e sinto odores muito melhor. E eu sei o que eu farejei nele. ele queria você. E vai ficar querendo, em segredo, bem quietinho, porque se eu o pegar por perto de você de novo, eu arranco a cabeça dele!!

Ela sabia que eu estava num péssimo momento, mas diferentemente das outras pessoas que se afastaram de mim, com medo, Rosa segurou o meu braço e ficou na ponta dos pés, querendo que eu me aproximasse dela. Eu não poderia negar.

— Vamos tomar um banho para acalmar os ânimos, sim?

A voz dela era cândida e doce, mas também sensual.

— Depende... Você vai me ensaboar todinho?

— Todinho. Vou ter certeza de que você está bem limpinho e depois, eu vou te enxugar.

Essa Rosa nem parecia a de antes. Ao mesmo tempo que ela ainda mantinha aquela ingenuidade, ela estava mais mulher e muito mais à vontade ao meu redor. Ela estava se deixando ser a minha fêmea e isso me agradava mais do que tudo!

Fomos para a packhouse e lá tomamos o nosso banho. Eu a levei para a cama e a devorei. Não poder me afundar nela era uma tortura! Mas eu só o faria quando eu pudesse marca-la. Todos saberiam que ela é a Luna, oficialmente. E completamente minha.

Eu evitei levar Rosa nos próximos treinos que eu precisaria supervisionar. Pedi a Finn que ficasse com ela, ou mesmo o Gamma, já que era o trabalho dele cuidar da segurança da Luna. Apesar de ela ainda não ocupar aquele lugar de maneira oficial, todos no bando sabiam e aceitavam.

Dizem que eu sou um monstro e realmente, não sou muito paciente. Essa não é uma virtude que eu possuo. Porém, eu busco não ser injusto e não maltratar os membros do meu bando. Todos, ou pelo menos a maioria, gostam de mim e por conseguinte, querem a minha felicidade. Ainda mais depois de tudo o que houve com Alexandra.

Os dias foram se passando e eu não tive notícias nem do Rei e nem de Giselle. Ela me mandou uma mensagem apenas uma vez, perguntando se Rosa estava bem.

Certo, ela era uma vaca, eu não gostava dela, no entanto eu não poderia ignorar o fato de que ela tinha protegido a minha fêmea quando eu falhei. Se Rosa não foi estuprada, foi graças a Giselle. E eu seria grato a ela pra sempre.

Mas ser grato não significava que eu comeria na mão dela. Ela estar quieta, caladinha... não me agradava. Ela me parecia ser uma criatura meticulosa e eu sabia, lá no fundo, que ela estava armando algo. Eu precisava apenas descobrir o quê!

Faltava apenas um mês para o aniversário de Rosa e eu queria começar com as preparações. Tudo tinha que estar mais do que perfeito! Se tudo saísse conforme o planejado, ela e eu nos reconheceríamos como companheiros predestinados e eu a marcaria. Ela seria a Luna naquele mesmíssimo dia.

Cheguei ao prédio onde Rosa estava treinando e eu vi que ela não estava sozinha. Um outro macho estava treinando lá. O maldito estava olhando fixamente para ela, que estava de costas, sem perceber os olhares desejosos dele. Mas será possível? Eu não posso deixar a minha mulher um maldito instante sozinha?

Eu cheguei até ela, olhando para o macho, e a abracei por trás. Ela sorriu para mim e aceitou o meu beijo.

— O que faz aqui com essa legging sensual? — Eu perguntei e coloquei a mão no bumbum dela. Ela tentou retirar, mas eu não deixei — O quê? Não posso mais tocar no que é meu?

Ela estava suada, sim, mas o cheiro natural e Rosa era uma droga para mim! Eu a queria, e queria logo. Outro macho ali estava me deixando com o instinto de marcar a bela pele dela ainda mais aflorado.

Então, recebi um aviso de Finn pela conexão mental. O Conselho estava lá! 

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora