Beijos

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KURT

Ela tinha um gosto delicioso, doce, rico. Era como uma droga que eu precisava ter correndo em minhas veias. Os lábios tão macios.

Eu sei que ela não estava esperando por aquilo e, claro, ela não correspondeu imediatamente. Eu fiquei na dúvida se deveria continuar ou não, e então, ela me beijou de volta, partindo os lábios e me garantindo entrada.

Ela ainda estava presa pela droga do cinto de segurança, por isso, eu o destravei e a puxei para cima de mim. Rosa era muito leve, mas quando ela ficou por cima, era como se algo majestoso estivesse nas minhas coxas.

— Kurt... — Ela gemeu enquanto passava as mãos pelos meus cabelos.

— Calma aí — Eu disse, ao afastar o banco do motorista um pouco mais para trás e garantir que as pernas dela não ficariam machucadas. Ela me olhou e eu percebi que ela observava a minha cicatriz — Você tem nojo?

Eu sei que algumas fêmeas tinham. Meu rosto era marcado, bem como meu pescoço, peito e costas. Isso é o que se ganha sendo um guerreiro. Não são só as glórias.

Rosa sorriu docemente e passou a ponta dos dedos pelo meu rosto, pela minha cicatriz.

— Eu acho você perfeito — Ela falou com uma voz baixa, mas carregada de sentimentos. Eu quase podia sentir o que ela sentia, o que era bizarro, pois não éramos companheiros destinados e nem estávamos acasalados.

— Você é perfeita, Rosa — Eu puxei o corpo dela para mais perto de mim. Cada perna dela estava de um lado, ou quase. Eu sei que a que encostava na porta não devia estar muito confortável — Vamos pra casa. Eu quero continuar beijando você, mas não quero que sua perna fique dormente. Quer dizer... ainda não.

Eu a olhei de cima a baixo e sorri. Pude ver as bochechas dela ficando vermelhas e eu sabia que ela tinha entendido.

— Como você vai fazer isso? — Ela perguntou, movendo-se no meu colo e eu a olhei sério.

— Rosa, se continuar se movendo em cima de mim desse jeito, eu não vou esperar até chegarmos no quarto — Eu falei e acariciei o braço dela — E eu tenho muitas formas de fazer suas pernas ficarem dormentes. Orgasmos múltiplos.. já teve?

Ela negou com a cabeça.

— Não tenho ideia do que você está falando — Ela disse e eu senti minha calça ainda mais contrita.

Colocando-a de volta no banco do passageiro, com todas as forças que eu tinha e dando-lhe um beijo rápido nos lábios, eu dei partida no carro.

— Você vai descobrir do que eu estou falando, meu bem.

Dirigimos em silêncio. Acredito que ela estava pensando com antecipação no que faríamos. Eu disse que não iria possuí-la, mas... eu precisava dela. Claro, eu conversaria com ela, antes. Sobre a necessidade de um casamento com a outra fêmea. Merda! Isso era errado!

Rosa havia sido rebaixada de ranking, mas o sangue dela ainda era Beta. Talvez o bando, o conselho, não se importassem com o fato de que eu queria estar com ela. Uma beta com toda a certeza me daria filhotes fortes.

Se ela me quiser, é claro. Eu falaria com ela sobre isso assim que conversasse com o Conselho.

Chegamos ao bando e eu olhei para a bela fêmea ao meu lado. Ela estava nervosa.

— Rosa... se você não estiver pronta pra ter mais intimidade, eu entendo. Não necessariamente precisamos chegar aos finalmentes. Uns beijos eu já fico... mais do que satisfeito. Na verdade, estar perto de você já é maravilhoso.

Ela me olhou e eu vi a dúvida nos olhos dela. Essa foi a primeira vez que isso me aconteceu. As fêmeas não tinham dúvidas quando eu as procurava para sex*. Isso me mostrava que Rosa não estava atrás do meu poder como Alfa. Ela não ficava bêbada de ganância como outras fêmeas.

Assim que eu destravei o cinto, um cheiro diferente chegou às minhas narinas. Em seguida, Finn se conectou com o 'mind-link' (conexão mental).

"Seguinte, o Conselho está aqui." Finn disse e eu suspirei profundamente.

— Tá tudo bem? — Eu ouvi a voz melodiosa e perfeita de Rosa.

— Sim, amor. Eu só tenho que ir receber umas visitas indesejadas.

— Oh, tudo.. tudo bem – Ela sorriu sem graça, com o rosto vermelho.

Eu segurei o rosto dela com as duas mãos.

— Eu quero que conversemos depois, ok?

— Tudo bem, Kurt.

— Espera. Fala de novo.

Ela me olhou incerta e sorriu, claramente confusa.

— Tudo bem, Kurt.

— Kurt. De novo.

— Mas... — Eu a olhei e ela entendeu – Kurt. Kurt. Kurt.

— Rosa, você não sabe o que tá fazendo comigo. Só de você falar o meu nome... — Eu aproximei a minha boca do ouvido dela — Mal posso esperar para ouvir você gemendo o meu nome.

Eu dei um beijo rápido nela e abri a porta do carro. Depois fui até o lado dela e a ajudei a descer.

— Eu posso ir pra cozinha? — Ela me perguntou.

— Cozinha? Você tá com fome, claro.

— Não.. eu digo... pra ajudar.

— Ajudar na cozinha? Mas você não é criada, aqui.

— Por favor... — Ela colocou as mãos na frente do corpo, como em prece.

— E eu posso resistir a você me pedindo assim? — Eu perguntei, abraçando-a — Faça como preferir. Até mais.

O último selinho e eu me fui para o escritório. Conselheiros inconvenientes!

Chegando lá, fui recebido por um grupo de velhotes me olhando, com cara de quem comeu e não gostou.

— Olá... em que eu posso ajudá-los, conselheiros? — Eu perguntei, sem muito interesse em saber, na realidade.

— Ficamos sabendo que o Alfa resolveu casar. ficamos muito satisfeitos. Isto é... — O mais velho deles deu alguns passos em minha direção — até vermos que você está com outra fêmea, Alfa. E ela não parece ser um mero caso, como sabemos que vocês Alfas gostam de ter.

— E no que isso concerne vocês? — Eu perguntei, agora não mais desinteressado. Pelo contrário, eu estava ficando com raiva.

— Você está desrespeitando o Yellow Stone, a senhorita Starling, bem como o Alfa Gregorio!

— Cuidado como fala comigo, velhote! — Eu rosnei.

— Não é necessário brigar – O outro idoso, o segundo, creio eu, tentou colocar panos quentes — Mas, Alfa Kurt, nós estamos apenas alertando-o para o seu próprio bem. Se o Alfa Gregorio souber que você está vivendo com outra fêmea, poderá haver uma guerra.

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora