Sonhos

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KURT

Quando Rosa e eu estávamos no quarto, sozinhos, eu a segurei pela cintura e a beijei nos lábios.

— Amor, deixa eu te falar como foram as coisas no Yellow Stone.

— Não precisa — Rosa disse e sorriu para mim — Eu sei que eles não desistiriam do casamento. Ela teria que ser louca para deixar você ir.

— Eu não vou casar com ela — Eu afirmei. Eu não podia casar com outra fêmea.

— Kurt, tá tudo bem. O bando é importante e uma guerra por conta disso não vale a pena.

— Shhhh — Eu cobri os lábios dela com os meus — Não fala mais nada, meu amor. Saiba que não haverá guerra e nem casamento. Ok? Só.. tenha um pouquinho de paciência.

Ela me olhou nos olhos de uma forma diferente.

— Kurt? Eu... — Ela olhou para baixo, respirou fundo e então voltou a me olhar — Eu quero ser sua.

Eu sabia o que ela queria dizer. Mas... por mais que eu estivesse louco para me afundar nas profundezas deliciosas dela...

— Ainda não – Eu falei e vi o olhar dela ficar confuso e então, envergonhado. Segurei o rosto dela com as duas mãos e a fiz olhar para mim — Eu quero esperar o seu lobo acordar.

— Mas por quê?

— Porque, Rosa, meu amor... eu quero que você e eu tenhamos a melhor experiência possível na nossa primeira vez juntos.

Eu a beijei com carinho, com amor. Eu queria que ela entendesse que eu falava sério. Eu não a estava rejeitando, pelo contrário.

— OK... Então nós vamos esperar — Ela falou por fim e eu a peguei no colo, colocando-a na cama.

— Mas isso não significa que eu não vá te devorar todos os dias.

— Kurt.. — Ah, aquele gemidinho...

Depois de nos satisfazermos - ao menos um pouco - um no outro, ela dormia nos meus braços.

E pensar que eu não queria outra fêmea. Depois do que Alexandra fez, eu só conseguia ver as fêmeas como mero objeto para alívio carnal, porém... Eu não podia pensar assim de Rosa.

Ela era doce, amável e tudo nela me chamava para perto. Não havia um só defeito naquela fêmea, para mim.

"Você é um idiot@" Thorin falou.

"Do que está falando?"

"Eu avisei... agora, vamos ter que passar por dificuldades para ficarmos com ela. E se ela nos rejeitar? Heim?"

"Ela não vai nos rejeitar, Thorin. Eu sei que ela me quer como eu a quero..."

"Mas você tem que casar. O melhor é falar diretamente com o Rei."

Thorin estava certo. Eu deveria mandar uma mensagem ao Rei e explicar a situação. Talvez ele mudasse de ideia. Mas... Rosa era, ainda que não tivesse sido rebaixada a ômega, uma filha de Betas. Para o Rei, é claro que ele iria preferir um filhote com sangue 100% Alfa para ser o seu sucessor ao trono.

Eu deixei esses pensamentos rolarem na minha cabeça até que acabei adormecendo. Porém, meu sono não foi tranquilo.

Ao acordar, senti um cheiro diferente no ar. Era um cheiro familiar, mas que no fundo da minha mente, me dizia que eu deveria ficar em alerta. Frésias e chocolate.

Assim que abri os meus olhos, Rosa não estava ao meu lado. Os lençóis da cama eram diferentes, rosados. Rosados? Quando eu fui dormir, não era aquela a nossa roupa de cama.

A maçaneta da porta começou a girar, porém, em vez de Rosa, uma ruiva curvilínea, com um sorriso avassalador entrou, segurando uma xícara de chá. Ela me olhou com os olhos extremamente verdes. Alessandra.

Eu queria perguntar o que ela fazia ali, porém, o meu corpo parecia se mover por conta própria, assim como a minha língua.

—Hummm, isso cheira muito bem! — Eu disse e então, eu sabia o que estava havendo. Eu estava recapitulando o que tinha acontecido.

Logo depois que Alexandra me traiu, eu tive esse sonho diversas vezes. Mas... por que de novo?

Ela ofereceu a xícara para mim, sentando-se na beirada da cama.

— Então beba logo antes que fique frio.

Maldit@.. ela me olhava com carinho, mas na verdade, era tudo mentira!

Após tomar o chá, que eu não conseguia lembrar o gosto, nem mesmo nos meus sonhos, ela me deu um beijo nos lábios e, como aquilo foi diferente!

Quando eu ainda estava tentando superar a traição dela, eu esperava pelo momento em que ela me beijaria nesses sonhos. Porém agora... eu fiquei enjoado e foi como se eu estivesse fazendo algo de errado.

Ela tirou a xícara da minha mão e me fez deitar de novo na cama, montando sobre mim. Ela levantou o vestido e, como sempre que estávamos juntos, ela não levava consigo nenhuma roupa de baixo.

Horrorizado, eu vi como o meu corpo reagiu ao dela, ficando duro. Claro, aquilo era uma memória. Eu não tinha controle sobre o que acontecia ali, mas mesmo assim...

Mentalmente, eu estava mais do que brochado. Vê-la subindo e descendo enquanto o meu membro deslizava para dentro e quase para fora dela... Não! Eu queria que fosse Rosa, ali! Mas que tortura terrível! Pelo menos eu sabia que logo um sono se abateria sobre mim. E foi o que houve.

Quando eu acordei de novo, ainda dentro da memória, Alexandra não estava ali. Eu fui, automaticamente, procurar por ela. Havia um cheiro estranho.. Rogues.

Naquele dia, eu fiquei apavorado e saí correndo para ir em busca dela. Eu temia que ela estaria morta, pois um rogue tinha entrado no nosso quarto e eu não conseguia compreender como.

O cheiro misturado dos dois me levou até a floresta. E ali era onde o meu pesadelo começava.

O cheiro dos dois estava cada vez mais e mais mesclado, como um. A minha garganta secou, e os meus instintos estavam loucos. Thorin choramingava de dor e de raiva dentro de mim.

Gemidos. Sim, gemidos. O cheiro de se*o no ar. As minhas entranhas estavam se retorcendo dentro de mim.

Mais alguns passos e pronto, lá estavam eles. Um macho desconhecido, montando a minha fêmea. E ela estava adorando cada pedaço dele. Muito mais do que parecia gostar de quando eu fazia o mesmo.

Eu lembro de ter me sentindo extremamente insuficiente. Eu a adorava. Após anos apenas batalhando, quando Alexandra apareceu em minha vida, eu fui do inferno ao céu. Mas eu sentia que ela tinha uma certa tristeza dentro dela. Eu a deixei livre para sair quando quisesse. Tudo o que ela me pedia, eu acatava, como um idiot@!

Quando ela me viu, ela sorriu, e pediu que o outro fosse mais forte, mais rápido. Ela levou a mão dela à própria intimidade, até que alcançou o clímax. E eu não consegui me mover. O malvado, forte, cruel Alfa do Shadow Moon Pack, estava ali, parado.

O outro macho finalmente olhou para mim e sorriu, também, passando os dentes pelo pescoço dela.

— Mas o que... diabos? – Foi o que eu consegui perguntar.

Ela olhou para mim e eu vi a malicia brilhando nos olhos esmeralda dela.

Ela disse o quanto eu era insuficiente, o quanto eu não dava prazer suficiente a ela. Eu era imenso, e ainda assim, a minha brutalidade não era nada comparada ao macho que ela amava, o tal Rowan. O rogue que me olhava com deboche.

Quando eu a rejeitei, querendo matá-la, a dor foi demais e eu acabei desmaiando. 

Alfa Kurt - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora