Capítulo 04

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Quando cheguei ao apartamento, fui direto para a ilha da cozinha almoçar. Depois, guardei tudo e fui para meu quarto. Encontrei o bilhete que o Phil me entregou ontem, está em cima da cabeceira da cama. Como já estou com um novo chip, posso adicioná-lo. O que o tédio não faz?

Adicionei e mandei uma mensagem dizendo quem sou.

Phil: Olha quem finalmente salvou meu contato...
Como você está?

Eu: Oi, estou bem. Passei no Aurora para comprar um almoço e você não estava .

Phil: Sentiu saudades?

Eu: Não, tive que pagar minha bebida.

Phil: Hahah na próxima vez pode por na minha conta ;)

Eu: Estava brincando. Mas enfim, a onde esteve?

Phil: Tive que resolver alguns problemas pessoais. Minha irmã precisou de mim e eu fui ajudá-la. Aliás, vocês precisam se conhecer, acho que ela tem a mesma idade que você...

Eu: Tenho 21, se é isso que quer saber.

Phil: Ela também! Bom, você tem algo pra fazer hoje à noite?

Eu: Não sei ainda.

Phil: Minha irmã e os amigos vêm aqui essa noite. É uma ótima oportunidade para se conhecerem e fazer alguns amigos também. Pago toda a sua bebida ;)

Eu: Vou considerar sua proposta ;)

Phil: Ótimo! Até mais tarde, Kyra :)

Eu: Até mais.

Bom, isso não foi tão ruim. Na verdade, foi estranhamente legal conversar com o Phil. Não precisei me esforçar para falar alguma coisa ou a puxar assunto. Pelo menos tenho algo para fazer à noite.

Eu nunca tive muitos amigos e sempre preferi fazer minhas coisas sozinha. O melhor amigo de todos foi o Beily, meu cachorro. Passávamos a maior parte do tempo só nós dois. Infelizmente, o Beily se foi há dois anos atrás. Lembro que chorei por 2 dias. Eu tenho o Luck, um pastor alemão. Ele fica com uma babá quando saio em missões longas. Saudades do meu garotão...

Minhas lembranças são interrompidas pela campainha. Me obriguei a sair da cama e ir atender a porta. O serviço de quarto disse que só passava de três em três dias e hoje não é dia de limpeza. Abri a porta.

Ah, claro, o hacker. Ele estava com um sorrisinho idiota no rosto.

– Vim saber se está tudo bem.

– Ah, claro, estou... — pensei em responder com algo rude ou usar meu sarcasmo, mas lembrei das palavras da Jenna —, bem. Acordei melhor — respondi mais calma, acabando com o tom sarcástico no início da frase.

Jake cerrou o olhar ao encarar minha boca.

– Isso é maquiagem no canto da sua boca?

Fiquei calada, pensando no que responder. Pensando em algo não sarcástico para falar.

Born To Die - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora