Capítulo 22

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Não me dei tempo para raciocinar. Olhei em volta. Estava tudo um caos, vidro e estilhaços por toda a cozinha. Theo estava caído hà 2 metros de mim. Rastejei até o mesmo, a região do seu pescoço estava com um ferimento horrível, seu sangue se espalhando pelo chão. 

Ouvi sua respiração, está fraca. Tentei estancar seu sangue com minhas mãos.

– Theo — o chamei enquanto lágrimas caiam dos meus olhos. Algum estilhaço atingiu uma das veias carótidas. Não há o que fazer. — Theo, eu sinto muito... me desculpe. Me desculpe por não ter acreditado em você antes.

Theo abriu seus olhos. Ele mexeu seus lábios, tentando pronunciar algo, tentei entender, mas não consegui. E então, ele sussurrou:

– Fuja.

E depois seus olhos perderam a vida. Olhei para cima, para evitar chorar mais. Luke e Jake! Fiquei de pé imediatamente e subi as escadas correndo, apesar de ter levado alguns tropeços, consegui chegar ao andar de cima.

Entrei no meu quarto. Não houve tanto estrago, o quarto está praticamente intocável. Luke saiu rastejando de debaixo da cama. Ele correu na minha direção e pulou em mim. Me ajoelhei e o fiz carinho, as mãos ensanguentadas.

– Kyra? — ouvi a voz trêmula de Jake, logo atrás de mim. Respirei aliviada.

Saí do chão e fui abraçá-lo. Ele me abraçou forte. Tentei não chorar, mas meus olhos estavam em tempestade. Jake olhou para as minhas mãos e depois para meus olhos. Não falei nada, apenas balancei a cabeça.

– Sinto muito — ele segurou as minhas mãos. — Precisamos pegar o carro e sair daqui. Quem fez isso está ao redor.

Assenti.

– Vou pegar algumas armas, leve-o com você — olhei para Luke.

– Por favor, não demore.

Jake segurou meu rosto com as mãos e encostou os lábios na minha testa, depois, chamou Luke e os dois desceram para a garagem. Também desci, logo atrás, até o arsenal. Peguei duas armas, uma grande e um revólver. Corri para o carro. Luke estava no banco de trás, Jake no banco do motorista. Sentei ao seu lado. Jake abriu a garagem e ligou o carro. Ele não quis saber de sair devagar, saiu sem olhar para trás, ou  para os lados, apenas desviou do carro do Theo.

Recostei as costas no banco e deitei a cabeça. Tentei entender o que aconteceu, mas ainda estou em choque. Como?...

Me sinto culpada pela morte do Theo. Sempre lembro da cena quando olho para o sangue em minhas mãos. Nem sequer parei pra ver se estou com algum corte. Ele estava realmente sendo seguido.

– Você está bem? Está com alguma dor? Como que está o ombro? — perguntou Jake.

– Minha cabeça está doendo — respondi, distante. Olhei para Jake. Há um corte em seu pulso. — Você...

Ele não me deixou terminar de falar, imediatamente respondeu:

– Estou bem.

Respirei fundo e encarei a estrada.

– Vamos parar em Salem. O Nick vai me matar se não dissermos que estamos bem — falei.

Jake assentiu.

Deitei a cabeça na janela e fechei os olhos.

Já que tudo ficou na casa, inclusive nossos celulares, pedi para que o Jake parasse em frente ao hotel que Nick vive. Ele mora na cobertura, então pegamos o elevador e fomos. Não fomos barrados pela portaria porque o Nick deu o meu nome ao porteiro, me garantindo acesso livre.

Born To Die - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora