Capítulo 26

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Eu estava amarrada à uma cadeira, as mãos para trás, meus pés estavam presos juntos. Já treinei isso antes, mas não tenho forças pra fugir daqui. Eles estão em um grupo grande de homens. Os encarei, tentando esconder a dor. Os cortes que Bryan me deixou estão doendo.

– Quem são vocês? — perguntei, minha voz não passou de um sussurro.

– Seu namorado deve ter comentado sobre nós — falou o que estava na minha frente.

Fiquei em silêncio por alguns segundos.

– Os hackers — falei. — Por que me pouparam? Poderia estar morta com as torturas do Bryan. Pouparia seus serviços — reclamei de dor.

– Jake errou com o nosso grupo. Aprendeu tudo o que sabe conosco e depois nos largou por não gostar do que fazemos. Ele é um hacker bonzinho demais, digamos assim. Ficamos sabemos que o canalha gosta de alguém e por um acaso é você, que já estava sendo perseguida. O Bryan deve ter contado o resto da história. Nós o matamos.

– E por que... — parei, está doendo. — Por que não aproveitaram que me tinham berrando aos seus pés, gravaram um vídeo e depois me matavam?

Silêncio.

Frio. Estava frio. Meu corpo todo está tremendo.

– Senhor? Ela está pálida demais — alguém disse.

– Eu disse que ela não iria aguentar a dosagem! — exclamou um outro.

Comecei a gritar de dor. Está queimando. Tá queimando!

– Injetem mais — falou o líder.

Um dos homem dobrou o tronco até sua boca alcançar meu ouvido, ele sussurrou:

– Isso vai diminuir a dor por algumas horas.

E ele aplicou seja lá o que estava naquela seringa. Minutos depois comecei a me acalmar e a ficar cansada. Apaguei.

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Eles me soltaram, me soltaram da cadeira. Já é algo, certo? Estou na mesma sala, só levaram a cadeira. Levantei do chão, mas não me aguentei em pé e caí. Tentei novamente, segurei às paredes. Consegui chegar até a porta e bati.

– Alguém?! — tentei gritar, mas mal tenho voz. Não aguentei esperar uma resposta então sentei no chão, ao lado da porta.

Dor. Dor. Dor. Dor. Dor. Dor. Dor.

A porta foi aberta e um deles entrou. Ele parou na minha frente e me encarou de onde estava.

– Você berrou de dor durante um longo tempo.

– Não me lembro.

– Porque tivemos que apagar você quatro vezes pra não sentir dor até desmaiar.

– Que atenciosos...

– Não queremos que morra, apenas queremos acertar as contas com o Jake.

Franzi o cenho. Balancei a cabeça e falei:

– Não entendi.

– Só queremos que ele devolva o pen-drive que roubou de nós.

– O que há no pen-drive?

– Vendemos conteúdos pra dark web. É tudo o que precisa saber.

Born To Die - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora