Capítulo 15

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Acordei às 8:00am após reviver minha pior noite. Ótimo, mais um pesadelo pra conta. Eu preparei o meu café — fui comprar comida pra durar o mês todo. Não faço ideia de quanto tempo vou ficar em Duskwood, eu espero que não demore muito, quero voltar para casa o mais breve possível. Sinto falta do meu lar.

Jake não me enviou nenhuma mensagem. Não que eu esperasse que ele enviasse, só que... não importa. Depois vou devolver o canivete do Theo. Deixei na mesa de centro pra me lembrar de pegar quando for sair.

Descidi entrar na casa da Hannah sozinha. Se eu levar mais alguém, posso acabar arrumando problemas. Eu posso entrar. Bom, não exatamente, eu só não enfrentaria problemas com as autoridades.

Sentei ao sofá e encarei o céu enquanto tomava meu café. Às vezes, penso: Eles estão felizes me vendo tentar concertar as coisas? Eu daria tudo, tudo para sentir o abraço deles novamente. Uma última conversa, um último conselho, nem que durasse 5 minutos.

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8:21pm.

Estacionei o carro em frente à casa da irmã do Jake. Analisei o perímetro primeiro, dei uma volta na casa toda. Encontrei una porta nos fundos, deve dar na cozinha, não sei. Pretendo entrar por ela, assim ninguém me nota, se passar pela rua.

Arrombei a maçaneta usando o truque do cartão. É uma técnica bem simples, aprendi quando entrei no departamento. Ao entrar, liguei a lanterna que trouxe comigo e coloquei luvas de borracha. Comecei a explorar a casa em busca de quaisquer pistas. A porta que entrei dava para a cozinha, então foi por onde comecei.

Não há nada. Olhei a sala, cada lugar, cada brecha, tudo. Nada. Subi para o segundo andar da casa. Havia duas portas, um quarto e um banheiro. Entrei na primeira, o banheiro. Tateei e revistei tudo. Nada também. Minha única esperança é o quarto da Hannah. Comecei procurando em sua escrivaninha, depois em seu armário e depois olhei em uma cômoda. Nada. Fiquei em pé, no meio do quarto, observando em volta.

Tem que ter algo! Vamos, Hannah Donfort, você foi inteligente.

Vamos...

E então reparei no lixo, ao lado da escrivaninha. Há papéis amassados. Desamassei todos. Eram apenas correspondências antigas e algumas contas pagas. Exceto um. É um rascunho de alguma carta.

Li em voz alta, para mim mesma.

– "Não sei se alguém vai chegar a ler isto, provavelmente não. Minha sorte não anda muita coisa e acho que algo de ruim vai acontecer comigo em breve. Sinto que estou sendo perseguida por um cara. Nunca o vi antes. Eu não estou louca... Não contei para o meu namorado nem para a minha irmã e nem para meus amigos. Não quero preocupar ninguém. Se está lendo esta carta agora, quer dizer que as coisas ficaram feias. Por favor, me ajude. Ajude minha irmã, meu namorado e meus amigos. Por favor..."

Esse papel estava no fundo de sua lixeira, ninguém ousaria olhar ali dentro. Todos pensariam que era só um monte de correspondências velhas, mas não... A Hannah, de fato, escreveu isso e colocou no fundo de seu lixo para que alguém como seus amigos e irmã a encontrasse.

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