03. Eu preciso respirar/Eu não tô conseguindo respirar.

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Olá!
Vamos sofrer um pouquinho, mas precisamos contextualizar os acontecimentos, o perfil e estado emocional, as ações, encontros e desencontros das envolvidas ao longo dos anos!
Boa leitura! Peguem os lencinhos.
Comentem.

*Setembro de 2012
Aeroporto internacional de Guarulhos. São Paulo*.

Fabi e Paula estavam inquietas. Mari estava distante no último mês, e, sumida há uma semana, com contato mínimo com todos, com Paula tinha apenas acertado a viagem e nada mais.

Paula olhava inúmeras vezes para o relógio, para o celular, para o saguão e nada. Até gente da imprensa já tinha sido vista ali.

—Paula, você vai fazer um buraco no chão pô! Senta um pouco.

—Fabi e se ela não aparecer? Tá tudo acabado.

—Cara, já tá tudo acabado! o que mais falta?Mas ela vem sim, você conhece ela. É profissional acima de tudo e é a guerreira que a gente conhece.
Marianne é forjada no fogo e resfriada no gelo, proporcionalmente.

—Eu não sei viu, Fabi? Ela é sim tudo isso. Mas a Sheilla fudeu tudo cara... olha, não dá sabe? A situação está insustentável. E a Mari se fecha, não temos mais pé da situação. O disse me disse está terrível.

—Calma. Tem um tempinho ainda pro voo, ela vai chegar. A Sheilla não sabe o paradeiro dela? —Fabi questionou.

—Não liguei pra ela. E olha, não tô a fim de falar com ela também não. O irmão da Mari, não senti de mexer com ele, pois não sei como estão as coisas por la no Paraná, e ela não nos conta.

Mari finalmente apareceu. Estava de jeans preto, tênis branco, moletom preto com as mangas puxadas com pulseiras e um de seus tantos relógios no pulso, as unhas sem cores e roídas, anéis no polegar e anelar, óculos escuros, cabelos soltos sob um boné. Trazia umas 15 malas ou mais.

Jamais passaria sem ser notada. Primeiro porque era uma loira de  1,90 muito bonita e delicada. Nos vídeos e na tv Mari era linda, mas pessoalmente era ainda mais bonita. Era exótica em relação aos brasileiros típicos.

Possuía de uma imagem plástica irretocável, seria modelo facilmente se seu negócio não fosse bola. Sondada para isso já tinha sido.

Segundo, porque a essa altura, as fofocas, as intrigas, as verdades e mentiras que a envolviam, já faziam parte da fama de Marianne Steinbrecher. As manchetes negativas caiam nela.

Musa, Indisciplinada, baixo rendimento, injustiçada, amarelona, lesionada, pegadora, estrelada, perdição da Sheilla, fênix, mulher de gelo, ponta em triângulo, descarte de Zé Roberto e tantas outras alcunhas.

—Oi gente!
A loira disse se aproximando das amigas.
—Você aqui, Fabiana? A que devo a honra? Veio dirigindo do Rio pra me ver?

Mari sorriu torto para Fabi.

—Sua maluca, você acha que eu não me despediria de você? Sabia o horário do vôo, vim te ver.

Mari a abraçou a libero forte, suspendendo ela do chão devagar, balançando-a como sempre fazia quando se cumprimentavam.

—Mariii, minha querida, parceirinha, que saudade!
Paula abraçou e apertou a loira bem forte. —Estava preocupada com você. Onde você esteve? Você está bem?

Mari não respondeu nem emitiu som algum. Porém, Paula sentia o peito da loira subindo e descendo num choro mudo, dentro do seu abraço.

Apertou mais forte ainda a amiga. E olhou aflita para Fabi, que também viu a loira sacudir-se. Não sabiam o que fazer.

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora