76. Provocações

393 14 15
                                        


O carro deslizou suavemente pelo subsolo e entrou na garagem de um específico prédio na Rua da Bahia, em Belo Horizonte.

A última vez que a loira falara, foi numa negativa quando Sheilla perguntou se ela queria parar em alguma floricultura para comprar flores para sua avó.

Mari tinha um semblante indecifrável.

—Obrigada por vir, amor.—Sheilla beijou o ombro da loira, que desligava o motor após estacionar perfeitamente. —Sei que não é simples.

—Bom, a Terê merece né?

—Ei, só a Tererê te merece é? Vem cá, vem.

Sheilla abraçou Mari com força. —Tudo bem?

—Veremos se a neta dela merece...

A loira arqueou uma sobrancelha e fez sua expressão habitual de desconfiança.

—Mari... assim não.

—Eu tô de boa. E contigo, She, está tranquila?

—Ansiosa, sei lá...

Sheilla sorriu nervosa. Mari beijou-a na boca segurando-lhes pelo maxilar. —Melhor, morena?

—Ainda não...mais beijinho.

Mari sorriu e beijou de novo, só parando com o som de batidas no vidro do carro.

A loira sorriu, e abaixou o vidro. —Que agonia é essa, jovem?

—Desce, caramba! —O rapaz sinalizou.

Vitor sorriu, enquanto Mari descia. Os dois se abraçaram com muito carinho. De praxe, o irmão de Sheilla suspendeu a loira do chão.

—Que bom te ver, Mari. Obrigada por vir. Leve como um preá...

—Oh quem fala...me põe no chão senão seus "cambitim" vão quebrar-debochou a loira.

Sheilla já tinha dado a volta e observava os dois aos cochichos. —Ei, eu também estou aqui, viu gente? Mar, nem a porta abriu pra mim, rum.

—Irmãos e o ciúme... —Mari colocou os óculos.

Vitor cumprimentou a irmã, e apressou-as pois a avó estava ansiosa. Vitor manteve a mão de Mari entrelaçada à dele. Sheilla sentiu o coração aquecido, viu Mari sorrir genuinamente para a acolhida de seu irmão.

—Como estão as coisas, Tinho?

—A vovó tá daquele jeito. Resolveu que quer acender a churrasqueira, Sheillinha. Disse pouco se lixar por ser apartamento pequeno.

—Meu Deus... Você deixou isso sair do controle assim, Tinho? Podia ver uma chácara...

—Ih gente, deixem ela, quem vai contrariar a Terê quando quer algo? Ela é uma fera—Mari defendeu.

—Mari, pode ir comigo ao mercado? —Vitor riu. —Vovó ficará mais feliz na sua chegada, se ela já estiver lindíssima, ela estava indo se arrumar. Já você não, Sheillinha... vá ajudá-la, senão ela tira seu couro.

—Claro que vou, bora? —Mari destravou o carro de novo, e após sorrir e piscar para a morena já entrou no carro...

Sheilla protestou um pouco, mas já fora do alcance de Mari, ela segredou ao irmão.

—Cuide dela, tranquilize ela, me ajude...

—E eu tô fazendo o que, maluquete?

Sheilla subiu. O apartamento estava uma loucura, clima totalmente festivo. Os móveis, já afastados, abriam espaço. O cheiro de comida já estava no ambiente. A morena ouviu Dona Terezinha dar uma bronca nela pela demora. Crianças pequenas perseguiam umas às outras.

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora