62. Shari's Talk Show 🎤🥇🥇

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—Ei...espera, e meu beijo? Está nervosa, She? Não precisa fazer isso, amor...

—Só ansiosa, Mar. Claro que vou fazer! —Sheilla beijou Mari. —Já pensou, perder a chance de um último beijinho assim de livre demanda?

—Claro que não, amor, eu por acaso aguento ficar sem beijá-la por muito tempo? Sabe que dou meu jeito.

Mari mordeu o lábio de Sheilla, beijando-a novamente.

—Me sinaliza para eu não dar tanto na cara, Mar. Você sempre lidou melhor com tudo.

—Relaxa morena, "cê" tá comigo.

Os expositores com os dizeres "Treinamento fechado ao público" já estavam colocados nos devidos e diversos lugares do "Panela de Pressão" naquela manhã.

Sheilla estava miúda, magra e fora de forma. Entretanto, a altivez inerente de si, entrou com ela pelas repartições. Peito aberto, queixo erguido. Mari soltou sua mão já bem próximo ao acesso da quadra do ginásio, seguiu levando-a à sua frente, com a mão apoiando a lombar da morena.

Embora Mari e sua convidada não tivessem se atrasado para o treino, bem pelo contrário, as meninas já estavam todas presentes. Algumas sentadas, outras afastadas tomando um café, e uma parcela delas alongava no solo. Kiwiek, ao longe, conversava com um rapaz da comissão técnica. Além disso, alguns poucos rostos estranhos para Mari também estavam ali.

—Oi gente! Trouxe essa novata pra levar bolada da gente. Veio fazer teste para a base...—Mari disse sorrindo, abraçando Sheilla pelos ombros.

Marianne Steinbrecher, descontraída, alma de qualquer festa, quebrou o gelo da chegada do casal muito bem. Todos os presentes sorriram.

—Exatamente! Vim fazer teste na categoria sub-17 —Sheilla acrescentou sorrindo.
—Bom dia, meninas!

Sheilla e Mari cumprimentaram as meninas. Sheilla levou muito mais tempo, recebeu abraços e palavras de apoio pela olimpíada fracassada. O clima estava informal, alegre.

Mari não percebeu resistência em Loff. A colega a abraçou, brincando como sempre. Na vez de abraçar Sheilla, ouviu com clareza, a companheira de clube dizer:

"Seja bem vinda, Sheilla. Muita gentileza sua, sacrificar minutos do seu precioso tempo com a Mari para estar conosco, ainda mais com ela podendo simplesmente nem vir, para ficar contigo, se ela assim desejasse".

"Imagine, Raquel! Marquinhos me pediu e eu faço questão de apoiar o vôlei, e o retorno da Marianne ao cenário brasileiro. Como eu me absteria de estar entre o que mais me importa na minha vida? É um prazer estar com vocês".

Mari não percebeu a carga de indireta na conversa das duas. Primeiro porque ela não se ligava muito nisso; nunca compreendeu mulheres fazendo joguinhos, e segundo, por nem sequer imaginar que Sheilla e Loff tinham implicância uma com a outra de maneira, digamos, concreta.

Dayse grudou logo em Sheilla, ainda saudosa.

Castillo e Rivera também. Tinham saudades e história juntas.

Kiwiek se aproximou e abraçou Mari, cumprimentando-a. —Eu gosto de te ver bem, Mari. Apesar de sua aparência e temperamento forte, você é uma das pessoas mais transparentes, sensíveis e amáveis que conheço. Parece tensa. Relaxe.

Mari nada disse ao técnico, mas ouviu-o com cuidado e atenção. Era o jeito dela.

Enquanto conversavam, foi servido chocolate quente, café preto e pão de queijo. Uma escolha pensada para receber Sheilla de maneira afetiva, leve e simples como ela demonstrou desejar.

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora