—Eu não sei se irei, Marianne. Eu vou ouvir a Eugênia. Ela tinha me dado uns "toques" sobre como me comportar nessa viagem. Isso antes, agora não sei.Mari tentava achar um jeito de lidar com aquela incômoda possibilidade.
—Não incluía cama, Mari.
Mari ouviu sem nada dizer. Levantou-se, retirou a louça da mesa, levou-as para pia, e lá ficou por um tempo, de costas para Sheilla, olhava pela janela, mas nada via, absorta em profunda imersão dentro de si. Depois, começou a lavar os utensílios.
Claro que ela faria isso, mas ali, no momento, era uma fuga para não dizer grosserias como expressão de seu ciúme e insegurança para Sheilla.
Sheilla foi até ela, parou logo atrás da mesma, e disse baixo.—Eu sinto tanto pela forma que está sendo, de como veio à tona a maneira como você se sente Mar... eu sempre fui uma ridícula, insegura, infantil e ciumenta, mas não é esse o seu caso, então é muito importante dialogar.
Me perdoe a insensibilidade... e obrigada por manifestar seu desejo de se sentir incluída. Me impulsiona.Sheilla abraçou Mari pelas costas. Apertou-a com segurança e carinho. O abraço forte da morena fez a loira se sentir um pouco melhor. Sheilla deu um beijinho de estalo na escápula nua da loira. —A conversa ainda não acabou, Mari. Preciso aproveitar, já que começamos.
Talvez você entenda o motivo de me sentir tão acuada.Sheilla tomou Mari pela mão, e a conduziu de volta à cadeira.
—Você é a minha vida, sempre foi e sabe disso. Só que como você também sabe, eu não soube e talvez não saiba cuidar da minha vida. Eu ainda estou engatinhando na tentativa de consertar as coisas toscas que eu fiz, mas está tudo contra mim, e eu mereço.
O que eu mais queria na minha vida, nesse momento, era te beijar, tomar você pela mão, te amar. Mas aí, eu não teria chances de me mexer nesse lamaçal que me encontro...—O que quer dizer com isso, Sheilla ?
Um soluço quase acompanhou a voz de Mari.
Você está desistindo? Mari pensou em agonia.—Embora você tenha sido clara sobre querer estar informada, eu não poderei te pôr a par de tudo dessa droga de processo, Mari. Preciso que confie em mim, assim como eu vou ter que confiar na Eugênia.
—Meias verdades complicam ainda mais as coisas, Sheilla.
Nesse caso não, Mari. Sheilla pensou.
—Eu nunca questionei você, mas eu não sou cega, Mari. Você tem sua própria fonte, uma fonte com a qual você cruza informações, uma fonte que atestou ao longo dos anos até minha desastrosa vida sexual. A mesma fonte que te atualizou de coisas que eu própria desconhecia, sobre o contrato de casamento.
Mari olhou para baixo.
—Por favor, não acesse as coisas que eu não quero que você acesse, Mar. É a sua colaboração, a contribuição que eu te peço nessa fase.
Não pressione a Eugênia. Eu sei que você ligou para ela...Tie Break. O jogo estava empatado. O casal Shari tinha, cada uma à sua maneira, meios para monitorar sua amada. E quem não teria ou buscaria tais meios?
Tiebreak (ou "tiebreaker" ou ainda "tie-break"), em tradução livre, é algo como "desempate" em português, é um anglicismo usado nos esportes para determinar um vencedor entre jogadores ou equipes que estão empatados no final de uma disputa.—Está bem, Sheilla. Não vou pressionar ninguém, e nem é necessário, é só uma questão de tempo, você já sabe como funciona .
—Como assim, Mari?
—Sabe o que o TEMPO faz com a gente. Tempo para nós duas é uma bomba com o timer ligado, Sheilla.
O celular de Mari recebeu alguma notificação.
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Between Us - SHARI
FanficFictício. Sheilla Castro e Mari do Vôlei. Após anos de silêncio e boatos, foi confirmado real o relacionamento que marcou uma legião de fãs do pioneiro e ainda vivo, o lendário ship SHARI. Descubra mais sobre a história de amor que marcou uma geraçã...