27. Banana e Acetona 🍌💅

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Istambul 2016

Turquia.

Sentada, de joelhos flexionados, Mari abriu os olhos subitamente, e se deparou com o olhar e o sorriso incrédulo de Sheilla, essa, sentada na cama que ficava quase ao lado da poltrona bege onde a loira estava, bem de olho nela.

—Meu Deus do céu. Eu dormi, She? nem vi. —Mari riu, olhando as horas.

—Sim, e bem no meio de uma frase— Sheilla ria contente. Essa era a sua Mari, dormindo fácil e leve tal qual uma criança ou um passarinho. Ela estava tranquila. Pensou.

—Fiquei com medo que tivesse morrido Mar.
Como é possível você comer dois sanduíches imensos assim e apagar? Gargalhou a morena. Bateu na fraqueza como dizem em Minas. —Sheilla provocou.

—E porque não me socorreu? Uma respiração boca a boca talvez... —Marianne sorriu jogando um beijo para a morena. —Ah She, você sabe que eu como feito uma desvalida. Abaixo de 5.000 kcal diárias eu saio voando no vento. Olha aqui a minha barriga colada nas costas.

—Come isso quando treinando né Mar? Mas nós duas estamos mortas na preguiça esses dias aqui. É prejuízo para nós perder ritmo de jogo, você sabe.

—She, e dar conta da senhora por acaso é fácil? Nem jogo com Tie Break contra as japas me esgota assim. Meu ritmo está 100%.

Mari riu e se levantou em direção a morena. Beijou o rosto de Sheilla e deitou de lado na cama, onde Sheilla colocava algumas coisas na mala.

—Me acaba, no entanto, adoro.

—Que exagerada. Olha quem fala né Marianne? Está pedindo menos?

—Ta de brincadeira She?

Sheilla enfiava alguns itens na mala mal reparando quais eram.
—Não quero críticas, tá ouvindo? ou você vai arrumar tudo sozinha. — Sheilla ameaçou Mari.

—Euuuuu? Nem tô falando nada! —Mari riu. Riu, porque ela realmente até já tinha aberto a boca para palpitar sobre a arrumação da mala.

—Eu não conheço você não, né solzinho?

As duas cairam na risada. Era sempre assim quando iam viajar juntas . Sheilla colocando Mari tirando.

O celular de Mari tocou. Sheilla não conseguiu não bisbilhotar quem era. Era a mãe da loira. Sheilla aproveitou para tomar um banho, dando privacidade para a loira. Sabia que nada sobre ela seria dito ali mesmo.

Se, até quando casadas, Sheilla achava que Mari não falava dela com a família, que dirá ali na Turquia com ela às escondidas.

A loira foi extremamente amorosa e empática com a mãe, viúva recente. Demonstrava muita saudade. Falaram do pai por algum tempo. De longe, para Sheilla, Mari pareceu chorar um pouco. E, de fato, chorou sim. Mas se manteve firme e alegre a rogo da mãe.

Alguns minutos depois, saindo do banheiro, Sheilla ria com o que via e ouvia: Marianne Steinbrecher simplesmente não apenas obrigava a mãe a contar as últimas traquinagens dos cachorros como, inclusive, falava com eles pelo telefone.

E detalhe, falava com voz de uma mãe mimando os filhos. Colocou no viva voz para que Sheilla ouvisse os "nenéns".

"Ah minha Mari, meu sol". Sheilla pensou feliz.

Mari levantou-se—"Sim, dona "Gisbella", eu estou quase indo!!! Pode sim continuar encomendando doces e vinhos".

"Com os carros não precisa preocupar tá? já tem gente que cuida para mim" .

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora