36. Estalar de dedos ✨🤏

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Sheilla girou a maçaneta da porta destrancada, e simplesmente entrou em casa. Já poderia dizer novamente "sua casa e de Mari"? Será que Mari lidaria bem com sua chegada vinda de um "contato com Breno"? Ela pensava.

Congelou com o que via, e pior, com o que ouvia.

—Mas que pé gelado do inferno é esse Fabiana!? Tá mort...

—Gelado é? Quer ver onde to viva e quent...

O olhar da loira é o primeiro a cruzar com o da morena, estatelada na porta. A líbero abaixa as vistas, mas não pareceu sem graça.

Mari e Fabi, deitadas no mesmo sofá sob o único cobertor, aparentemente, assistiam a um filme na tv e suspenderam o diálogo enquanto fitavam-a e eram incineradas pelos olhos castanhos.

Sheilla sentiu o gosto de sangue vir à boca. Impossível não sentir. Podia apostar que Marianne estava seminua ali embaixo do cobertor como ficava sempre, quando em casa.

—Oi She...

—Oi Sheillinha—Fabi disse bem humorada.

—Atrapalho alguma coisa? —As mãos da oposta já postas na cintura, julgavam e condenavam Mari e Fabi.

Certas coisas nunca mudavam, como aquela cena, que tanto já se repetiu em Saquarema quando jovens. Quantas e quantas vezes? Só elas sabiam.

—Hum, talvez atrapalhe o David, ele acabou de dormir, boneca. A loira disse e sorriu.

Mari saiu do cobertor e foi até Sheilla, pegou das mãos dela a mochila que trazia.

De fato, a loira usava um short curtíssimo em moletinho estonado e uma blusinha de alças, cinza bem "á vontade" e meia branca nos pés.

—Como está She? Ela pergunta beijando-lhes bem perto da boca. —Senti sua falta. Tanta.

Sheilla observa melhor, David irmão de Mari dormia de leve no outro sofá da sala, com a pipoca ainda na mão.

—Estou bem, com licença.
A morena arrancou de volta a bolsa da mão de Mari, e saiu sentido aos quartos. Pisava duro no chão enquanto andava.

Mari e Fabi se entreolharam. Não teve como ser diferente. As duas dispararam a rir. Sabedoras das hienas barulhentas que ambas eram, elas mesmas cobriam as próprias bocas. Não perdoavam ninguém. Riram. Fabi ainda imitava em silêncio as mãozinhas de Sheilla na cintura.

—Acho que já vou Marianne. Antes que você fique solteira, como parece que estou. —A líbero ria.

—Por favor vá. —Mari ria. —Nós duas juntas somos terríveis.

—Hoje você vai apanhar de toalha molhada sua assanhada!

—Mas foi você que conversou impropérios Fabiana.

—O bico da Sheillinha tá imenso...te desafio a tentar algo com ela hoje Marianne.

—Quer que eu te leve em casa?

—Hoje eu vim de carro. Mari, obrigada por todos os conselhos. Se eu casar com a minha encrenca devo a voce, amo aquela mulher. Mas tá difícil.

Mari e Fabi piscam uma para outra. Claro que Sheilla espreitava-as de algum lugar, e elas duas sabiam.

—Diga a ela que quero conhecê-la melhor. Pedirei ajuda a She. Quem sabe jantamos?

Elas se despediram, e Sheilla finalmente deixou a espreita e correu pro quarto.

A conversa estranha com Breno tinha perturbado a oposta um pouco mais cedo. Mas, não a ponto de estragar sua tarde com Dona Terezinha. Nos ombros do irmão, ela também tinha conversado bastante com ele. Não tudo sobre ela e Mari. Mas Vítor a conhecia muito bem, via o resplandecer de Steinbrecher nela.

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora