60. Presente à paisana

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O treino vespertino de Mari foi com bola. Ela ficou feliz. Longe de ser as jogadas ensaiadas que ela queria, mas pelo menos matava a saudade da bola.

O pequeno intervalo para tomar um energético e um fôlego, alegrou a todas as jogadoras. -Quer banana Sis? Loff perguntou para Mari, sentando-se na quadra, próxima da loira que jazia estirada.

-Ih, Sis... querer? Eu sou sempre a moléstia da fome em pessoa, mas sei que você está controlando a dieta... então, é até um crime tomar sua frutinha, mas valeu.

-Mas eu trouxe uma para você...

-Trouxe uma banana para mim?

-Quis dizer, trouxe mais de uma Sis.-A central disfarçou.

-Nesse caso, demorou. -Mari sorriu.-Equilíbrio é tudo, não é mesmo? Num dia, cê me dá um bem bolado, no outro dia uma fruta. -Mari caiu na risada. Sentou-se, abaixou as joelheiras, recebeu a fruta e rapidamente descascou-a.

-Cala essa boca Mari, eu hein. -Raquel ralhou.

Enquanto comiam, as duas, em silêncio, olhavam Bruna Honório (oposta titular) e Lyara (ponteira) batendo bola juntas.

-Você prefere jogar de oposta ou de ponteira Sis?-Loff perguntou, se dando conta de que tinha oportunidade de tirar tantas dúvidas enquanto fã, sobre a mudança de posição da colega e incipiente amiga Marianne Steinbrecher. E claro, tantas dúvidas a nível profissional e pessoal, diga-se Shari, que ela tinha. Mas o boato era de que Mari escorregava feito sabão quando o assunto era falar de si.

-Olha Sis, minha preferência entre jogar na entrada ou saída de rede sempre vai depender da levantadora, sabe? Se eu puder escolher, eu vou perguntar antes, "Quem são as Levantadoras"?

-É claro...e se ela for "jaqueira"?-Loff sorriu.

-Aí, minha preferência é dar bolada nela, sem dó.

-Ela ficará aqui em Bauru por uns dias?

Raquel perguntou e se surpreendeu de como aquela simples pergunta foi capaz de irradiar o rosto de Mari. Os olhos de Steinbrecher brilharam. -Shari realmente é o que dizem...-pensou a jovem.

-Talvez...-A oposta sorriu.

-Eu não sabia de vocês Sis...quer dizer, agora, hoje em dia, ah não sei dizer.

-E não há mesmo o que dizer, creia. Bora treinar manga rosa! Acabou o descanso.-Mari se pôs de pé num salto, e deu a mão para suspender Raquel.

De fato, a camisa 7 escorregou feito sabão, evitando falar de si e de Sheilla.

-Bora!

-Ei Loff, Obrigada pela banana.

Raquel sorriu. -Obrigada, nada! Você trate de me pagar com alguma comida, ué.

Mari andou um pouco mais adiante, afastando-se do grupo. Tempo demais sem contato com as "comadres".

Celular em um dos ouvidos, dedo no outro para abafar o som do ginásio. Ela se concentrou. O aparelho chamou até cair. Já aflita, ela tentou o outro contato.

-Oi, Mari!!! -Rita atendeu agitada.

-Rita, cadê a Sheilla pelo amor de Deus? Ela não atende...-a voz de Mari era apreensiva e preocupada.

-Então, umas coisas meio estranhas acontecendo aqui Mari...

-Meu Deus, como assim Ritinha?

-Na maioria das compras tudo correu bem. Depois me separei um minuto dela, para agilizar...e foi aí.

Between Us - SHARIOnde histórias criam vida. Descubra agora