🎶E as lembranças ficam presas
Na moldura de um retrato.🎵
Mari se desvencilhou com cuidado e carinho dos braços de Sheilla, levantando nas pontas dos pés para não acordá-la. Seu abdômen latejou. No banho morno que tomou poucas horas antes, ele até ficou confortável. Ela firmou-o com a mão sobre o adesivo. Soltou um palavrão mental. A noite puxada com Sheilla a tinha piorado, e muito.
—Deus meu, que dor insuportável. —Ela pensou numa careta, mas logo sorriu ao lembrar da noite que elas tiveram.
—Doer, doeu, mas valeu e eu quero mais. —A loira sorriu largo.Olhou para o corpo moreno nu, era a mulher mais linda do mundo inteiro, e apesar dos pesares, dona de todo seu amor. Sheilla tinha o semblante tranquilo e satisfeito, cabelo totalmente embaraçado.
—Amo você, Sheilla, sua gostosa do cacete.
Ela pensou, e desistiu de morder o bumbum da oposta e cobriu-a, já que estava frio e ela tinha um objetivo diferente lá fora.
Mari vestiu-se. Depois, abriu a porta e saiu devagar. Não antes de ter pego algo na bolsinha que trouxe. Tinha conseguido acordar antes de Tererê. A loira dirigiu-se à cozinha. Cada cantinho ali, tinha ela, sua avó de coração. Torceu para tudo continuar guardado nos mesmos locais, e estava.
Mari preparou o café, conseguindo que saísse como a Dona Terezinha gostava, forte e não tão sem açúcar.
A gatinha da casa, olhava intrigada a intrusa loira mexendo agora nas porcelanas brancas com florzinhas de Tererê, antes, a tal loira "mexia" na neta dessa.
Mari se agachou como a dor permitiu e disse baixinho —Vem cá, amorzinho. Já me desculpou? "quiança" não pode ver aquilo, vê se esquece tá"?A gatinha foi. Gatos dificilmente obedecem quando chamados. Mas isso nunca valeu para Mari Steinbrecher, ela os chama, e eles simplesmente vão. Qualquer animal. Com o chamego, a cada passo de olhos azuis, a gatinha de olhos iguais seguia-a, enroscando-lhes nas pernas.
Pronto. Uma rosa amarela arrancada por ela, enfeitava o pires com a xícara que tinha em sua mão. E claro, não podia faltar, um bibelô de porcelana, que sempre que podia, presenteava Tererê, e ela os colecionava. Não foi o que mais a encantou, pois escolheu com muita pressa em Bauru.
Mari sabia que apanharia com certeza por arrancar a flor daquela senhora, mas valeria a pena.
As rosas amarelas significam os raios do sol, o ouro, a energia, a prosperidade, a amizade, o respeito e a gratidão. Era Marianne para Terezinha .A porta do quarto estava destrancada. Mari entrou. O cheiro dali era de refúgio que só as avós têm. Tererê gostava do famoso creme de morango com champanhe da Victória Secrets. Era o cheiro dali.
Já há muito tempo, Mari queria fazer aquela visita, mas antes, ela não teria aguentado. E mesmo ali, naquele momento, já após alguns anos, o nó em sua garganta ja dava sinal de que os sentimentos do passado pairavam sobre ela.
Olhou tudo em volta. Seus olhos azuis transbordaram. Lá estava, no lugar de sempre, o porta retrato de toda a vida, com o sorriso de Mari emoldurado bem à vista de todos.
Terezinha brincava que o sorriso de Mari era raro pois era apenas para quem o merecia, e ela exibia com orgulho a foto de Mari feliz em sua casa.
O cheiro de café já tomava o quarto. Mari não quis correr o risco de assustar Tererê. Começou a chamá-la com carinho. Dona Terezinha estava voltada para a parede.
—Vó…—Chamou baixo, depois, mais uma vez. —Vó?
—Filha, por um instante sua voz me lembrou a Mari. Liga para ela agora. Quero falar com ela. Pode ter acontecido algo.
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Between Us - SHARI
FanfictionFictício. Sheilla Castro e Mari do Vôlei. Após anos de silêncio e boatos, foi confirmado real o relacionamento que marcou uma legião de fãs do pioneiro e ainda vivo, o lendário ship SHARI. Descubra mais sobre a história de amor que marcou uma geraçã...