Ana Clara
Conversei com Raissa por mais algum tempo antes de irmos ambas para suas casas. Faltam exatamente 1:40h para encontrar Antony, e 3 dias para a viagem.
Parece algo tão estupidamente idiota, eu queria muito, queria mesmo, estar na arquibancada para torcer por ele, não queria tirar seu foco dos jogos e dos treinos. Ele parece tão animado.
Assim que cheguei em casa do shopping me sentei no sofá, não pretendo trocas minhas roupas, então não tenho pressa alguma em me arrumar.
Desenvolvi um sentimento tão intenso por Antony. Jamais imaginei que algo assim pudesse acontecer, é como um amor impossível. Provavelmente não vou poder ficar ao seu lado até que fiquemos velhinhos, e provavelmente não vou poder ter uma família como sempre quis, não que quisesse ter agora, é claro. Filhos exigem condições mentais e financeiras.
Quando descobri minha doença, me lembro perfeitamente de que todos os dias, antes de dormir, me deitava de barriga pra cima e encarava o teto enquanto imaginava como seria minha vida caso esse conflito não existisse.
Eu teria filho aos meus 24 anos, uma menina, pensava em Liz ou Helena. Meu marido seria alguém que estivesse em sintonia a mim, e que me amasse intensamente e reciprocamente. Em nossas bodas deixaríamos nossa filha com meus pais e iríamos a boates chiques, restaurantes caros e faríamos viagens para o Havaí, México, Estados Unidos, Grécia e muitos outros.
Envelheceríamos juntos e morreríamos apenas de velhice, mas ainda sim, nos amando muito.
Minha filha estudaria em uma escola Montessori, e eu a apoiaria muito, assim como meus pais sempre fizeram comigo.
Me frusta saber que não colocarei isso em prática.
[...]
Acabei de pegar as chaves de meu carro, e posso ser considerada um risco em trânsito nesse minuto. Meu coração bate tão forte que posso ouvi-lo, acho que nunca estive tão ansiosa.
Vou me encontrar com Antony em sua casa, achei melhor que na cafeteria, preciso mesmo de espaço, caso contrário, vou ter um ataque.
Fui a viagem toda respirando e inspirando fundo, tentando manter a calma e não causar algum acidente.
Assim que cheguei, estacionei o carro em frente à casa. Respirei e inspirei 35 vezes (sim, eu contei) antes de finalmente colocar meus pés pra fora do veículo.
Dei 5 batidas na porta e me afastei, encarando-a como se a qualquer momento pudesse sair um monstro dali.
- E aí. - Antony abriu a porta e arregalei levemente os olhos, nada que fosse perceptível.
- Preciso muito falar com você. - Falei
- Entra aí. - Ele se afastou para que eu pudesse entrar. - O que aconteceu?
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𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑𝐓𝐈𝐌𝐄 - Antony Santos
Fanfiction𝗢𝗻𝗱𝗲 - Ana Clara e seus pais resolvem passar suas férias de verão no Rio de Janeiro, onde acaba conhecendo alguém que se torna extremamente importante na vida da garota, mas que são separados contra suas vontades pelo destino com um final nada c...