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-Sadie-

Já era duas da tarde quando eu terminei de comprar as coisas e cheguei em casa, fiquei em dúvida se entrava ou não.

Decidi entrar, sai do carro, peguei as coisas e fui até a porta, quando eu ia abrir com a chave ela abriu primeiro, foi pegando algumas sacolas para me ajudar e eu entrei.

Ela tinha limpado a casa toda!

A casa é gigante, e ela limpou tudo em quatro horas!

Ela estava uma bagunça por dentro, eu também estava, nós estávamos.

Coloquei as coisas em cima da bancada e ela ficou me encarando, dei as costas e fui para o quarto, vou tomar um banho de novo por que eu tô suada, tá muito calor.

Liguei o chuveiro e fui separar a minha roupa e colocar em cima da cama, ela apareceu no quarto, chega tomei um susto.

-desculpa... -coloquei a mão no peito respirando fundo.

-pelo o que? -falei rápido.

-desculpa... -ela estava começando a chorar.

-olha só Millie... -ela abaixou a cabeça, chorando. -eu não sei o que aconteceu, eu não acompanhei o que aconteceu, e nem queria né? -debochei.

-eu te amo... -falou bem baixinho. -não sei o que deu em mim -completou.

-eu também não sei. -falei grossa. -mas acho que nós suas sabemos o que aconteceu naquele quarto né? -ela negou. -ficou explícito desde o momento que eu bati na porta, então, por favor, deixa eu tomar meu banho que estou estressada e depois conversamos. -ela negou. -sai do quarto por favor. -entrei no banheiro novamente, depois eu separo a minha roupa.

Tomei meu banho, lavando meu cabelo, e sentindo meu corpo relaxar na água quente, fiquei lá por uma hora, mais ou menos, quando saí vesti uma bermuda da Nike e uma camisa, penteei o cabelo e desci.

Ela estava na sala sentada, assistindo alguma coisa no celular, passei por trás dela e olhei, estava escrito, "cinco passos para fazer sua mulher esquecer uma traição por acidente".

Isso me deu a estranha vontade de revirar os olhos. Fui fazer o bolo, vou deixar ele na geladeira, ela quando percebeu que eu estava fazendo algo veio observar.

-o que foi? -olhei para ela por cima do ombro.

-nada, quer que eu saia? -perguntou incerta.

-pode ficar. -estalei a língua.

Ouvi ela respirar fundo.

-fala logo! -coloquei a massa na batedeira e me virei para ela.

-falar o que? -enrugou a testa.

-o que você está tentando falar desde de manhã. -continuei encarando ela.

-eu só queria explicar o que aconteceu... -revirei os olhos.

-vai! Diz, diz como que a mulher tava te chupando, vai, dá detalhes, não me poupe de nenhum. -fiz atuação e parei fazendo careta. -sinceramente eu não quero saber, como é oque aconteceu, dentro daquele quarto.

-então... você vai, me p-perdoar? -gaguejou.

-vamos ver. -parei para pensar. -seremos racionais. -ela assentiu. -se fosse você, no meu lugar. Me perdoaria? -estreitei os olhos.

-me desculpa...

-não Millie! -gritei. -eu não vou te desculpar! -ela começou a chorar. -eu te disse... -agora era eu que estava chorando. -eu te disse que de todos os erros possíveis! -minha voz embolou. -esse era imperdoável!

-eu sei, eu sei, mas eu te amo... -falou entre soluços.

-eu também te amo! -eu já nem conseguia enxergar ela de tantas lágrimas. -mas como eu vou continuar com você depois disso? Não foi nem um beijo, foi a porra de uma transa, agora eu te pergunto. Valeu a pena?

Ela negou, eu fiquei tentando controlar o choro, respirando fundo e olhando para ela, ela me encarava da mesma forma, foi quando eu decidi.

-estou indo embora. -ela levantou rápido.

-não! -gritou. -por favor, não! -veio para perto de mim implorando.

-por favor, Millie, torne as coisas mais fáceis. -funguei.

-por favor Sadie! -neguei firme, mas na verdade meu corpo tremia e parecia que tinha alguém rasgando toda a minha pele. -pelas meninas, fica. -neguei de novo, só que dessa vez mais contragosto. -o que eu vou dizer a elas? -ela não parava de chorar.

-olhe só. -desabei, toda a força que eu estava tentando criar, indo embora, o sentimento passando por cima da realidade. -eu não queria ir, mas é o certo. -ela me abraçou, não impedi ela, pelo contrário, chorei em seu ombro até não aguentar mais a proximidade. -eu vou embora Millie, não faça isso set um problema gigante. -nos afastei.

Ela ficou negando e chorando, enquanto eu segurava o choro, meu maxilar tremia, eu queria chorar, gritar, tudo. Mas me controlei, uma de nós tem que ter força para isso.

-não seria um relacionamento saudável, eu jogaria todo dia isso na sua cara, é melhor, para mim, e para você, me desculpe. -falei sem olhar para ela, na tentativa falha de segurar o sentimento.

-não tem problema, pode jogar, eu não vou me importar. -implorou.

-por favor não implore. -pedi.

Ela sentou no chão chorando, não posso deixar ela ali, é a mãe dos meus filhos, geradora de muitos deles. Me abaixei e peguei ela no colo, levei para a cama e coloquei ela lá.

Todas as lembranças da noite passada, me fazendo embrulhar o estômago, eu queria vomitar, e me sentia nojenta, por estar com ela.

Só de respirar o mesmo ar eu me sentia podre.

Coloquei ela na cama e cobri ela com o lençol. Ela me puxou para a cama mas eu me soltei e não deitei, falei com ela, pedindo por favor, que não me machuque mais, e que se ela realmente me ama que me deixa ir.

Ela acabou cochilando. O que é bom, vou peder pegar algumas coisas e ir, para onde eu não sei ainda, mas, acho que vou ficar na casa dos meus pais.

Peguei uma bolsa, colocando dentro dela dois ternos e dois pijamas, um vestidinho, e duas roupas normais, peguei meu sapato, um tênis e o meu chinelo que vai no pé e umas calcinhas.

Não peguei produto nenhum, só peguei as roupas e deixei no canto da sala, perto da porta.

Fui terminar de fazer o bolo, e fiz o jantar,.para já deixar pronto, vou pegar as meninas na escola, e venho trazer, ela vai da comida para elas e banho.

Estou tão preocupada em deixar ela aqui sozinha com a responsabilidade das quatro, mas não posso mudar, ela quis assim.

○Blue Lagoon○Onde histórias criam vida. Descubra agora