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-Sadie-

-amor? -perguntei da cozinha, essa não é a nossa casa, estamos de férias.

Decidimos fazer uma viagem e passaremos por vários países diferentes, temos dois meses para ir onde quisermos.

E está sendo incrível, temos um tempo exclusivo só para nós, estamos podendo nos reconectar e nos conhecer nessa nova fase.

Acabamos envelhecendo um pouco, quer dizer, estamos com cinquenta e seis anos, é não estamos aproveitando muito o tempo restante na nossa vida.

Por isso mesmo achei brilhante a ideia de Jack, agora estamos sozinhas, transamos todas as noites e tem sido maravilhoso.

Termos nossa privacidade, nem que seja por pouco tempo, é maravilhoso, experimentar novas coisas e sensações, é incrível.

-sim? -perguntou entrando na cozinha.

-o que você quer para jantar? -ela parou pensativa.

-não sei amor... -puxou uma cadeira para sentar. -tô mais preocupada com o que vem depois dele. -sorriu de lado.

-safada! -ri sem graça.

-olha, ela tá sem graça. -gargalhou.

-não tô não. -parei de encarar ela.

-tá sim! -falou rindo. -parou de me olhar porque está sem graça.

-besta. -estalei a língua.

-não precisa ficar sem graça. -tocou minha mão. -em outro momentos você naao fica com vergonha.

-para! -ri.

-panquecas. -respondeu. -de frango.

-o que?

-você perguntou, o que eu quero comer. -deu de ombros.

-ah sim. -me lembrei. -vou fazer tá bom? -ela assentiu e me deu um selinho.

-posso ficar abraçadinha com você? -perguntou fazendo biquinho.

-que dengo! -dei um sorriso açucarado. -pode sim meu amorzinho. -ela levantou toda animada e eu ri me virando para a frente do fogão.

Ela me abraçou por trás, passando os braços abaixo dos meus seios e segurando firme, encostou a bochecha no meio das minhas costas e relaxou.

Comecei a fazer a massa da panqueca, aproveitando a proximidade dela, me sentindo segura e amada, apesar de ser amada e me sentir amada o tempo todo.

Devagar fui cortando alguns legumes para fazer tipo uma salada, só que refogados, cortei primeiro cebola, alho, pimentão, aí adicionei tomate, cenoura beterraba repolho, xuxu e batata, coloquei eles para cozinhar em fogo baixo e com bem pouquinho água, ajustei o sal e coloquei alguns temperos.

Tampei e fui terminar as panquecas, acabei a massa e coloquei o frango para cozinhar na panela de pressão, deixei ele cozinhando enquanto refogada o alho e colocava o arroz, adicionei água e deixei ele secar.

Voltei para olhar o frango e tirei a água da panela e comecei a sacudir ela, nesse momento acabamos nos separando, rimos e terminei de sacudir, ela me abraçou de volta e continuei fazendo com calma.

Os legumes ficaram prontos então desliguei o fogo e coloquei o frango junto com temperos para poder regogar enquanto assava as panquecas.

Terminei de fazer tudo e coloquei em cima da bancada, me virei de frente para ela e iniciei um beijo, um beijo carinhoso e calmo.

-vou pegar um vinho, senta... -terminei o beijo com um selinho.

-uhum. -me deu mais dois selinhos e foi se sentar. -seria uma ocasião bem especial? -perguntou vendo eu me abaixar para pegar o vinho e duas taças. -eu deveria estar a caráter, vou me arrumar...

Como tínhamos saído de casa mais cedo, estamos usando roupas arrumadas, ela está com um vestido rosa e eu estou com uma bermuda branca com uma camisa social também branca, e nos pés, ainda estou com meu mocassim feminino e ela com o salto scarpin de veludo, rosa.

-besteira. -estalei a língua, divertida. Andei ate ela parando do lado da mesma. -está sempre perfeita, amor. -demos um selinho.

-adoro vinho tinto, é o meu preferido. -comentou.

-e eu sei. -coloquei as taças em cima da mesa. -foi justamente por isso que peguei.

-já vi que me conhece muito bem... -servi o vinho nas duas taças e o coloquei em cima do mármore.

-melhor do que você mesma. -ri baixo me sentando na cadeira.

-adoro o jeito que senta... -falou com um sorriso. -é muito fofinho, você puxa a bermuda e suspira, depois vai sentando em câmera lenta...

-eu não sento em câmera lenta! -reclamei.

-senta sim, é tipo assim ó. -levantou começando a me imitar. -aí você senta. E ainda arruma o cabelo assim. -fez os gestos.

-pior que é assim mesmo. -ri fraco. -mas você fica maravilhosa fazendo isso, me imitando. -peguei minha taça dando um gole. -e sem me imtar, também.

-é... -bebeu um pouco do vinho, apreciando o sabor. -eu faço o possível.

-me passa a receita desse possível. -rimos.

-eu te amo! -demos um beijo rápido.

-eu te amo, mais do que você me ama. -passei a mão em seu cabelo.

-você é maravilhosa Sadie Sink, em todos os aspectos da vida. -ri e ela me roubou um selinho. -não sei o que seria de mim se não tivesse me casado com você.

-você provavelmente estaria com alguma sem noção, e passando muita raiva, ou poderia estar sem ter os maravilhosos orgasmos, em plural, que eu te proporciono. -previ.

-ainda bem que te encontrei então. -riu.

-bom... vamos comer. -procurei os pratos em cima do balcão. -ah merda! -gargalhei. -esqueci de pegar os pratos.

-deixa que eu pego. -riu junto comigo. -estão aqui né? -falou se esticando para abrir o armário.

-sim.

-prontinho. -voltou com dois pratos.

-deixa que eu coloco pra você... -ela me entregou um dos pratos.

Coloquei a comida dela e trocamos os pratos, coloque-o a minha e reabasteci as taças. Comemos conversando, rindo e brincando, depois só nos deitamos no sofá, bem abraçadas, claro, com uma coberta bem quentinha e dormimos assistindo Enrolados.

Fim.

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