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-Millie-

Acordei já sentindo meu corpo doer, a posição que eu adormeci meia hora atrás não foi nem um pouco favorável.

Tinha alguém batendo na porta, me virei para o outro lado vendo a ruiva toda embolada no lençol, certo, não é ela.

Me enrolei no lençol e levantei ouvindo a reclamação dela por eu ter pegado o lençol todo.

-quem é? -falei quase sem voz e olhei pelo olho mágico.

-é o café da manhã! -a moça falou de fora.

-mas eu não pedi nada. -falei abrindo um pedacinho da porta.

-a outra moça, a ruiva, deixou o horário que poderíamos trazer. -deu de ombros. -a Senhora vai abrir a porta para eu colocar aí dentro?

-ah. -abri o resto da porta. -espera só um minutinho? -parei ela.

-claro. -assentiu.

Procurei alguma coisa para poder cobrir a Sadie e achei meu casaco, o que fica no carro é nunca sai, mas ontem ele saiu, eu imaginei que aqui estaria frio, então eu peguei antes de embarcar, e agora ele vai servir de cobertor.

-pronto. -falei e a moça entrou. -eu te dou gorjeta ou algo assim?

-a gorjeta.

-certo, só um minuto, preciso achar a minha carteira.

Comecei a procurar por todo o quarto minha bolsa, adivinha onde ela estava?

Debaixo da porra da cama.

Abri pegando minha carteira de dentro dela e peguei uma nota de cinquenta.

-Senhora, é bem menos... -hesitou em pegar o dinheiro.

-não, pode ficar.

-tem certeza? -perguntou.

-sim, obrigada. -levei ela até a porta.

Fechei a mesma e como eu estava com fome mesmo, fui ver o que tinha.

Simplesmente, um banquete, cheio de frutas, uma cesta de pão, um monte de queijo, e presunto, salame, tinha salgado também, e uma torta.

-aí... -resmungou se remexendo na cama. -apaga a luz...

-tá de manhã, fofinha. -dei um tapa no pé dela.

-fecha a cortina... -fez drama.

Peguei um morango e fui até ela. Deixei o lençol cair no chão e sentei colocando uma perna de cada lado do corpo dela.

As mãos dela foram para a minha cintura e eu passei a ponta do morango na boca dela, ela abriu o olho rapidinho.

-pensei que era seu peito... -se decepcionou.

-mas pode ser... -mordi o lábio olhando nos olhos dela.

-tá bom... -ela nos virou ficando por cima de mim.

[...]

-pegou todas as coisas? -me perguntou terminando de vestir a roupa.

-peguei. -parei na frente dela. -vice ainda tá vestindo a roupa?

-não me insulta! -choramingou. -eu tô tentando não deixar esse short afertar o meu direito de viver.

-que dramática! O que tem o short?

-nao vai rir, promete. -falou séria.

-prometo. -segurei a risada.

-tá partindo tudo... -gruniu puxando o short para baixo.

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