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-Sadie-

Ontem eu só trouxe ela para casa e coloquei na cama, vim para o sofá e chorei, chorei até dormir, meu coração doía, como ela poderia ter feito algo assim comigo, eu não teria a coragem de fazer isso com ela.

Acordei com a Valentina pulando em cima de mim, tampei meu rosto com a almofada e ela puxou rindo, fiz uma careta pra ela e sorri, tentando parecer normal na frente dela.

-mamãe! -me deu dois beijinhos.

-oi meu amor! -apertei as bochechas dela. -você está com fome?

-eu tô, mamãezinha. -me abraçou, levantei com ela no colo e quando passei na frente da escada ela vinha descendo.

Meu coração apertou, fiquei observando ela descer, ela estava me encantou com o.olhar triste, eu engoli o choro e continuei indo para a cozinha.

-vamos comer? -sorri para ela.

-sim, sim, sim! -deu risada. -a mamãe Sadie vai fazer panquecas para mim, mamãe. -gritou para a outra mãe  que entrou na cozinha com a Júlia no colo.

-é mesmo? -perguntou rindo.

-é sim!

-que legal, filha. -colocou a menina no cadeirão.

-você quer panquecas de chocolate? -ri da cara que ela fez.

Me virei pegando os ingredientes no armário e ela ficou cantando uma música infantil com a mãe.

Coloquei tudo sobre a bancada da pia. Normalmente eu cozinho na ilha, mas como ela está ali eu vou cozinhar sem olhar para ela.

Coloquei a farinha e os ovos dentro da tigela e comecei a misturar. Adicionei o leite e fiquei batendo. Meus olhos estava doendo, pareciam secos, estava desesperada para chorar, tudo doía, por pura decepção.

-não vamos conversar? -abraçou minha cintura parando do meu lado e perguntando próximo ao meu ouvido.

-Millie, me solte por favor. -ela tensionou. -por favor, Millie. -ela me soltou rápido.

-Sadie... -ia começar a falar.

-mais tarde conversamos. -continuei batendo.

[...]

Depois do café, eu peguei a Valentina e fui vestir ela pra escola. Coloquei o uniforme e penteei o cabelo dela, fiz um penteado e coloquei ela na sala com meu celular.

Arrumei a Duda e coloquei as duas assistindo juntas, fui me ajeitar pra levar elas, me olhei no espelho vendo que, meu rosto não estava muito diferente do meu coração e da minha mente.

Passei a escova no cabelo, o desembaraçando  e amarrando num coque, meio desfeito, tomei uam ducha rápido e vesti uma calça moletom e uma camisa, calcei os chinelos e escovei os dentes, passei perfume e saí.

Desci as escadas e esbarrei na Millie que vinha subindo, quase ela caiu mas eu a segurei à tempo.

-era melhor ter deixado que eu caísse. -abaixou a cabeça. Arrumando o cabelo.

-que? -perguntei sem entender.

-nada. -continuou subindo.

Terminei de descer e fui levar elas na escola, já são dez horas da manhã, elas entram lá dez e dez, vaou atrasar um pouco.

-vamos meninas, rapidinho, estamos atrasadas. -corri para a porta estalando os dedos. -vamosss! -sai, e fui para o carro.

A Maiana trouxe a Júlia no colo, eu vou levar ela para a casa dos meus pais, pedi para a mãe dela arrumar as coisas dela pra passar o dia, na hora de buscar as meninas na escola eu pego ela lá.

Como eu tenho que conversar com ela lá, é melhor que estejamos sozinhas, essa conversa será longa...

Cheguei na escola bem rápido e tive que descer para falar com a diretora, aí vai eu parecendo um lixo falar com insuportável da mulher por que ala não pode aceitar que as meninas entrem um dia só atrasada, e olhe que eu vim rápido, ela só atrasaram cinco minutos.

-ela chegaram atrasadas hoje, por motivos familiares, mas foi somente cinco minutos. -expliquei.

-tá certo, só preciso que assine aqui. -estendeu o papel apontando e a caneta.

Peguei e assinei, depois sai da sala dela indo para o estacionamento, no caminho vi a intrometida da Carla.  Ô mulherzinha curiosa viu, nem precisa falar com ela pra ela encher o saco.

-Sadie! -me chamou. -cono você está diferente. -deu um sorriso falso me olhando de cima à baixo.

-estou cheia de coisas para resolver se não se importa... -sorri falso para ela também. -tchau. -sai andando rápido para o portão.

Coloquei a Júlia na cadeirinha indo deixar ela na casa de Lori.

Quando cheguei lá ela queria que eu falasse de qualquer jeito o porque de eu finalmente deixar a bebê com ela, e porque eu estava tão abatida e desarrumada.

-já disse que não é nada, mãe. -bufei.

-eu não aceito. -cruzou os braços. -sei que está mentindo.

-que mulher chata! -reclamei rindo.

-chata uma porra! Eu sei que está escondendo.

-é muito cedo para falar, certo? -ela estreitou os olhos. -ainda estou resolvendo.

-tá certo.

-beijo mãe. -dei um beijo na testa dela. -eu venho pegar ela mais tarde. -ela assentiu. -tchau pai!

-tchau! -disse com a menina no colo. -traz a Millie mais tarde, quero falar uma coisa com ela. -eu travei. -aconteceu algo?

-não... -coçei a cabeça. -não é nada, vou ver com ela ok? -ele deu tchau mais uma vez e eu vim embora rápido.

Acontece que eles já devem imaginar que algo aconteceu, e eu não quero envolver eles nisso, até que esteja tudo certo, apesar de que eu não sei nem o que vou acertar.

Não sei o que falar nem como agir. Não estou com raiva dela. Não sei nem dizer o que estou sentindo por ela nesse momento, só estou sentindo todo o meu corpo doer.

E a vontade imensa de evitar ela até que nos duas esqueçamos o que aconteceu, mas é impossível, tem que resolver com a conversa, o que é um saco.

Vou passar no mercado e na farmácia, vou comprar umas frutinhas e o leite da Júlia, depois vou comprar a fralda dela.

Só não quero voltar agora pra casa, acho que adiar o máximo que ei posso essa conversa é a coisa certa a se fazer.

Entrei no mercado e fui direto para a sessão de bebidas, abasteci o carrinho com várias garrafas de vindo, e fui com prazer algumas coisas para o jantar e vou fazer um bolo de chocolate com o recheio de ninho com morango, e a cobertura de chocolate.

As meninas adoram esse bolo, Millie também...

Ela adorou esse bolo, eu o fiz quando ela estava grávida da Penelope, ela.queria ele todos os dias, eu comi tanto que enjoei, mas ela ficava tão feliz, o sorrisinho dela, os olhinhos brilhando, tão linda...

Afastei esses pensamentos seguindo minhas compras.

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