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-Millie-

-Sadie, mulher, eu te chamo há horas! -falei sentando no colo dela e tirando a almofada do rosto dela.

-oi...amor... -ela falou baixinho.

-o que você tá fazendo aí criatura? -a analisei.

-to me escondendo! -falou baixinho.

-se escondendo de quem mulher? -perguntei sem entender.

-fala baixo! -repreendeu. -pelo amor de Deus, da Aurora, eu não quero falar com ela.

-ah não, pelo amor de Deus Sadie! -levantei puxando ela. -tá parecendo uma criança!

-não! -se jogou no chão de novo. -por favor! -ficou rolando de um lado pro outro.

-amor... -puxei ela de novo. -eu vim te chamar para ir ali! -ela parou, ainda fazendo drama.

-ali? -assenti. -onde?

-você sabe... -mordi o lábio.

-mas e as crianças?

-seus pais passaram aqui tem duas horas, eu te chamei mas você estava escondida. -a olhei com tédio.

-é...

-ah jura? -andei puxando ela pela mão. -Maiana a gente vai sair e só voltamos amanhã de manhã. -peguei minha chave em cima da mesa.

-e vão fazer o que? -arqueou uma sobrancelha. -não, precisa, falar! -me olhou aterrorizada.

-vamos só fazer compras, ousada! -repreendi.

-Sei, compras de uma noite. -debochou. -vamos ficar com a casa só pra a gente... -fofocou com a namorada.

-nada de usar as minhas coisas! -Sadie mandou.

-qual, aquele quarto? -provocou. -Aurora, você não sabe...

-eu vou te esganar! -rosnou. -não mexe em nada.

-eu vou trancar amor, calma. -alisei o braço dela. -você tem que para de pirraçar a sua mãe, ela fica muito estressada e nervosa, já pensou ela infarta de tanto passar nervoso? -briguei com a mulher. -apesar de que, com as condições físicas dela é impossível! -sequei ela com o olhar.

-tá bom! -gritou. -guardem isso para mais tarde, nós poupe. -fez sinal de nojo.

-vai pro carro, eu vou trancar a porta e pegar uma roupa. -dei um selinho nela.

-tá bom. -ela abriu a porta. -depois nos vamos conversar viu? -falou com a Maiana.

-sim senhora! -deu ênfase no senhora e Sadie respirou fundo e saiu.

-você para! -dei um tapa forte na perna dela. - não sei como você gosta dessa menina Aurora.

-é que eu gosto da tatuagem sogra...

-que tatuagem?

-ah, é a que eu fiz esses dias, depois eu te mostro. -ficou olhando para o nada.

-tá escondendo o que? -perguntei.

-nada. -pegou uma banana disfarçando.

-Maiana, você odeia banana. -ela jogou a mesma na parede. -não joga as comidas na parede!

-vem ver a tatuagem. -levantou me puxando para o armário da cozinha que tem a porta bem grande e da pra se esconder lá dentro.

-é tão ruim assim que tem que ser um segredo? -ela abaixou as calças. -meu Deus!

-é feia, sogra? -Aurora me perguntou

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-é feia, sogra? -Aurora me perguntou.

-não. -dei uma gargalhada. -sua mãe vai odiar.

-não conta pra ela. -implorou.

-e você acha que ela não vai ver? -coloquei as mãos na cintura. -pretende usar calça até no dia mais quente?

-é claro.

-tá bom... -levantei as mãos em forma de rendição. -eu vou pegar minha bolsa, porque daqui a pouco ela vem me procurar.

-vão transar pra caralho em? -deu risada.

-fecha a cara! -gritei.

-não menti. -deu de ombros rindo.

-menina, me respeita!

-a convivência afeta... tá parecendo a mamãe.

-então estou incrível! -subi correndo.

Peguei um vestido para mim, e uma camisa e um short para a Sadie, peguei calcinhas, e coloquei tudo dentro da minha bolsa.

Passei no banheiro e peguei shampoo, escovas de dentes, de cabelo, sabonete líquido, o meu perfume e o da Sadie, peguei o celular dela que ela deixou aqui.

Depois eu desci, aí eu lembrei que não tinha trancado a porta, tive que subir de novo e trancar.

-você trancou mesmo? -perguntou quando eu passei pela porta.

-Maiana?

-que? -revirou os olhos. -só queria saber mesmo!

-acho melhor você manter a casa inteira. -caminhei até o carro.

-eu sei tá bom! -gritou. -não sou irresponsável.

-é sim! -gritei de volta.

Entrei no carro e coloquei a minha bolsa no banco de trás, peguei meu celular e mandei mensagem para a mãe da Sadie, dizendo que se acontecesse qualquer coisa era só me ligar.

Mas acho que se ela ligar eu não vou atender...

-em qual você quer ir? -me perguntou, colocando a mão na minha coxa.

-em um diferente...

-diferente como? -perguntou curiosa.

-Sei lá, um que não seja tipo clássico, com piscina e essas coisas.

-então você quer ir para o quarto simples? -me olhou com cara de nojo.

-não!

-não entendi, amor, o que você quer? -voltou a prestar atenção no trânsito.

-vamos para outra cidade. -sugeri.

-o que?

-nos já fomos em praticamente todos os motéis dessa cidade, vamos para um diferente, com novos rostos.

-Millie, isso é uma viagem. -deu risada. - nós vamos fuder, em algum lugar e depois vamos voltar para casa e implorar para que este dia volte.

-por isso é bom que seja especial. -argumentei.

-tá, e qual cidade quer ir? -me olhou. -você sabe que a cidade vizinha é bem camponesa, acho que nem tem motel lá.

-vamos para a vizinha da vizinha, e se ela não for boa, paramos no aeroporto e pegamos um voo para Paris.

-isso parece uma boa ideia... -pensou. -que tal pulamos essa parte das cidades e irmos para o aeroporto logo?

-seria incrível! -ela fez o retorno.

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