capítulo 50

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notas iniciais: passando aqui no início para perguntar se vocês estão gostando dessa vibe de "suspense" que eu estou explorando com a personagem Alice. me respondam aí 🤍
boa leitura, e não esqueçam de votar :)

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Alice subiu os dois degraus de madeira que davam acesso ao chalé e os ouviu ranger, de tão velhos e desgastados que eram... ela respirou fundo, tentando manter a calma, e então, facilmente, ela abriu a porta de madeira que também rangeu com o movimento.

com o diário em uma mão, e a lanterna e o um canivete na outra, ela entrou no chalé e viu seus tênis sujarem o tapete marrom que ficava bem na entrada da porta. ignorou.

antes de examinar o ambiente, Alice procurou por algum interruptor e quando o encontrou, ela acendeu as luzes e pôde ver nitidamente o cômodo.

havia um sofá velho e sujo na cor verde-desbotado em frente a uma lareira que estava apagada e cheia de lenha que não parecia ter sido extraída recentemente.

Alice se perguntou o porquê da polícia não ter isolado aquele perímetro, já que eles sabiam da existência do diário e consequentemente deveriam saber também da localização daquele chalé, mas simplesmente parecia que eles tinham dado o caso por encerrado, apenas porquê ela estava bem e em casa e o culpado já estava preso... para eles não era importante saber os motivos que levaram Francis a fazer o que havia feito.

olhou para outro lado do chalé e viu uma janela quadrada bem larga, uma mesa de jantar feita de madeira, também estava velha e desgastada, em cima havia garrafas de bebidas alcoólicas e dois copos vazios.

por um segundo ela imaginou que fora ali, sentados na mesa, onde Francis e Eric discutiram por horas sobre todo o plano sujo e cruel que haviam criado enquanto se embebedavam.

Alice remexeu na prateleira com poucos livros que havia de outro lado do chalé, mas não achou nada que a interessasse. apenas alguns livros velhos de páginas amareladas e a poeira que a fez espirrar algumas vezes.

já tinha começado a achar que sua pequena aventura não iria servir para nada, e que ela não encontraria nada que a interessasse de fato... Alice abriu o diário, pulou todas as páginas que já tinha lido e parou na página que mais lhe chamou atenção: mais um desenho seu. e dessa vez ela estava nua, jogada em sua própria cama. no canto superior da folha havia uma data escrita: "24 de fevereiro de 2017". a data em que ela completara dezoito anos.

novamente sentiu mais um calafrio percorrer sua espinha, mas se manteve forte. pensou que talvez, para Eric, aquela noite de aniversário também tivesse sido difícil de esquecer, assim como acontecera com ela.

ela voltou a guardar o diário e caminhou em passos lentos até a porta que dava para outro cômodo: o quarto. onde havia duas camas de solteiro com colchas rasgadas e colchões cheios de furos, onde se era possível ver as molas saltando para fora.

Alice fez careta para aquilo e sentiu nojo por saber que era ali onde eles provavelmente já dormiram. ela balançou a cabeça em negação, afastando aqueles pensamentos e então olhou para outro canto do cômodo e notou um guarda-roupa velho, de madeira.

não perdeu nem mesmo um segundo e já fora logo "investigar" o móvel, na esperança de encontrar algo que realmente valesse o seu esforço... e realmente encontrou.

no meio de roupas velhas, que fediam a mofo, e alguns cabides quebrados, Alice encontrou uma foto sua colada na madeira do guarda-roupa. na foto ela ainda morava no convento de freiras e estava vestida com seu uniforme habitual: uma saia cinza e sem graça que ia até os calcanhares, uma blusa preta de manga longa e gola alta e o crucifixo que todas as meninas tinham. ao lado dela estava sua ex-melhor amiga, Maggie.

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