capítulo 46

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Benjamin estava quase completando seus cinco meses de vida e, até então, não tinha tido nenhum contato com seu avô paterno. portanto Sean e Lana decidiram que seria uma boa ideia levar o filho para Londres. eles conversaram com George Maguire e acertaram a data em que poderiam ir, alguns dias depois já estavam na casa onde Sean passara toda sua infância e adolescência.

Sean: pai? - disse ao entrar na casa com uma mala de rodinhas. — nós já chegamos. - deu espaço para que sua esposa entrasse com Benjamin no colo. então logo depois ele deixou a mala no canto da porta, e saiu para buscar o restante da bagagem que ficara do lado de fora.

não demorou muito para que uma figura baixa, de pele pálida e enrugada, com cabelos e bigodes brancos como algodão, adentrasse àquela enorme sala de estar.

George: vocês chegaram. finalmente. já estava achando que havia acontecido alguma coisa no aeroporto. - anunciou. seus olhos azuis estavam numa tonalidade mais escura do que de costume, mas ainda assim eles brilharam ao olhar para sua nora e seu neto em pé, ao lado do sofá. — como vai, Lana 'Parrilinda'? - perguntou de modo educado e engraçado, fazendo com que Lana esboçasse um sorriso sincero. — meu Deus... - seus olhos desceram para um pequeno louro de cabelos encaracolados que o encarava com curiosidade. — esse menino não nega que é um Maguire... - se aproximou. — ele é terrivelmente parecido com o Sean.

Sean: espero que isso signifique boa coisa. - disse ao voltar para dentro com outras duas malas.

George: me deixa segurá-lo, Lana?

Lana: claro! - entregou a criança nos braços do avô e se surpreendeu ao ver que Benjamin estava totalmente familiarizado com o ambiente, sequer reclamou quando George o pegou. era como se já se conhecessem a vida inteira.

George: como você é pesado! - exclamou para o menino. — o que estão dando pra você comer, ein? - brincou com o nariz da criança. — eles tem seus olhos, Lana. são lindos.

Lana: obrigada, senhor Maguire. - respondeu antes de notar que Sean tentava subir as escadas com duas malas de rodinhas, e ainda faltava mais uma.

George: deixa eu te ajudar com isso, Sean. - fez menção de entregar o menino de volta para a mãe, mas Lana o parou.

Lana: não precisa, pode deixar que eu levo. - pegou na alça de couro da mala. — pode curtir o momento com o seu neto. afinal foi pra isso que viemos.

George apenas sorriu para a nora e percebeu que o menino em seus braços estava hipnotizado com um enorme aquário iluminado, cheio de peixes, que ficava na sala.

George: você gostou, Benjamin? - se aproximou do aquário e o brilho nos olhos do menino aumentou, com os pequenos lábios rosados boquiabertos.

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o cômodo era um típico quarto de adolescente que vivera nos anos noventa. o papel de parede de listras azuis e brancas, apesar de velho, não parecia tão desgastado. diferente dos posters de bandas da época, esses sim estavam quase destruídos por completo.

Sean: que saudades que eu senti desse lugar! - disse ao sentar-se em sua velha cama confortável e macia, vestida com lençóis em tons de azuis escuros.

Lana: você era um jovem bem eclético... - analisou os posters das bandas ao lado de folhetos antigos da seleção de futebol inglesa. contudo, seus olhos desceram para uma estante branca que tinha alguns bebêlos e um porta-retratos com uma foto de quando Sean era criança. — uau, seu pai tinha razão quando disse que Benjamin é terrivelmente parecido com você. 

Sean: ei, não fui eu quem colocou isso aí... - levantou da cama e foi até sua esposa que estava com o retrato em mãos. — para de ver isso, Lana... - seu rosto corou.

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