capítulo 31

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— e por volta de que horas você saiu do salão? - perguntou o advogado de defesa que Francis havia contratado.

o dia do julgamento finalmente havia chegado e muitas pessoas foram ao tribunal para acompanhar o desfecho de toda aquela história, inclusive a família do réu.

agora Alice estava depondo, novamente, contra Francis. todos no tribunal olhavam para ela com olhos curiosos, já ela por outro lado só queria ir embora e nunca mais olhar na cara de seu abusador.

— senhorita Parrilla? - o advogado a chamou, tirando-a de seus pensamentos.

Alice: sim? - balançou a cabeça em negação e olhou para ele.

— está tudo bem? - ele perguntou. era um homem meio baixo, gordinho com bigodes e uma barba mal feita.

Alice: sim. - respondeu rápido. — qual foi mesmo a pergunta?

— por volta de que horas você saiu do salão?

Alice: não sei ao certo mas acho que já deveria ser quase uma da tarde.

— e então você entrou no carro de um desconhecido.

Alice: não era o carro de um desconhecido, era o carro da minha mãe! - afirmou com veemência.

— como podia ser o carro da sua mãe se sua mãe ainda não havia chegado?

Alice: bom... eu achei que fosse. o modelo era o mesmo, a cor e... - interrompida.

— é muito comum que os carros se pareçam, senhorita Parrilla... - disse o advogado em tom de deboche.

Alice: mas com a mesma placa? - o desafiou no mesmo tom de deboche. Alice precisava urgentemente preservar um pouco dessa valentia que ela apresentava de vez em quando.

— e o que te faz achar que era a mesma placa do carro da sua mãe?

Alice: senhor Phillips... eu reconheço a placa do carro da minha mãe de longe. - disse com calma.

— talvez você tenha se enganado.

Alice: ou talvez o Francis tenha falsificado a placa para me fazer achar que o carro dele era o carro da minha mãe. - disse como se fosse óbvio.

— ou talvez você realmente tenha se enganado.

— objeção! - disse o advogado de Alice, se levantando da mesa. — excelência, o doutor Phillips está praticamente chamando minha cliente de burra!

— objeção aceita. doutor Phillips por favor prossiga. - disse a juíza.

Dr.Phillips: ok. - respirou fundo. — bom, você disse que havia mais alguém lá, quem era?

Alice: Eric, irmão de Francis. - encarou seu abusador por breves segundos e depois voltou a olhar para o advogado.

Dr.Phillips: você e o Eric tinham uma relação não é?

Alice: a gente namorava há pouco tempo.

Dr.Phillips: hm... e você sabia do parentesco de Eric e Francis?

Alice: não, claro que não!

Dr.Phillips: e você nunca desconfiou de nada?

Alice: não.

Dr.Phillips: nem mesmo quando ele te comprou um parque de diversões? - disse num tom irônico fazendo com que a menina se sentisse uma completa ignorante.

ela engoliu em seco.

Alice: não. - respondeu com a voz fraca.

Dr.Phillips sorriu vitorioso olhando para ela como quem acaba de ganhar uma guerra.

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