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Vou ao primeiro jogo de futebol americano da minha vida, nunca tinha tido o menor interesse nisso, e ainda não tenho. Mas estou sentada no alto da arquibancada com Peter e os amigos dele, e eu acho não há muito o que ver. O que acontece é muita espera, muita gente amontoada e pouca ação, e não é nem um pouco parecido com os jogos de futebol americano dos filmes e programas de tevê.
Às nove e meia, o jogo estava quase acabando, e estava bocejando com a boca de forma escondida com a manga do casaco quando Peter de repente passa o braço por cima dos meus ombros. Eu quase engasgo no meio do bocejo.
Lá embaixo, Genevieve estava torcendo com o restante das lideres de torcida. Estava balançando e sacudindo os pompons. Ela olhou para a arquibancada e, quando nos vê, para por meio segundo antes de reiniciar a coreografia, com os olhos pareciam que iam soltar faíscas. Olho para Peter, que exibe um sorrisinho satisfeito. Quando Genevieve volta para a lateral do campo, ele não retira o braço dos meus ombros.
- O pessoal vai para a casa do Eli hoje. Quer ir?
Eu nem sei quem é Eli. Bocejo de novo, dessa vez com exagero, para ele ver que estava cansada.
- Hã... estou muito cansada. Então não, obrigada. Você pode me deixar
em casa no caminho?Peter me olha, mas não discute.
No caminho, passamos pela lanchonete, e Peter fala:
- Estou com fome. Quer comer alguma coisa? Ele acrescenta: - Ou está cansada demais?
Eu ignoro a alfinetada.
- Claro, vamos comer.
Peter pega o retorno e estaciona na lanchonete. Escolhemos uma mesa bem na frente. Sempre que eu vinha para cá com Margot e Josh, nós nos sentávamos no fundo, perto do jukebox, para podermos colocar moedas e escolher uma musica. Na maioria das vezes estava quebrado, mesmo assim gostávamos de nos sentar perto dele. É estranho estar aqui sem eles.
Quem nos atendeu foi a garçonete Barbara, que está na faculdade. Ela passou o verão fora, mas pelo visto está de volta. Ela olha para Peter enquanto coloca nossos copos de água na mesa.
- Onde estão seus amigos? Perguntou Peter para mim.
- A Margot foi para a Escócia, e o Josh... não está aqui. Respondo e Peter revira os olhos quando ouve isso.
Em seguida, ele pede panquecas de mirtilo, bacon e ovos mexidos. Peço um queijo quente com batatas fritas e refrigerante Coca-cola. Quando Barbara sai com nossos pedidos, pergunto a ele:
- Por que você odeia tanto o Josh?
- Eu não odeio o Josh. Retruca Peter, com deboche. - Nem conheço o cara direito.
- Ah, mas está na cara que você não gosta dele.
- Como eu poderia gostar? Uma vez ele me dedurou por colar no sétimo ano.
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Para Todas As Pessoas Que Já Amei.
FanfictionSarah sempre guardou suas cartas de amor em sua confidente caixa azul-petróleo que ganhou de sua falecida mãe, mas infelizmente não são cartas que ela recebeu de alguém; são cartas que ela mesma escreveu, cada uma delas, para cada pessoa que um dia...