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O festival de biscoitos de Natal começa no dia primeiro de dezembro.
Pegamos todos os livros e revistas de receitas de mamãe, os espalhamos no chão da sala e colocamos a musica Natal do Charlie Brown para tocar. Nenhuma música natalina é permitida na nossa casa antes do mês de dezembro, não lembro quem inventou essa regra, mas sempre a seguimos fielmente.
Kitty tem uma lista de biscoitos que vamos fazer, outros que talvez façamos e alguns impossíveis de fazermos.
Meu pai adora meias luas de noz-pecã, então temos que fazer esse.
Biscoitos amanteigados, porque no Natal esses não podem faltar.
Biscoitos de canela para Kitty.
Biscoitos de melado para Margot.
Biscoitos de gotas de chocolate para mim.
De chocolate branco com cranberry é o favorito de Josh.
Mas acho que este ano deveríamos fazer algo diferente e escolher outros biscoitos. Não completamente, mas com pelo menos alguns novos. Peter está aqui em casa; ele veio depois da aula para estudar química, nós terminamos de estudar há horas e ele ainda está aqui. Ele, Kitty e eu estamos na sala vendo os livros de receitas. Meu pai está na cozinha ouvindo as notícias no rádio e preparando o almoço de amanhã.
— Por favor, chega de sanduíches de peru. Grito.
Peter me cutuca e diz, apenas com movimentos labiais: mimadas. Ele aponta para mim e para Kitty.
— Nem ligo. E sua mãe faz seu almoço todos os dias, então cala a boca. Sussurro.
— Ei, também estou cansado de sobras, mas o que vamos fazer? Jogar fora? Responde meu pai da cozinha.
Kitty e eu nos entreolhamos.
— Exatamente.
Meu pai tem um problema com desperdício de comida. Eu também não gosto, mas em todos ação de Graças temos muitas sobras que temos que comer a vários dias. Eu me pergunto se ele repararia se eu fosse escondida até a cozinha durante a noite e jogasse tudo fora. Provavelmente sim.
— Se tivéssemos um cachorro. Fala Kitty em voz alta — Não haveria mais sobras.
Ela pisca para mim de forma sapeca.
— Que raça de cachorro você quer? Pergunta Peter.
— Não dê esperanças a ela. Digo, mas Peter faz sinal para eu não interferir.
Na mesma hora, Kitty diz:
— Um akita. Com pelo marrom-claro e rabo feito um pãozinho de canela. Ou um pastor alemão, que posso treinar para que seja cão-guia.
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Para Todas As Pessoas Que Já Amei.
FanfictionSarah sempre guardou suas cartas de amor em sua confidente caixa azul-petróleo que ganhou de sua falecida mãe, mas infelizmente não são cartas que ela recebeu de alguém; são cartas que ela mesma escreveu, cada uma delas, para cada pessoa que um dia...