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Arrumado em meu quarto andava de um lado para o outro, pensando: "meu pai deixaria ir?", "o que custa tentar.", "de certo não seria bom sair sem pedir, teria que tentar".
Oscilava entre um pensamento e outro tentando chegar a uma decisão. Só havia uma forma de resolver esse impasse.
Fui até o quarto de meu pai, parei na porta. Ele estava com o braço esquerdo sobre o rosto, tampava os olhos.
- P_ai!
Falei um tanto nervoso e desconfiado. Esperei por um tempo que ele esboçasse algum movimento, porém, isso não aconteceu, então prossegui.
- On_tem, quando estava voltando para casa, o senhor da capela me pa_rou, conversou comigo, depois me chamou para participar da reunião hoje.
Limpei a garganta e concluí.
- Posso ir?
O silêncio continuou no ambiente, após o ressoar de minha última palavra, uma interrogação, e assim se manteve por um tempo. Esperei uma resposta e me contive com a ideia de interrogá-lo por mais uma vez, certamente não dormia e com certeza tinha ouvido claramente meu pedido, nada impedia que isso acontecesse. Virei em direção ao corredor e parei subitamente ao ouvir que ele enfim quebrava o silêncio.
- Permito ir somente na reunião! Quem vai com você?
Me virei sutilmente e falei.
- Chamei meus irmãos, mas não quiseram ir.
Com o braço ainda nos olhos, concluiu.
- Então leve seu irmão Deivy! É não demore.
Tá aí minha resposta, uma surpreendente e favorável.
Peguei Deivy, avisei Ozannia que também ficou surpresa e sai.
Pai não costumava voltar atrás em suas palavras, mas por algum motivo ele permitiu, talvez fosse para ir, e nem mesmo ele pudesse impedir isso.
Algumas pessoas transitavam na rua. Seguimos o caminho reto até a pequena capela azul. Ao entrar percebi que a maioria das pessoas que andavam na rua, na verdade também estavam indo para lá.
Havia muitas pessoas ali, o lugar parecia ser pequeno por fora, mas era significantemente grande e estava cheio. Andei devagar procurando um lugar vazio para que eu e Deivy pudéssemos nos sentar. No andar curto e observador fui parado por um moço que nós cumprimentou logo na entrada.
Encontrei um lugar vazio no terceiro banco, do lado esquerdo da capela. Puxei Deivy até o lugar e o coloquei sentado sob o grande banco de madeira já desgastado.
Todos estavam em pé e cantavam uma canção com entusiasmo e motivação.
...
🎶Porque Ele vive, posso crer no amanhã
Porque Ele vive, temor não há
Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus, que vivo está🎶
...
Fiquei observando o ambiente por alguns minutos, as pessoas cantavam movidas por uma convicção impactante e surpreendente, era uma energia que contagiava; podia ser sentida. Era lindo vê-los cantando, o coral, a plateia, todos juntos, entoando a mesma canção, com a mesma sincronia. Era possível sentir uma alegria repentina, uma chama que ardia no peito, era uma sensação inexplicável de que pela segunda vez estava no lugar correto. O ambiente ali fazia-me recordar de minha mãe, ela costumava transmitir aquela mesma energia.
Logo após nos sentamos, então pude observar rapidamente no canto direito da capela, sentado na ponta do banco da primeira fileira, o senhor que havia me convidado para estar na reunião.
A moça negra dos cabelos cacheados, que subiu assim que o coral terminou de cantar, falou em um tom meio alto no momento em que minha mente vagava por aquele inusitado ambiente.
- ...chamar, o pastor Adriel!
O senhor a qual tinha me feito o convite, se levantou e foi até o púlpito.
"Então, ele e o pastor", pensei meio surpreso.
Ele agradeceu, sorriu e acenou para as pessoas que estavam presentes naquele ambiente.
Enquanto isso pensamentos invadiam minha cabeça:
"Será que aquela reunião era sempre cheia daquela forma?", "o que iriam tratar ali?", "seria tão importante assim?", "bem, estava pronto para descobrir." Precisava de respostas.
Quando já parava de acenar seus olhos me encontraram, então ele rapidamente falou:
- Queridos irmãos, Darwin está conosco nesta noite, como recebemos nossos visitantes?
Então todos falaram juntos.
- SEJA BEM VINDO A NOSSA CONGREGAÇÃO. SINTA-SE ABRAÇADO PELA NOSSA COMUNIDADE!!!
A sincronia era perfeita; fazia estremecer por dentro; era constrangedor. Fazia-me sentir importante, era um misto de sensações novas.
Em seguida ao consentimento do pastor todos se sentaram. Eu estava maravilhado com aquele local, era diferente, as pessoas eram diferentes, o ambiente, a energia, tudo ali era novo e único.
- Darwin já estava maravilhado, Deus ainda estava começando. Ele nem sabia a proporção que a pessoa de Deus traria em sua vida. Mas Deus, não só sabia como tinha marcado um momento especial na história do rapaz, para se revelar a ele. Por que Deus, sendo um ser supremo, ama se revelar aos homens comuns e torná-los espetaculares.
Gostou do que leu até aqui??
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Darwin está começando a se encontrar com Cristo, o que você acha desse novo começo???
💖
Estou deixando Por que ele vive no som do teclado, espero que gostem...
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Voo | O chamado
RomanceNós, seres humanos, somos tantas faces e tantas cores. Somos euforia, alegria, determinação, esperança, um oceano de possibilidades. Mas, em alguns tempos também somos revolta, raiva, angústia, medo. O personagem (Darwin Kay) exemplifica bem isso...