olho meu reflexo difuso no espelho
e já não me reconheço maismeus lábios que eram tons de carmim
estão sedentos de cores
meus traços misturam-se na minha face
escondidos, timidamente, atrás das dores
não leio mais minhas linhas
não sinto mais meus saboresjá não sei mais como eu era
sem as pálpebras inchadas pelos prantos
que escorrem pela minha face ardida
procurando resquícios em quaisquer cantos
de uma alma já perdidaeu sei quem eu era
sei como eu seria
mas me perdicomo um paradoxo complexo
perdi-me, em meu próprio reflexo
procurando, nele
e euforia
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poemas e conectomas
Poesíapoemas autorais, orgânicos e desestruturados, escritos sob ondas cimáticas