aqui de novo tentando lutar contra meus genes
as pontes de hidrogênio são difíceis de romper
pra quem já não sabe mais buscar o calor da vidanão me resta nenhum sonho, nenhuma base
a não ser as malditas nitrogenadassempre tento mas não consigo controlar minhas células
e meu próprio corpo se volta contra mim
tornando-me refém dos processos metabólicos que compõem o pensamento humanono fim sou só um bocado de neurotransmissores, macro e micromoléculas, organelas celulares
70% feita de água
que vez em quando transborda entre as lágrimasnão há como fugir da própria composição
não posso reprogramar meu código genético
vivo nesse limbo entre me desintegrar
ou aceitar
minha própria e categórica natureza
que nunca soube se adaptar
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poemas e conectomas
Puisipoemas autorais, orgânicos e desestruturados, escritos sob ondas cimáticas