MORTÍCIA

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Assim que Vívi se deita comigo me sinto melhor por alguns instantes, ela me abraça e fica mexendo no meu cabelo. Fico em silêncio apenas refletindo tudo o que ela disse pra mim mais cedo, todas aquelas revelações mexeram muito comigo, no início eu fiquei magoada, mas eu a vi ali se desculpando com todo o arrependimento que ela conseguia demonstrar. Eu vi que ela realmente estava dizendo a verdade, sempre fui boa em ler o que ela sentia.

Eu não entendia porque eu estava me sentindo tão mal, desde que Vivi me beijou parece que tem algo de errado comigo, não sei dizer o que é e não quero preocupa-la. Adormeço com ela fazendo cafuné, mas não estava sendo um sono tranquilo.

Acordo no meio da noite de repente, agitada por motivo algum, olho para o lado e não vejo Vivian na cama, me levanto devagar, ainda me sentindo fraca, e vou saindo devagar do quarto, me apoiando na parede.

_ Vívi? Onde você está? Está tudo bem? – espero uma resposta que não veio.

Na casa está apenas um silêncio ensurdecedor. Até que o silêncio é irrompido por uma risada alta e aguda, meu corpo congela e meu coração parecia ter parado pois eu reconheceria a risada de Gomes em qualquer lugar, e essa em especial.

Me viro em direção ao som das risadas e apenas consigo ver na escuridão o brilho dos olhos dele, que vinham se aproximando lentamente de mim e a cada passo parecia que ele ria mais alto. Aquilo estava me deixando sem ar, eu só pensava no que ele poderia ter feito, porque Vivian não estava respondendo quando eu chamava.

_ O QUE VOCÊ FEZ COM ELA!!?

Ele continua vindo em minha direção e sua risada para quando eu grito, ele para a dois metros de distância e eu não consigo vê-lo nitidamente, até que as nuvens que estavam tampando a luz do luar saem e iluminam aquele homem baixo com seu terno riscado totalmente ensanguentado, seus olhos estavam negros e cheios de pequenas veias da mesma cor ao redor de suas pálpebras, e estampado em seu rosto estava aquele sorriso. Assim que o vi eu entendi o que ele tinha feito, foi aí que o medo se transformou em ira. Eu fiquei cega pelo ódio, peguei um abajur que estava na mesinha ao meu lado e fui em sua direção, não me importei se estava me sentindo mal apenas levantei o abajur e com todas as minhas forças e o ataquei, gritando como uma fera.

O acerto no rosto, mas parecia que não havia tido efeito, o abajur se despedaçou, mas o rosto de Gomes continuava intacto com a mesma expressão de antes. Ele não esboça nada, ele apenas segura meus braços com tanta força que parecia que eles iriam ser amputados, ele me puxa rispidamente pela casa afora, tento me soltar, mas meu corpo já não tem forças. Eu grito e me esforço, mas não adianta.

Ele me leva até a frente da casa e me diz:

_ Você nunca vai se livrar de mim Tish. Hahahahaa – Ele sorri e me puxa para que eu pudesse ver – E quem tentar te tirar de mim vai sofrer as consequências.

Assim que ele termina eu vejo o que ele queria mostrar, bem no meio da grama da frente do chalé estava Vivian deitada no chão com o corpo totalmente dilacerado ainda agonizando. Eu tento ir em direção a ela em meio ao desespero, ele não me impede, quando chego perto vejo seu sangue escorrendo abundantemente, a vejo em agonia olhando profundamente em meus olhos, tento pressionar os ferimentos para estancar o sangramento, mas era inútil, eram muitos.

_ Vívi! Não, por favor! Fica comigo – seguro seu rosto em desespero.

Mas é inútil ela simplesmente para de agonizar e sua pupila começa a aumentar, sua respiração cessa e ela está morta em minhas mãos. Eu acabei de ver o amor da minha vida morrer e não fui capaz de fazer nada novamente.

- Nãoooo! Não! Não! – Digo a sacudindo - Por favor, não pode fazer isso comigo de novo. – Começo a gritar e abraço seu corpo que começava a ficar frio, as lágrimas molhavam seus cabelos longos e agora manchados pelo sangue.

Em meio ao meu desespero ouço as risadas dele novamente se aproximando de mim. Ele me puxa pelos cabelos e tenta me soltar de Vívi, mas eu estou segurando tão forte que ele tem de forçar, Gomes não se importou em fazê-lo, assim que me faz soltar o corpo dela me vira para ele e diz:

_ Você é minha, entendeu? E se não quiser aprender da maneira fácil vai ser da difícil. Se me trair novamente, os próximos serão aquelas duas pestes que você chama de filhos.

Assim que ele termina de dizer eu já não tenho forças nem para discutir nem para me manter consciente, quando ele ameaça meus filhos eu começo a perder a consciência e talvez minha sanidade. 



E AGORA? 

ATÉ O PROXIMO CAPITULO GALERINHA ;)

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