WANDINHA

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Vou seguindo o caminho escuro entre meio a árvores e arbustos o mais rápido que consigo, durante todo o caminho sentia que não estava sozinha, parecia que tinha alguém à espreita me observando. Não dei muita importância, afinal era noite de lua cheia e os lobos estão a correr pela floresta, com eles não seria necessário se preocupar, são lobos e sempre andam em grupos.

Continuo meu caminho e a presença que eu apenas sentia começou a se mostrar real, com galhos se quebrando e passos começando a se aproximar de maneira rápida, mas não parecia ser um lobo, parecia algo maior e o pior de tudo é que não estava sozinho e eu não tive tempo de pegar algo para me defender. Começo a correr para tentar manter a distância, mas parecia inútil, até que um deles pula em minha frente, era grande e estava com raiva olhando para mim. Eu sabia o que aquela criatura era, um Hyde. Não tive tempo de pensar, a criatura levantou suas grandes garras e me acertou em cheio me jogando contra um tronco grande me fazendo perder o ar e me deixando incapacitada por alguns instantes.

Ele vem se aproximando e logo atrás vejo uma segunda criatura muito parecida, a diferença era que a segunda era um pouco maior e estava com ainda mais raiva no rosto. Isso me pega de surpresa, minhas investigações me levavam a apenas um Hyde, como poderia ter mais?

Eles continuam a vir em minha direção aumentando a velocidade a cada passo, tento me levantar, mas ainda estou sentindo o ataque anterior me deixando lenta, começo a correr e sinto as garras me acertarem de raspão nas costas, quando me viro para ver o que estava acontecendo vejo um lobo em cima do Hyde menor e indo em direção ao maior. Começo a me afastar com pressa aproveitando a abertura que me foi dada e vou seguindo floresta adentro, ouvindo uivos e gruídos atrás de mim.

Continuo correndo sem direção, até que ao longe ouço o som de espadas colidindo e o som inconfundível do sorriso do meu pai. Isso fez com que eu deixasse toda a dor que estava sentindo de lado, a única coisa que sentia era o ódio a tomar conta de mim e me guiar até os sons.

Vou me aproximando de onde a luta estava acontecendo e de longe consigo ver minha mãe no mesmo estado em que se encontrava no hospital, ela estava empunhando a espada de esgrima que ganhou de aniversário do Gomes, fazendo investidas rápidas contra a senhorita Elise. Eu não sei o que está acontecendo, mas percebo no olhar e feição do rosto dela que ela não quer fazer aquilo e a Snª Elise não está contra atacando, apenas se esquiva. Aquele covarde estava apenas assistindo e se deleitando com a luta injusta.

Antes que eu consiga chegar na área aberta vejo minha mãe conseguir desarmar a senhorita Elise, jogando sua espada em minha direção e partindo para o golpe final. Aperto o passo e pego a espada de Elise, não quero machucar minha mãe, então tento empurrá-la para longe para que errasse o golpe e por conta do elemento surpresa eu consegui, viro ligeiramente para o lado em que ele estava e vejo sua expressão mudar para surpresa e não lhe dou tempo para reagir, sigo apontando a espada e o acerto no meio de sua barriga.

_ Isso é por ter machucado minha mãe por tanto tempo. – Olho no fundo dos olhos dele, mas por algum motivo ele começa a sorrir ao se ajoelhar no chão.

_ Você acabou de cometer um grande erro mocinha – Sua voz estava baixa e ele sorria ainda mais ao me ver soltando a espada.

Depois disso só consigo ouvir ao fundo a voz da professora gritando algo, mas minha atenção está na dor que me invade e quando olho para baixo e ponho minhas mãos na minha barriga, vejo sangue em abundância e sinto minhas forças se esvaindo e tudo ao meu redor começar a ficar embaraçado ao cair ao chão.

Tudo por elaOnde histórias criam vida. Descubra agora