𝖠𝗅𝖾𝗑 𝖣𝖺𝗇𝗏𝖾𝗋𝗌 | 𝖲𝗎𝗉𝖾𝗋𝗀𝗂𝗋𝗅

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"Forever and Always."

Trabalhar na DEO nem sempre era fácil. Nunca foi, na verdade. Havia missões que eram fáceis de se resolver. E, também existiam outras que poderiam causar gatilhos e traumas para a vida toda. Pessoas com quem você trabalhava e tinha um apego enorme, poderiam morrer em uma dessas missões. Todos ficam cientes disso quando chegam nessa agência.

E, isso acabou vindo a tona em uma das missões que Alex estava envolvida.

Você não sabia bem como tudo havia acontecido, até chegar em certo ponto. Alex sempre foi uma pessoa de demonstrar firmeza e profissionalismo em seu trabalho. Mas, naquela noite, foi diferente. Ela estava diferente.

Suas mãos tremiam, seu corpo se arrepiava por cada barulho, mesmo sendo tão pequeno, quase inaudível. Seus suspiros eram pesados e vazios ao mesmo tempo.

Você percebeu que ela não estava bem. Alex poderia não mostrar para os outros, poderia mentir que todos acreditariam. Mas, com você isso não colava. Você a conhecia bem para saber quando estava mentindo, ou inventando desculpas.

Ela dividia o apartamento com você, então era mais notável saber quando ela não estava bem. Vocês conheciam uma a outra, confiavam uma na outra. E, sempre que algo ruim acontecia, cuidavam uma da outra. Então, era isso que você iria fazer. Cuidar dela, e a assegurar de que ela não estava sozinha.

- Alex? - você deu dois toques leves na porta, para não correr o risco de assustar ainda mais ela. A porta foi aberta, e você conseguiu notar o vazio nos olhos dela. Isso fez com que seu coração partisse em pedaços. - Posso entrar? - ela concordou com a cabeça, e sem dizer uma palavra, abriu espaço para você entrar. Ela fechou a porta e se virou pra você.

Estava chovendo do lado de fora. E, a cada trovoada o corpo de Alex se encolhia um pouco. Você notou que as mãos dela tremiam, fazendo com que ela juntasse as próprias mãos uma na outra. Seu rosto estava sério, isso fez você lembrar de todas as vezes que ela sorria radiante pra você. Você sentia falta daquele sorriso.

- Eu sei que não está bem. - você se aproximou dela, pegando em suas mãos, que ainda tremiam, com delicadeza.

- Não sei do que está falando. - ela desviou o olhar, soltando um longo e doloroso suspiro. Alex queria chorar, você notou isso em seu tom de voz, mas ela não queria desabar em lágrimas na sua frente.

- Eu sei que sabe. - você levantou o rosto dela, forçando ela a te encarar. Seus olhos vermelhos e cheios de lágrimas quebraram você por dentro. - Não precisa mentir pra mim, nem fingir que está bem. Pode chorar se quiser, apenas... coloque essa dor pra fora.

Alex voltou a olhar pra baixo. Ela suspirou uma, duas, três vezes e na quarta apenas desabou em seus braços. Você a envolveu em um abraço apertado, enquanto ela agarrava sua blusa como se você fosse escapar a qualquer segundo. Ela deixou soluços escaparem por seus lábios, com o rosto escondido no seu pescoço. Uma coisa que você sabia, era que Alex precisava de contato físico em situações como essa.

Quando isso acontecia, vocês duas deitavam juntas, sem roupa nenhuma. Não era algo malicioso, ou qualquer desse tipo. Era o jeito dela de tentar se acalmar, sentindo o calor de seu corpo contra o dela. E, foi exatamente isso que fizeram. Você tirou suas roupas, e ajudou ela a tirar as roupas dela. Deitaram na cama, e Alex se aninhou ao seu corpo, enquanto ainda chorava, mas dessa vez seu choro era mais baixinho.

Sua mão estava posicionada onde o coração dela batia, sentindo suas batidas um pouco rápidas. Ela gostava da sua mão naquele lugar, ajudava ainda mais a se acalmar. Você não entendia muito bem, mas apenas queria ver ela feliz outra vez.

- Você quer conversar sobre isso? - você perguntou quando ela pareceu estar mais calma. Ela concordou com a cabeça levemente.

Alex contou cada detalhe sobre a missão que havia acontecido a quase uma semana atrás. Disse como tudo aconteceu tão rápido, e como tantos agentes morreram. Você passava os dedos pelos fios dos cabelos dela, enquanto ela chorava. Era de partir o coração ver Alex desse jeito, mas sabiam que iria ser assim quando entraram para a DEO.

Mas, pelo menos tinham uma a outra. Cada momento de suas vidas estavam ali para se apoiar. Tanto em momentos bons, quanto ruins. Estariam uma com a outra sempre e para sempre.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋𝐒 Onde histórias criam vida. Descubra agora